Música

Zé Ibarra apresenta o show "Afim", nesta quarta (22/10), em BH

Destaque da turnê de despedida de Milton Nascimento e projetado pelo grupo Bala Desejo, cantor e compositor exibe sua veia autoral no Cine Theatro Brasil

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Ao longo dos anos em que integrou o grupo Bala Desejo, entre 2020 e 2024, Zé Ibarra se via um pouco limitado no palco, quase sempre cantando e tocando algum instrumento. “Agora eu danço. Estou até fazendo aulas”, conta o cantor e compositor carioca, em conversa por videochamada, referindo-se à nova fase como artista solo.

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É essa “skin” mais solta que ele apresenta nesta quarta-feira (22/10), no Cine Theatro Brasil. O show integra a turnê de lançamento de “Afim”, segundo álbum autoral do artista.


Disponível nas plataformas desde junho, o disco reúne oito faixas – entre inéditas e versões – que transitam por MPB, rock progressivo, jazz, reggae e samba. Essa multiplicidade reflete as complexidades do mundo contemporâneo e o bombardeio de estímulos e informações do século 21, resultando em sonoridade ampla e plural.


Diferentemente do trabalho anterior, “Marquês 256” (2019), as canções de “Afim” apresentam arranjos mais sofisticados e detalhados, caso de “Transe” e “Essa confusão”, que contaram com Jaques Morelenbaum.


Destaca-se também o casamento entre cordas e sopros (caso de “Infinito em nós” e “Da menor importância”) executados pelo Trio Copacabana Horns, formado por Diogo Gomes, Marlon Sette e Jorge Continentino. Além do uso expressivo de coros vocais como recurso melódico.


Escuridão e mistério

 

Ibarra buscou explorar facetas ainda não organizadas em disco. O desejo era alcançar musicalidade mais cinematográfica e novas paisagens sonoras, mergulhando em certa escuridão perceptível no clima de mistério de “Transe”.


“‘Afim’ é um disco que não surgiu por questões românticas, como as pessoas esperam”, revela o artista, ressaltando que as letras, sim, falam de amor e romance.

“Tem dois anos que estou trabalhando nele. Era um contexto em que eu estava saindo do Bala Desejo e sentia a necessidade de me reposicionar, mas com a minha própria identidade. Não é fácil fazer esse reposicionamento depois de ter um grupo reconhecido, que ganhou um Grammy”, diz, referindo-se ao Prêmio Grammy Latino de Melhor Álbum Pop em Língua Portuguesa pelo álbum de estreia “Sim, sim, sim”, em 2022. “Ainda que o Bala Desejo tenha a minha essência também, ele tem sonoridade só dele. Foi, então, uma cobrança muito grande, de dentro para fora.”


Ibarra se via caminhando na linha tênue entre continuar compondo com a identidade do Bala Desejo e manter a fórmula intimista e melancólica de “Marquês 256”, ainda muito presente nas composições que vinha fazendo. Foi, então, que decidiu seguir caminhos alternativos, guiado por gêneros que sempre o influenciaram.


Experimental

A aposta compreende estrutura livre e experimental, com sintetizadores e camadas eletrônicas discretas em “Hexagrama 28”; agogô que imprime levada de samba a “Da menor importância”; e roupagem pop em “Infinito em nós”.


A única faixa que remete ao disco anterior é “Retrato de Maria Lúcia”, conduzida por violões e coros, em abordagem introspectiva, melancólica e romântica sobre um amor simples entre duas pessoas.


“Foi a tentativa de misturar todas as minhas referências, MPB, jazz, pop e rap, em termos de produção musical, falando de amor dentro de todas as possibilidades. Seja o amor lírico ou o amor carnal”, destaca.


Entre suas principais referências na MPB, ele cita Milton Nascimento, Elis Regina e Caetano Veloso, “que escuto há mais de 20 anos e foram fundamentais para a minha formação”, diz.


Zé Ibarra ganhou projeção em Minas Gerais ao participar da turnê de despedida dos palcos de Milton Nascimento, entre 2022 e 2023. Mais do que a voz e o virtuosismo no violão, chamou a atenção sua visão política sobre o belo.


Ato político

Para ele, a busca pela beleza é um ato político de poder singular em meio às complexidades do mundo contemporâneo, que descreve como distópico, claustrofóbico, vigiado, narcisista e solitário. Assim, a arte seria capaz de transformar o indivíduo, provocando encantamento e conduzindo à mudança. É isso o que ele espera que aconteça com quem escutar “Afim” e assistir ao show desta noite.


Mais do que lançar um novo trabalho, Zé Ibarra parece buscar o reencontro consigo mesmo, com o corpo e com a potência transformadora da arte. Essa busca se materializa num show que procura ser o mais fiel possível ao espírito do álbum, com a fusão entre o som e o gesto, entre a delicadeza e a experimentação.


No palco, o cantor quer que o público sinta o que ele próprio descobriu nesse processo: dançar, cantar e se encantar ainda são atos políticos neste mundo que tenta endurecer o coração das pessoas.


ZÉ IBARRA


Show “Afim”. Nesta quarta-feira (22/10), às 21h, no Grande Teatro Unimed-BH do Cine Theatro Brasil (Praça Sete, Centro). Inteira: R$ 140 (plateia 1B), R$ 120 (plateia 2A), R$ 100 (plateia 2B) e R$ 80 (plateia 2C), com meia na forma da lei. Últimos ingressos à venda na bilheteria e na plataforma Eventim. Informações: (31) 3201-5211.

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