Escritora Lavínia Rocha é a convidada do podcast 'Divirta-se' desta semana
Autora de 'O que você pensa quando falo África' contou sua trajetória e comentou sobre a representatividade negra na literatura
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Siga noO novo episódio do podcast “Divirta-se” recebe a escritora belo-horizontina Lavínia Rocha. No bate-papo, ela conta sua trajetória na literatura, iniciada precocemente aos 11 anos, e como a influência familiar e escolar foi fundamental para seu desenvolvimento criativo.
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Lavínia começou a escrever na pré-adolescência. Seu primeiro livro, "O amor em Barcelona", foi publicado quando ela tinha 13 anos. "Fui uma criança estimulada de todos os lados, que não tinha saída", contou, lembrando que, em casa, os livros eram presentes comuns, e as visitas às livrarias, constantes.
Ela também revela que demorou um pouco para se enxergar como escritora, já que suas referências eram majoritariamente estrangeiras ou clássicos nacionais, representados por "homens brancos mais velhos". "Eu nem sabia que Machado de Assis era negro. Nem sabia que eu era (negra)... Uma das questões mais impactantes para mim que o racismo trouxe foi me impedir de sonhar", disse.
A compreensão de sua identidade racial como mulher negra (apesar de ter sido identificada como "morena" ou "parda") foi um processo que ocorreu na graduação. Até então, seus livros tinham personagens brancos, de olhos claros. Foi só na faculdade que descobriu Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo – referências para Lavínia desde então.
A partir daí, veio sua primeira publicação com protagonismo negro: a trilogia "Entre três mundos", na qual fez a personagem parecida com ela. A estética do cabelo de Lisa, a protagonista (de liso para volumoso e solto), é uma metáfora para o processo de Lavínia entender sua própria identidade racial.
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