LUTO

Morre Hermeto Pascoal, o "bruxo" da música universal, aos 89 anos

Multi-instrumentista alagoano, reverenciado por Miles Davis e premiado três vezes com o Grammy Latino, transformou sons da vida cotidiana em arte e deixa legado

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O Brasil perdeu neste sábado (13/9) um de seus maiores gênios musicais. Hermeto Pascoal, multi-instrumentista alagoano conhecido como “o bruxo” da música, morreu aos 89 anos, no Hospital Samaritano Barra, no Rio de Janeiro, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. O falecimento foi confirmado pela família em uma postagem nas redes sociais.

  

“Com serenidade e amor, comunicamos que Hermeto Pascoal fez sua passagem para o plano espiritual, cercado pela família e por companheiros de música. No exato momento da passagem, seu Grupo estava no palco, como ele gostaria: fazendo som e música”, diz o comunicado.

Informações sobre velório e despedidas públicas ainda não foram divulgadas.

Neste sábado, ele estava escalado para se apresentar com o grupo Nave Mãe no Festival Acessa BH, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas. A assessoria já havia informado que o músico seria substituído por Nivaldo Ornelas, por “motivos de saúde”.

"O bruxo dos sons"

Conhecido como “Bruxo”, Hermeto mostrou ao longo da vida que qualquer som podia se tornar arte. Transformou panelas, chaleiras, brinquedos infantis, regadores e até a própria barba em instrumentos musicais, sempre com rigor rítmico, harmônico e melódico.

Com três prêmios Grammy Latino, ele foi chamado por Miles Davis de “o músico mais impressionante do mundo”. No ano passado, o artista ganhou sua primeira biografia, escrita pelo jornalista Vitor Nuzzi, que viajou até cidade natal do alagoano para contar a história desde sua infância. 

Autodidata e intuitivo, começou a tocar acordeom ainda criança, aos 10 anos, quando aprendeu o instrumento com o irmão. Só depois dos 40 começou a escrever partituras e revolucionou a forma de compor e pensar música.

Hermeto vivia em Bangu, na Zona Oeste do Rio, e seguiu ativo até os últimos meses de vida. Entre julho e agosto, realizou nove shows pela Europa, em sete países diferentes. No Brasil, sua última apresentação foi em junho, no Circo Voador, na Lapa, onde transformou o palco em uma grande festa de aniversário pouco antes de completar 89 anos.

Nas redes sociais, a família pediu respeito e privacidade neste momento, mas reforçou que o maior desejo de Hermeto era que a música continuasse a soar como força universal, capaz de unir e sustentar a vida. “Quem desejar homenageá-lo, deixe soar uma nota no instrumento, na voz, na chaleira e ofereça ao universo. É assim que ele gostaria”, escreveu a equipe.

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