Fusão de estilos

Adriano Campagnani lança disco com influências do Clube da Esquina

Quarto álbum da carreira solo do baixista, o recém-lançado "Cosmopolitan" tem também um pouco de jazz ao longo de 10 faixas instrumentais

Publicidade
Carregando...


Adriano Campagnani quer se comunicar com o mundo por meio de sua música. Esse desejo explica o título “Cosmopolitan”, de seu quarto álbum em carreira solo, recém-lançado, em que apresenta 10 faixas instrumentais, todas de lavra própria – sendo uma em parceria com o pianista carioca Rannieri Oliveira. Ele explica que seus discos costumam resultar de um longo período de pré-produção, e que este novo trabalho começou a tomar forma ainda durante a pandemia.


Instrumentista, compositor e produtor, reconhecido pelos serviços prestados como contrabaixista a diversos grupos e artistas – de Milton Nascimento a Kid Abelha, passando por Marku Ribas, Fernanda Takai e Toninho Horta –, Campagnani diz que compõe as músicas, faz os arranjos e registra as ideias. “Quando tenho um bom número de temas, seleciono os que mais gosto, os que têm uma unidade e podem conferir uma identidade para o álbum”, destaca.


Ele observa que “Cosmopolitan” se relaciona estritamente com a forma como trabalha: como músico acompanhante, viaja muito por todo o mundo e percebe que tipo de linguagem consegue estabelecer uma conexão mais direta com públicos de diferentes culturas e idiomas. “Chego num país onde as pessoas não falam a nossa língua e elas entendem o que estamos tocando, se emocionam, chegam às lágrimas. A música tem esse caráter cosmopolita”, afirma.


Campagnani acredita que isso se dá especialmente com a música instrumental, que prescinde da mediação da letra e de seu entendimento. Ele assente que, tocando com grandes nomes da música brasileira, seu trabalho autoral acaba por absorver influências diversas. “Meu interesse pela música instrumental começou com o jazz, mas há quase 30 anos acompanho o Beto Guedes, então o Clube da Esquina é uma referência muito forte”, diz.


Ele destaca, a propósito, que o disco anterior a “Cosmopolitan”, batizado “Instrumental das esquinas”, lançado em 2017, presta homenagem ao movimento capitaneado por Milton Nascimento e companhia, contando com as participações especiais de nomes como Flávio Venturini, Toninho Horta, Wilson Sideral e Lô Borges.


“Depois de eu ter colaborado tanto com esses artistas, eles vieram somar forças no meu trabalho”, diz, destacando que o novo trabalho mantém um forte acento da música que se faz em Minas.


Quando se lançou em carreira solo, com o álbum de estreia, intitulado apenas “Adriano Campagnani I”, que veio à luz em 2005, ele já tinha um bom lastro musical – integrava a banda de Beto Guedes desde 1998 e já tinha experiência de tocar com vários outros artistas. “Sempre fui instrumentista de carreira, acompanhando cantores. Uma vez, Celso Adolfo me falou que eu deveria investir numa carreira própria. Fiquei com isso na cabeça e comecei a trabalhar nas composições do meu primeiro disco”, conta.


INTERVALOS REGULARES

Seis anos depois do debute fonográfico, veio o segundo título, “Galápagos”, que contou com a participação de Uriah Duffy, baixista da banda de hard rock britânica Whitesnake. Esse trabalho se desdobrou no registro do show em DVD, com a participação de Marku Ribas. Campagnani explica que esse intervalo de aproximadamente seis anos entre um trabalho e outro se deve justamente ao fato de estar sempre na estrada ou em estúdios com outros artistas.


“Não reclamo. São experiências que enriquecem e esse tempo contribui para o amadurecimento. Com esse quarto disco, acho que consegui mostrar um pouco da essência da minha relação com a música mineira”, diz. Ele conta que sua ideia, a princípio, era deixar “Cosmopolitan” maturar um tempo nas plataformas antes de pensar em um show de lançamento, mas diz que, assim que foi lançado, já começaram a aparecer os convites. “Em outubro, toco em Ouro Preto, depois tem outras datas”, diz.


FESTIVAIS, PRÊMIOS E PROJETOS

Com sua carreira solo, Adriano Campagnani já conseguiu deixar sua marca no cenário da música em Minas Gerais e do Brasil, tendo se apresentado em importantes festivais, como no Tim Valadares Jazz Festival, em 2002, 2003, 2005 e 2014, e no Tudo é Jazz, em Ouro Preto, em 2002 e 2014. Em 2004, recebeu uma menção honrosa de melhor instrumentista na 4ª edição do Prêmio BDMG Instrumental. Naquele mesmo ano, junto com o guitarrista e violonista Beto Lopes e o baterista André “Limão” Queiroz, formou o Weather Report Tributo. Campagnani também participou do 4º Festival BNB de Música Instrumental, em Fortaleza. Em 1999 e em 2009, tocou no La Plata Jazz Festival, na Argentina.


“COSMOPOLITAN”
• Álbum de Adriano Campagnani
• Lançamento Ultra Music
• 10 faixas
• Disponível nas principais plataformas

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay