ARTES CÊNICAS

Vera Holtz volta a BH com "Ficções" para curta temporada

Monólogo da atriz baseado em obra do escritor Yuval Noah Harari tem sessões desta sexta (20/6) a domingo, no Sesc Palladium

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Depois de cumprir temporada no CCBB-BH, entre abril e maio de 2023, e retornar à cidade em janeiro do ano passado, o espetáculo “Ficções”, protagonizado por Vera Holtz, aterrissa novamente na capital mineira para mais três apresentações desta sexta (20/6) a domingo, no Grande Teatro do Sesc Palladium. Não há margem para dúvida, portanto, quando a atriz diz se sentir em casa em Belo Horizonte.


“Não vai dar para ver muita gente, porque são só três dias, mas já sabemos os lugares que vamos visitar”, diz. Com dramaturgia e direção de Rodrigo Portella, “Ficções” teve como ponto de partida o livro “Sapiens – Uma breve história da humanidade”, do professor e filósofo Yuval Noah Harari.

Desde que estreou, em setembro de 2022, no Rio de Janeiro, a peça já foi vista por mais de 130 mil pessoas, em cerca de 300 apresentações que passaram por 43 cidades do Brasil e de Portugal.


Trata-se de um monólogo, mas Vera não está só em cena. Ela divide o palco com o músico italiano Federico Puppi, autor da trilha sonora original, que é executada ao vivo. “Ficções” não é uma adaptação literal do livro de Harari; o texto de Portella é um desdobramento de suas ideias.

Vera encarna personagens da obra literária e outras criadas pelo dramaturgo e diretor, além de cantar, improvisar, brincar, instigar a plateia e interagir com Puppi, propondo uma reflexão sobre as ficções que moldam a realidade.


Trilha ao vivo

Portella entende “Ficções” como uma “performance em construção” ou “uma espécie de jam session”. A atriz assente que, no início, pairava no ar a dúvida se aquilo era, de fato, uma peça teatral.

“Definíamos como um work in progress, um jogo de temas e repetição de temas. A ideia de jam session é porque a reação do público faz parte da dramaturgia”, afirma, acrescentando que, depois de dois anos e meio na estrada, o espetáculo tem contornos bem definidos, mas o frescor do improviso se mantém.


“A cada momento, estamos diante de um público distinto, que nos leva para um determinado lugar. A peça pode ser um drama, uma comédia, uma tragicomédia. A plateia é trazida indiretamente para a cena”, diz.

Segundo ela, o longo tempo de circulação implicou, naturalmente, um amadurecimento do espetáculo. “Somos um coletivo, então as relações internas se estabelecem, a confiança, o afeto, o humor, tudo se torna mais sólido, o que é fundamental para uma trupe permanecer na estrada”, comenta.


Vera afirma que o tempo também ajudou na compreensão de como “Ficções” é recebido. “Muita gente nunca foi tocada pelo discurso do sistema de crenças, por exemplo”, diz, aludindo a uma das ficções que o texto de Portella traz à luz. Vencedora dos prêmios Shell e APTR de melhor atriz por sua atuação, ela não hesita em dizer que a peça é dos trabalhos mais importantes de sua carreira.


Absoluta na agenda

“Acho que, na atual fase da minha vida, neste período de 'envelhecença', ela está em primeiro lugar. Entre os anos 1990 e 2000, 'Pérola', do Mauro Rasi, também me rendeu muitos prêmios, mas agora vou fazer 73 anos e posso dizer que 'Ficções' é absoluta na minha agenda, vamos seguir fazendo enquanto houver pedidos, porque gosto muito. Fico com vontade de levar para os países africanos de língua portuguesa. É um sonho”, conta. Ela diz que “Ficções” lhe dá, de forma saudável, a noção de suas limitações de corpo e voz. “Não é um limite limitador”, brinca.


O público de Belo Horizonte pôde, recentemente, ver outro trabalho de Portella como dramaturgo e diretor. A partir do livro “Ensaio sobre a cegueira”, de José Saramago, ele escreveu o texto do novo espetáculo do Grupo Galpão, “(Um) Ensaio sobre a cegueira, que esteve em cartaz ao longo do mês de maio, sob sua direção. Vera diz estar ansiosa para ver o trabalho.

“Deve ter sido um encontro maravilhoso esse do Rodrigo com o Galpão”, diz, chamando a atenção para o fato de que também é Federico Puppi o autor da trilha sonora.


Sobre o trabalho com Portella, ela diz: “Ele é um menino com uma cabeça contemporânea. Digo menino porque o vejo assim, pelo frescor, pelo êxtase diante da vida e da descoberta. É um andarilho do mundo, está morando em Barcelona. Ele sabe tudo no teatro, faz luz muito bem, então é um diretor com muita habilidade, além de ser divertido, alegre.”


BH no roteiro

Vera Holtz lembra que Belo Horizonte foi a segunda cidade do país a receber “Ficções”, após a estreia no Rio de Janeiro, e que a temporada de um mês no CCBB-BH foi muito importante para uma melhor compreensão do espetáculo por parte da própria equipe.

“Costumamos dizer que uma peça, depois que estreia, tem que criar musculatura. Belo Horizonte foi onde 'Ficções' criou musculatura. Começamos a entender o espetáculo. No final das apresentações, as pessoas ficavam no teatro, conversavam com a gente, compartilhavam impressões, porque não é um espetáculo que dá respostas; ele planta questionamentos”, afirma.


“FICÇÕES”
Monólogo com Vera Holtz, nesta sexta (20/6) e sábado (21/6), às 20h, e domingo (22/6), às 18h, no Grande Teatro do Sesc Palladium (Av. Augusto de Lima, 420, Centro). Ingressos com preços variando entre R$ 21 e R$ 180, à venda pela plataforma Sympla.

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