RAUL VELLOSO
Raul Velloso

Hora e a vez do verdadeiro ajuste fiscal

Hoje temos um déficit público – efetivo ou potencial – bastante elevado, mesmo sem os efeitos do tarifaço, imaginem com eles

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A credibilidade da âncora fiscal do Brasil só diminui. Ao identificar o custo de medidas de socorro a empresas brasileiras atingidas pelo tarifaço americano, juntamente com as despesas com a chamada PEC da Transição, inclusive precatórios, sem falar no auxílio recente ao estado do Rio Grande do Sul e no ressarcimento aos segurados do INSS que são vítimas de fraudes naquele órgão, entre outras, matéria chocante no Estadão de ontem salientou, ao analisar a difícil situação financeira em que estamos metidos, que há um montante ao redor de R$ 388 bilhões em gastos não considerados como parte do cumprimento da ambiciosa meta fiscal deste ano, fosse ela qual fosse. E por aí foi...

Aos poucos, se tomará conhecimento da real dimensão dessa expressiva “pedrada” sobre nossas costas, e só assim se poderá fazer uma melhor avaliação sobre o que fazer com as variáveis críticas de nossa economia.

Além dos impactos desastrosos sobre emprego, entre outras importantes variáveis setoriais e macroeconômicas que serão afetadas, não poderia haver momento mais difícil para tal cataclisma, como o citado tarifaço, eclodir sobre nós. Nesses termos, é inacreditável que o atual governo possa demonstrar tamanha inoperância para lidar com algo tão grave como se tem visto até agora por aqui. (Tratarei rapidamente a seguir dos principais pontos que me parecem superrelevantes para termos em mente nesse tipo de discussão em nosso país, longe de se esgotarem em apenas um artigo da reduzida dimensão deste).

Tendo o elevado impacto acima referido em mente, qual seria o real “x” da questão para nós, ao estourar o tarifaço? Na verdade, penso que o real problema número um que o país precisa enfrentar para valer, e de que muitos ainda não se deram conta, se trata da desastrosa situação de desequilíbrio fiscal que há muito assolou por aqui, e que essa última “bomba”, o “trumpismo”, só veio agravar. Tal “x” nem de longe se assemelha com o da China ou de outros países que se destacam na discussão do momento.

Ou seja, hoje temos um déficit público – efetivo ou potencial – bastante elevado, mesmo sem os efeitos do tarifaço, imaginem com eles.

Mas onde está o real “x” da questão, no detalhe? Trata-se do desequilíbrio previdenciário, que é gigantesco em nosso país, e não apenas temos deixado de “comprar” esse diagnóstico (talvez por medo desenfreado do desgaste político), como de reconhecê-lo explicitamente, explicar qual seria o diagnóstico relevante, e quais as medidas de ajuste mais eficazes a adotar.

Para concluir, e esperando continuar a discussão em breve, saliento que o peso da despesa previdenciária (inclusive o BPC) no gasto não-financeiro total acabou de alcançar nada menos do que 58,5%. Chocante, não é mesmo?

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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