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"Foi aterrorizante", diz Seth Rogen sobre dirigir Martin Scorsese

Criador de "O estúdio" comenta sucesso da produção, às vésperas da estreia de outra série, a nova temporada de ‘Amor platônico’, em que atua com Rose Byrne

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A pergunta é inevitável: como foi dirigir Martin Scorsese? “Assustador, realmente aterrorizante. Não dormi muito naquela noite”, admite Seth Rogen ao Estado de Minas. Por muitos anos visto como o garotão irresponsável (e muito maconheiro) de “Ligeiramente grávidos” e “Superbad – É hoje” (ambas de 2007), o ator, produtor, roteirista e diretor canadense de 43 anos já havia mostrado que tinha amadurecido. A virada se deu uma década atrás, com “Vizinhos” (2014), também uma comédia, mas com outro teor.

Agora, colocar o mais importante diretor de cinema em atividade no mundo, aos 82 anos, à sua disposição para produzir um filme sobre o maior suicídio em massa do mundo – 900 mortos em Jonestown, na Guiana, em 1978, na seita liderada por Jim Jones – foi um feito e tanto. “Eu só não queria sentir que ele estava perdendo tempo. Queria também que ele achasse que tinha feito algo bom. Parece que gostou e está com feliz com o resultado”, afirma Rogen, que sabe melhor do que ninguém quão positivo foi o retorno.

Scorsese recebeu sua primeira indicação ao Emmy de atuação pela participação na série “O estúdio”, vivendo ele mesmo e contracenando com Rogen. Este interpreta um personagem muito distante de si mesmo, Matt Remick, que, do dia para a noite, se torna o chefe do Continental, um estúdio histórico de Hollywood.

Criador, produtor, diretor e protagonista da série, Rogen tem, pela frente, a produção de uma nova temporada de “O estúdio”. Mas, antes, ele retorna a outro personagem. O Apple TV+ estreia na próxima quarta (6/8) a segunda temporada de “Amor platônico”, protagonizada por Rogen, como o quarentão Will.

A premissa é simples: ao contrário do que propuseram Harry (Billy Crystal) e Sally (Meg Ryan) 36 anos atrás, homens e mulheres podem ser amigos. Na história, criada pelo casal Nicholas Stoller e Francesca Delbanco, dois melhores amigos de juventude, Will (Rogen) e Sylvia (Rose Byrne) se reencontram em Los Angeles.


Opostos


Na meia-idade, não poderiam ter vidas mais opostas. Ele continua um garotão, é um hipster à frente de uma cervejaria artesanal. Ela é bem casada (com Charlie, papel de Luke MacFarlane), mãe de três crianças e dona de casa. Ao se reencontrarem, resolvem as pendências passadas e passam a ser, novamente, inseparáveis.

A segunda temporada começa com Will fazendo as vezes de “homem sério”. Está trabalhando em San Diego para uma grande rede de restaurantes. E está noivo da chefona. Sylvia decidiu voltar ao mundo do trabalho como produtora de eventos – seu primeiro desafio será planejar o noivado de Will.

Isso é só o episódio inicial de uma história que segue para episódios que abordam crises da meia idade, problemas sexuais, reinserção no mercado de trabalho e diferenças geracionais.

A série explora Los Angeles e seus arredores. Há um episódio rodado no aquário, por exemplo. E, se na temporada inicial Will chutava todas as patinetes elétricas que via pela frente, agora seu alvo são os robôs de entrega. “Pessoalmente, não gosto dessas coisas e elas são onipresentes em Los Angeles. E a gig economy (trabalhos temporários) representa um dos poucos empregos acessíveis às pessoas. Só que elas foram substituídas por esses robôs idiotas, irritantes, que têm inclusive nomes. Toda vez que vejo um sendo chutado eu acho ótimo. Odeio robôs”, assume Rogen.


Parceria

O tom é sempre leve, mas os personagens rapidamente trafegam da comédia ao drama. “Amor platônico” é mais um trabalho em que Rogen divide a cena com Rose Byrne.

Atriz australiana de 46 anos – é a estrela da comédia ácida “Physical”, também do Apple TV+ – esteve com o ator em “Vizinhos” e em sua continuação, em 2016. “Lembro do Seth nos bastidores do talk show do Jay Leno”, diz a atriz sobre a primeira lembrança do amigo. “Sabe como é, australianos e canadenses sempre se deram bem, há uma energia meio parecida.”

Reencontrá-lo em cena, em uma situação diferente, animou a atriz. “Seth é muito ocupado, não tínhamos certeza de que ele poderia fazer. Mas pôde. Foi divertido nos reinventar depois dos filmes ‘Vizinhos’. Eu nunca tinha visto uma série sobre uma amizade platônica. E tenho muitos amigos homens que nunca namorei nem nada. Então pensei: ‘Vamos lá. Isso pode ser um problema para os outros, mas não para nós.”

Ainda que a cada novo episódio a gente espere que algo a mais aconteça entre Will e Sylvia, eles permanecem amigos. “Isso (os dois juntos) nunca vai acontecer”, diz Rogen, aos risos. Para ele, Will não é o mesmo cara que ele interpretou no passado. “Um homem de 30 anos que não se descobriu não é a mesma coisa de outro de 45 que também não se descobriu. Ainda que exista esse tema comum, pela natureza dos personagens e pelas idades, exploro isso de maneira diferente”, diz.

Recorde no Emmy

Com “O estúdio”, Seth Rogen conseguiu um recorde. Com as 23 indicações ao Emmy (a cerimônia será em 14 de setembro), a produção do Apple TV+ se tornou a série de comédia estreante mais indicada da história da premiação. Para levar o prêmio de Melhor Ator Convidado em Série de Comédia, Martin Scorsese terá que bater quatro indicados que também participaram da produção: os atores Bryan Cranston, Anthony Mackie e Dave Franco e o cineasta Ron Howard. Destes, somente Cranston não interpreta a si próprio.

“AMOR PLATÔNICO”
A segunda temporada da série estreia na próxima quarta (6/8), no Apple TV+. Serão exibidos os dois primeiros dos 10 episódios. Novos episódios sempre às quartas.

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