Recital solo

Harpista Alexander Boldachev apresenta recital que vai do clássico ao rock

Artista retorna a BH nesta terça-feira (19/8) a convite da série de concertos do Minas Tênis Clube

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 Considerado o embaixador moderno da harpa, o russo radicado na Suíça Alexander Boldachev volta à série de concertos do Minas Tênis Clube nesta terça-feira (19/8). Ele já havia se apresentado no projeto em 2022 e 2024, mostrando que a harpa vai muito além da música clássica. Para Boldachev, o instrumento pode sustentar um recital solo e se adaptar a qualquer estilo, do clássico ao pop.

Ele desafia os estereótipos que cercam a harpa, muitas vezes vista como feminina, angelical ou restrita a concertos de música clássica.

“A harpa ainda é muito estereotipada e, muitas vezes, mal interpretada pelo público. Ela é apenas uma ferramenta para criar música. Posso usá-la para qualquer tipo de som. As pessoas deveriam vir para ouvir a música, não para ver instrumentos em si”, afirma Boldachev.

Quando ele volta?

A diretora da série, Celina Szrvinsk, explica que o artista é presença frequente no festival porque sempre arrebata um público grande e diversificado.

“Ao final de seus shows, a pergunta é sempre: ‘Quando ele volta?’. Quem já viu quer repetir a experiência, e quem não viu espera ansioso pela oportunidade”, conta.

Boldachev já passou por vários estados brasileiros, como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Pará. Ele elogia a força da cena cultural no país. “Sei que a situação não é perfeita, mas as pessoas fazem de tudo para manter os eventos culturais. A cultura dá esperança e permite crescimento, especialmente para os jovens.”

Ontem (18/8), o harpista esteve na UFMG, ministrando aula para estudantes de música e mostrando novas possibilidades de expressão com o instrumento. “Trabalhar com um aluno é o mesmo que construir um relacionamento. Não se trata do que eu posso ensinar, mas do que o aluno pode absorver de mim”, observa.

Harpista revolucionário

Celina aponta que a harpa é pouco explorada em recitais solo e carece de repertório original para esse formato. Boldachev, no entanto, vem mudando essa percepção. “Ele conseguiu revolucionar a harpa como instrumento popular, capaz de interpretar obras escritas para qualquer outro instrumento”, diz.

A professora cita obras como a “Chacone”, de Bach, originalmente escrita para violino solo, os estudos de Chopin, concebidos para piano, e o tango de Piazzolla, composto para bandoneon, todas adaptadas pelo artista, que também é arranjador e compositor.

Além do repertório clássico, Boldachev interpreta canções de Queen, Nirvana e John Lennon. Algumas dessas releituras estão nos álbuns “Pop meet classical” (volume 1 e 2), disponíveis no Spotify, com faixas como “Smells like teen spirit”, “Californication” e “Bohemian rhapsody”.

Música na família

A trajetória musical de Boldachev se iniciou cedo, em uma família de músicos. O russo começou a tocar piano aos 3 anos e harpa aos 5.

“Tive aulas com muitos professores, mas minha mãe sempre foi uma espécie de mentora, me ensinando a fazer as escolhas certas. Ao mesmo tempo, foi uma educação muito conservadora, isso me ajudou muito a me desenvolver”, recorda.

O músico já se apresentou em teatros renomados, como o Bolshoi, e no festival de música eletrônica “Burning man”. Em 2018, criou e executou um solo eletrônico de harpa na abertura da Copa do Mundo da Rússia. Em 2020, lançou o Dia Mundial da Harpa, para unir pessoas em torno do instrumento.

“Não me prendo a um estilo musical específico. Para mim, o importante é criar uma experiência. Tudo o que acontece no palco deve ser uma experiência para o público”, afirma. “Cada concerto é diferente. Adapto o programa para o público, os organizadores, meus sentimentos. Às vezes improviso no meio da apresentação.”

Chopin e Beatles

Em Belo Horizonte, o recital terá dois momentos. O primeiro, com obras de Bach, Rossini e Chopin. Em seguida, Boldachev apresenta temas das bandas de pop rock Red Hot Chili Peppers, One Republic, Queen e Beatles.

“Sempre digo que o meu lema é que tudo é possível. E eu tento provar isso com todas as composições e arranjos que faço. Não importa se você faz música, ciência ou esporte, o desenvolvimento não tem limites e podemos ser e fazer o que quisermos”, conclui o músico.

Além dele, a edição deste ano da série contará com apresentações do pianista Hércules Gomes, da Orquestra Sinfônica Juvenil Chiquinha Gonzaga, sob regência de Priscila Bomfim, e da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, regida por José Maria Moreno Valiente, com Maria Caputo ao piano.

ALEXANDER BOLDACHEV

Nesta terça-feira (19/8), concerto às 20h30, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos na bilheteria local ou pela plataforma Sympla, à venda por R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

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