Veigh inicia a turnê 'Evom' com a missão de divulgar o trap brasileiro
Tour de Veigh começa neste sábado (25/10), em São Paulo, e chega a BH em dezembro, destacando repertório do álbum 'Eu venci o mundo'
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Thiago Veigh da Silva, de 24 anos, é astro do trap brasileiro, subgênero do rap. Em julho, sua “Artista genérico” foi a música mais ouvida do Spotify. Ela faz parte do álbum “Eu venci o mundo”, lançado um mês antes, cuja turnê nacional estreia hoje em São Paulo, com ingressos esgotados há tempos. Em dezembro, a “Evom tour” chega ao BeFly Hall, em Belo Horizonte.
Com 16 faixas assinadas por Veigh, sem participações, “Eu venci o mundo” aborda a drástica mudança de vida pela qual o artista passou.
“Eu era o Veigh colado com uma realidade e depois, em 'Evom', já estava sendo o Veigh em outra realidade. Ficava caminhando por alguns lugares e pensando: será que tenho de fazer as coisas iguais às que fazia antes? Ou preciso fazer coisas novas?”, conta.
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Nascido em Itapevi, na Grande São Paulo, e criado no conjunto habitacional paulistano Cohab 1, Veigh iniciou sua carreira em 2019. O primeiro disco, “Dos prédios” (2022), foi um sucesso. No ano seguinte, “Dos prédios deluxe” já trazia parcerias dele com L7nnon, TZ da Coronel e Luccas Carlos, jovens destaques do rap.
Fama, sucesso e dinheiro trouxeram para Veigh o desafio de se manter fiel a si próprio. No novo álbum, ele reflete sobre como lidar com essa dualidade. O projeto também traz menções à relação do cantor com a religião, que influenciou o nome do disco, inspirado no versículo João 16:33. “Evom” reúne também as iniciais de “Eu venci o mundo”.
A sonoridade traz referências diversas, que vão além do trap. Veigh cita artistas do funk e da cena internacional dos anos 2000, como Pharrell Williams e Timbaland. Esse último, produtor aclamado, assina a faixa “Talvez você precise de mim”. “Ayo technology”, parceria de Timbaland com 50 Cent e Justin Timberlake, foi sampleada em “Artista genérico”.
Além de se identificar como artista do trap, que lhe trouxe o sucesso, o paulista quer contribuir para a consolidação do gênero no Brasil.
Fidelidade
“Com tudo o que conquistei até hoje e demonstrando minha força no gênero, abandonar o trap é uma perda muito grande. Até porque não há muitos players na cena fazendo acontecer o movimento. Preciso bater na tecla do trap, preciso que as pessoas vejam que sou artista de trap e que estou fazendo uma tour, que fiz um álbum e tenho empresa que gera novos nomes para a cena”, explica.
“Não quero o que acontece com muitas artistas femininas, que saem de outros gêneros e, para serem reconhecidas, têm de migrar para o pop ou coisas do tipo”, afirma.
Veigh lamenta a discriminação do trap, tanto por parte do público quanto do meio musical. “Gera preconceito quando a pessoa olha para a gente todo tatuado, cantando sobre algumas coisas que não são tão legais para todo mundo, falando de uma realidade mais dura”, comenta.
“As pessoas têm a visão de que a gente só bagunça e não está nem aí para nada. Na realidade, não (é assim). Desde novos, por não terem acesso a uma gravadora, os artistas do trap tinham de se gravar. Sou um desses que aprenderam a se gravar porque não tinham estúdio. Não tem quem faça o clipe ou o festival, então a gente faz nossos próprios eventos e monta esse movimento”, afirma.
A turnê “Evom” é o instrumento de Veigh para mudar a percepção sobre o gênero musical. Com passagem por 10 capitais brasileiras e um show em Lisboa, em Portugal, os shows terão estrutura de grande porte, com palco inédito, encenação, telões e coreografia.
Veigh convidou os cantores G.A, Ghard e Niink, além do produtor Nagalli, para abrir os shows, todos eles apresentando o próprio repertório. Os quatro fazem parte da gravadora Supernova Entertainment, criada por ele.
Persistência
Fundada antes do álbum de estreia de Veigh, a Supernova surgiu para sanar as dificuldades de gravação enfrentadas por novatos. Manter a empresa é exercício de persistência.
“Tive de ser um pouco forte nos momentos em que precisava de grana, precisava fazer acontecer de outras formas. Não aceitei oportunidades de outras gravadoras, que naquele momento pareciam a maior chance possível para mim, porque queria que a minha desse certo”, conta.
Atualmente, além dos quatro cantores, todos de Itapevi, a gravadora conta com sete produtores. Veigh torce pelo surgimento de mais selos de trap.
“Quero ‘subir’ mais artistas. Quero que mais pessoas cresçam na cena e consigam ter o pensamento de criar seu próprio grupo”, conclui.
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“EVOM TOUR”
Turnê do disco “Eu venci o mundo”, de Veigh. Estreia neste sábado (25/10), em São Paulo, com ingressos esgotados. Show em 6 de dezembro, às 22h, no BeFly Hall (Av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi). Pacote Hiperfoco VIP: R$ 477 a R$ 777. Front stage: R$ 230 (inteira), R$ 135 (meia) e R$ 125 (ingresso social). Cadeira superior ouro: R$ 190 (inteira) e R$ 115 (meia e ingresso social). Cadeira superior prata: R$ 150 (inteira), R$ 75 (meia) e R$ 95 (ingresso social). Vendas online na plataforma Sympla.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria