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'Ladrões de drogas', com Wagner Moura, estreia hoje no Apple TV+

Série em oito episódios, adaptada do romance homônimo de Dennis Tafoya, acompanha a vida de duas figuras que caíram no crime quase que por acidente

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“Nós tiramos doces de crianças”, afirma Manny (Wagner Moura), exasperado, para Ray (Brian Tyree Henry). Naquela altura, não mais. “Tirar doces” era o que os melhores amigos faziam até então na Filadélfia: munidos de distintivos falsos da DEA (agência americana de combate às drogas), se passavam por agentes federais, roubando pequenos traficantes.


Só que os dois ladrões de galinhas foram longe demais. Ao escolher o alvo errado, desmantelaram a maior rota de tráfico da Costa Leste dos Estados Unidos. Mexeram com os caras errados: criminosos e policiais, todo mundo está atrás deles.


Com estreia nesta sexta-feira (14/3), no Apple TV+, “Ladrões de drogas”, série em oito episódios adaptada do romance homônimo de Dennis Tafoya (inédito no Brasil), é muito mais do que um jogo de polícia e bandido. Acompanha a vida de duas figuras à margem que não tinham a menor vocação para o crime. Ao caírem nele quase que por acidente, envolveram tudo e todos ao seu redor.


O tráfico é apenas a camada mais aparente da trama, que também trata de imigração, família (as de sangue e as que escolhemos) e sistema carcerário. O pano de fundo são os próprios EUA, e o crescimento de seu índice de pobreza intensificado durante a pandemia.


Além da presença de Wagner Moura em sua segunda série na Apple (a anterior é “Iluminadas”, de 2022), “Ladrões de drogas” destaca a presença de Ridley Scott. Produtor-executivo da trama criada por Peter Craig, o diretor de “Alien”, “Blade Runner” e “Thelma e Louise” também assina o primeiro episódio.


Ainda que Scott tenha começado sua carreira, nos anos 1960, na televisão, depois de se tornar um dos grandes de Hollywood, ele se envolveu em poucos projetos do gênero. Um dos roteiristas de “Gladiador 2”, mais recente filme do cineasta, Craig deixou o longa no meio para assumir “Ladrões de drogas”.


“A produção da série estava caminhando enquanto eu estava no filme. Eu falava do projeto para o Ridley e brincávamos sobre ele fazer TV. Já tínhamos outro filme em vista, sobre um fotógrafo de guerra. Quando estávamos quase prontos, o dinheiro não veio. Então, quase como uma piada, mostrei para o Ridley o piloto. Não achei que nada sairia daquilo, mas ele leu o roteiro numa noite. Gostou do tom de comédia sombria da história, tanto que foi direto para a série. Filmou o piloto antes de rodar ‘Gladiador’. E acabou estabelecendo o tom de toda a série”, explica Craig.


Trabalhar com Scott foi uma das razões pelas quais Wagner Moura aceitou o projeto. “É muito feliz quando você conhece os seus heróis e eles são ótimos. Ele é um cara incrível, cheio de energia, engraçadíssimo, que tem a capacidade de apertar o botão ‘foda-se’ como ninguém que já vi na vida.”

Vigaristas e fake news


O romance de Tafoya foi lançado em 2009, também a época em que a trama literária é ambientada. Peter Craig levou “Ladrões de drogas” 15 anos à frente, durante a pandemia. Ele explica a razão: “Estávamos fazendo uma série sobre todos os acordos quebrados na sociedade. O momento da COVID foi particular porque foi quando vários grupos se formaram. As pessoas não confiavam umas nas outras. Havia as que tomavam vacina e as que não, as que usavam máscara e as que não. A desinformação estava numa outra ponta, com as fake news. Ou seja, havia uma desconfiança de todos com todos. Pensei que este momento, desconfortável e dividido, seria perfeito para uma série sobre vigaristas que estão capitalizando em cima de uma suposta autoridade que um distintivo lhes dá.”


Ainda que o contexto seja pesado, “Ladrões de drogas” tem humor. Não o riso óbvio, mas como um “mecanismo de sobrevivência”, diz Craig. “Em um vigarista como o Ray, sua inteligência é a sua ferramenta. Ele não é muito bom com uma arma, nem com o distintivo ou o comportamento da DEA. Ele é rápido mentalmente, então esse cara vai ser engraçado para suavizar as coisas. E esta série tem uma camada absurda. Acho que a comédia geralmente vem quando temos situações autênticas em meio a coisas bizarras.”

Não interfere na trama contar que a namorada de Manny, Sherry (Liz Caribel Sierra), é surpreendida com um pedido de casamento que ocorre justamente por causa de uma situação surreal pelas quais os dois amigos se metem. É um momento de respiro em uma história que vai ganhando contornos trágicos em sua metade final.


Conexão imediata

Wagner Moura chegou ao set de “Ladrões de drogas” sem nunca ter falado com Brian Tyree Henry. “A gente se conectou de cara, se gostou. Foi sorte, porque às vezes não bate. Manny e Ray têm uma dinâmica interessante, é meio que um casamento, só que eles são muito diferentes. O Ray é o alfa da relação”, diz Moura.

Os atores se tornaram tão próximos que o brasileiro convidou o americano para estrelar seu segundo longa como diretor. “Last night at the Lobster”, adaptação do romance homônimo de Stewart O’Nan, acompanha o gerente de um restaurante caótico às vésperas do Natal. Além de Brian Tyree Henry, Elisabeth Moss, que contracenou com Moura na série “Iluminadas”, também está no elenco.


“LADRÕES DE DROGAS”


• A série estreia nesta sexta-feira (14/3), no Apple TV+, com o lançamento dos dois primeiros episódios

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