MÚSICA BRASILEIRA

Último show de Gilberto Gil em BH foi apoteótico e comovente

Cantor e compositor baiano levou 55 mil pessoas ao Mineirão e empolgou os fãs na fria noite deste sábado (14/6), com apresentação retrospectiva da carreira

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“O melhor lugar do mundo é aqui, é agora.” Nos últimos três anos o Mineirão tem assistido à despedida (dos palcos ou das grandes turnês) dos grandes, os maiores do que se chama música popular brasileira. Milton Nascimento em 2022, Caetano Veloso e Maria Bethânia em 2024 e Gilberto Gil nesta noite, para uma plateia de 55 mil pessoas.


Não há como fugir ao caráter retrospectivo para quem tem 60 anos de carreira em quase 83 de vida (o próximo 26 de junho é dia de festa de aniversário entre os Gil). O show “Tempo rei” - BH recebeu a 13ª data da turnê de 23 shows – foi criado para estádios – com história e emoção para o público do início ao fim.


Dois grandes telões acompanharam Gil o tempo todo. A história propriamente dita foi contada no imensa telão no fundo do palco, que espelhou cada uma das 30 canções. Ao centro, um espiral que destacava frases, nomes e cores.

 

Difícil pensar em um momento te tamanha combustão emocional quanto a interpretação de “Cálice”. Antes da canção, um vídeo apresentou Chico Buarque contando como sua parceria com Gil nasceu (a canção é de 1973). Uma música sobre censura que sofreu censura, Chico contou.

Samuel Rosa foi o convidado especial de Gilberto Gil na passagem da turnê

O ex-vocalista do Skank levantou o Mineirão quando surgiu no palco para dividir com Gil o reggae 'Vamos fugir'

Alexandre Guzanshe/EM/DA Press


O final da fala ficou pouco audível, já que os gritos de “Sem anistia” que vieram do público ecoaram em todo o Mineirão. A interpretação de Gil de “Cálice”, que nós acostumamos tanto na voz de Chico, é delicada, fortemente imagética – vários desaparecidos da ditadura, incluindo Rubens Paiva, apareceram no telão. De longe um dos destaques do show.


Como o roteiro busca, na medida do possível, respeitar a cronologia, a primeira parte, dedicada aos anos 1960 e 1970, é bastante diversa. “Eu vim da Bahia” exibiu várias imagens de um jovem João Gilberto, referência primeira do violão de Gil.


O momento em que Gil mais falou  com o público foi quando contou como compôs “Refavela”, após uma viagem à Nigéria, onde teve contato com muitos criadores negros, incluindo Fela Kuti e Stevie Wonder.


Seria uma ponte para a fase reggae, iniciada com “Não chore mais”, com as cores da bandeira da Jamaica dominando o palco. “Extra”. Foi um aperitivo para a entrada do convidado mineiro da turnê – a cada show Gil leva um artista para uma participação.

Era para ser surpresa, mas não havia como sê-lo. Samuel Rosa foi o convidado especial de Gilberto Gil na passagem da turnê “Tempo rei” por Belo Horizonte. Um dia após o lançamento do dueto com a nova gravação de “Vamos fugir” os dois a interpretaram juntos no palco.


Após o dueto, o caminho ficou aberto para a festa. “Realce” teve direito até a fogo saindo do palco – chegou a dar uma esquentadinha nessa noite fria.

Como um show extenso, cheio de projeções, e uma superbanda no palco – 16 músicos, além de Gil, todos de branco – o roteiro é bastante rígido. Há momentos em que ele chama a atenção para cada um dos músicos. O destaque mesmo é a sanfona de Mestrinho, que ganhou um momento só dele, fazendo a preparação para o momento mais intimista do show.


“Se eu quiser falar com Deus”, momento preferido de Gil no show, conforme ele relatou ao Estado de Minas, o leva a se sentar. Um quarteto de cordas, mais um trompete são os acompanhamentos do violão cheio de nuances de Gil.

O repertório é basicamente o mesmo que ele vem apresentando desde março, quando estreou “Tempo rei” em Salvador, com algumas pequenas trocas de lugar – ao todo, 30 músicas.


Gil está cantando em um tom mais baixo, mas com muita vitalidade – e os gritos agudos, tão característicos em suas canções, continuam com a mesma força.


Esta foi a 13ª apresentação da temporada, que segue até novembro com mais 10 datas. A próxima parada é Curitiba, em 5 de julho.

Confira o repertório do show da turnê "Tempo rei" em Belo Horizonte:

"Palco"


"Banda um"


"Tempo rei"


"Eu só quero um xodó"


"Eu vim da Bahia"


"Procissão"


"Domingo no parque"


"Cálice"


"Back in Bahia"


"Refazenda"


"Refavela"


"Não chore mais"


"Extra"


"Vamos fugir"


“Barracos”


"A novidade"


"Realce"


"A gente precisa ver o luar"


"Punk da periferia"


"Extra II (O rock do segurança)"


"Se eu quiser falar com Deus"


"Drão"


"Estrela"


"Esotérico"


"Expresso 2222"


"Andar com fé"


"Emoriô"


“Aquele abraço”


Bis
"Esperando na janela"


“Toda menina baiana”

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