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Tiago Baumfeld
Tiago Baumfeld
Ortopedista Especialista em Pé e Tornozelo. Doutor em Ortopedia pela UFMG.
PÉ E TORNOZELO

Ombro congelado: como sair dessa enrascada

Pessoas entre 40 e 60 anos, especialmente mulheres, são mais propensas a desenvolver a condição

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A capsulite adesiva, mais conhecida como ombro congelado, é uma condição dolorosa e limitante que afeta a articulação do ombro, reduzindo significativamente a mobilidade e impactando a qualidade de vida de quem sofre com o problema. Apesar de não ser uma condição rara, muitas pessoas desconhecem suas causas, sintomas e as possibilidades de tratamento.

 

 

O que é o ombro congelado?

 

O ombro congelado é caracterizado por uma inflamação da cápsula articular do ombro, uma estrutura de tecido conjuntivo que envolve a articulação glenoumeral. Quando essa cápsula inflama e engrossa, forma aderências que restringem o movimento do ombro, causando dor e rigidez. Geralmente, o problema se desenvolve em três fases:

Fase dolorosa: Inicialmente, a dor é intensa e piora com o movimento. Nesta fase, as pessoas muitas vezes evitam mexer o ombro, o que pode agravar a rigidez.

Fase de rigidez: A mobilidade do ombro diminui progressivamente. Embora a dor possa diminuir um pouco, a limitação funcional se torna o principal problema.

Fase de resolução: Gradualmente, a mobilidade do ombro começa a retornar, e os sintomas melhoram com o tempo. Essa fase pode levar meses ou até anos para ser concluída.

Embora o ombro congelado possa se resolver espontaneamente em alguns casos, a recuperação completa é frequentemente longa e requer intervenções adequadas.

 

Principais causas e fatores de risco


A causa exata do ombro congelado não é completamente compreendida, mas existem diversos fatores que podem predispor ao seu desenvolvimento, incluindo:

Idade e gênero: Pessoas entre 40 e 60 anos, especialmente mulheres, são mais propensas a desenvolver a condição.

Doenças sistêmicas: Diabetes, hipotireoidismo, hipertireoidismo, doenças cardiovasculares e parkinsonismo estão associados a um risco aumentado.

Imobilização: Lesões ou cirurgias que exigem a imobilização do ombro podem desencadear a condição.

Traumas: Fraturas ou lesões nos tecidos moles ao redor do ombro podem precipitar a inflamação da cápsula.

 

Diagnóstico


O diagnóstico do ombro congelado é clínico, baseado na história do paciente e no exame físico. Os sintomas característicos incluem dor progressiva e restrição significativa dos movimentos tanto ativos quanto passivos do ombro. Em alguns casos, exames de imagem como raios-X, ultrassonografia ou ressonância magnética podem ser solicitados para descartar outras condições, como artrite ou lesões no manguito rotador.

 

Tratamentos disponíveis


Embora a recuperação completa do ombro congelado possa levar tempo, existem várias opções terapêuticas para aliviar os sintomas e acelerar o processo de recuperação.

1. Terapias conservadoras


Fisioterapia: É o principal pilar do tratamento. A mobilização passiva e ativa do ombro sob orientação profissional pode ajudar a restaurar gradualmente a amplitude de movimento. Exercícios de alongamento e fortalecimento são fundamentais.

Medicamentos: Analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são frequentemente usados para controlar a dor.

Compressas: Alternar entre compressas quentes e frias pode aliviar a dor e reduzir a inflamação.

2. Injeções


Bloqueio do nervo supraescapular: O bloqueio seriado desse nervo em específico pode ser muito benéfico para pessoas na fase dolorosa


3. Procedimentos invasivos


Manipulação sob anestesia: Em casos graves, pode ser realizada uma manipulação do ombro sob anestesia geral para romper aderências e restaurar o movimento.

Cirurgia artroscópica: Em situações raras, pode ser necessária uma cirurgia para remover tecidos cicatriciais e liberar a articulação.

 

Dicas para lidar com o ombro congelado no dia a dia


Viver com ombro congelado pode ser desafiador, mas algumas estratégias podem ajudar a tornar o processo mais suportável:

Seja paciente: A recuperação pode ser lenta, mas seguir as recomendações do médico e do fisioterapeuta é essencial.

Mantenha-se ativo: Mesmo que limitado, o movimento regular é importante para evitar rigidez adicional.

Evite esforços excessivos: Não tente forçar movimentos que causam dor intensa. O progresso deve ser gradual.

Apoie-se em recursos: Ferramentas ergonômicas e adaptações no ambiente podem facilitar as atividades diárias.

 

 

Leia também:Você sabe qual a quantidade ideal de exercício que devemos praticar?

 

Prevenção


Embora nem todos os casos de ombro congelado possam ser prevenidos, algumas medidas podem reduzir o risco:

Tratar condições subjacentes: Manter o controle de doenças como diabetes e disfunções da tireoide é crucial.

Manter a mobilidade: Sempre que possível, evite imobilizar o ombro por longos períodos.

Praticar exercícios regulares: Fortalecer os músculos do ombro e melhorar a flexibilidade pode prevenir lesões.

 

O ombro congelado pode ser uma condição frustrante e debilitante, mas com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, é possível superar os desafios e recuperar a mobilidade. Seja por meio de fisioterapia, intervenções médicas ou adaptações no dia a dia, o importante é adotar uma abordagem proativa para garantir uma recuperação eficaz. Lembre-se: buscar ajuda profissional e seguir as orientações recomendadas é o primeiro passo para sair dessa enrascada e retomar uma vida plena e ativa.

Quer mais dicas sobre esse assunto? Acesse: www.tiagobaumfeld.com.br ou siga @tiagobaumfeld

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