Patrícia Espírito Santo
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Cá entre nós

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Acho um horror a mania que se instalou entre nós brasileiros de colocar todos casais de padrinhos de casamento vestindo a mesma cor, quando não o mesmo modelo, como fazem os estadunidenses. Simplesmente importamos mais essa, como se aqui fizesse sentido fazer de nossos convidados parte integrante da decoração da festa como legítimos pares de jarras.

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Porém existem algumas tradições casamenteiras dos americanos do norte que têm minha simpatia. Me causa inveja por exemplo o hábito de fazer discursos em determinada hora da festa. O tim-tim do bater um talher na taça chama a atenção de todos para aquele que se vê no direito e no dever de ser o foco naquele momento. Faz-se o que hoje atribuímos ao celebrante não religioso. Só que com uma vantagem: quem conta a história do casal são pessoas que fizeram parte dela e não cobram nada por isso. Pode não ter o mesmo glamour, mas tem originalidade e afeto, mesmo quando o que se faz ali é um acerto de contas.


Do lado de cá, evitamos ao máximo falar sobre sentimentos (os nossos e os dos outros) em público. Deixamos que a timidez nos contamine e nos reserve o papel de simples convivas mais preocupados em acompanhar o desenrolar do buffet e da música ao fundo. Preferimos dar vexame bebendo demais e dançando com descompostura que correndo o risco de falar sobre o que nos liga ao casal que festeja sua união.


Há também o hábito de tomar o púlpito para falar sobre o morto quando de seu enterro. O que ele representou e a falta que fará. Não se trata de fazer dele um santo, mas de expressar seu significado. Aqui preferimos o silêncio porque também confundimos conversa e barulho com desrespeito a quem partiu. De minha parte prefiro lembrar além de rir e chorar das peripécias que passamos juntos.


Uma das cenas que mais me encanta no filme “E se vivêssemos todos juntos?” é a realização do último desejo de Jeanne, personagem interpretada por Jane Fonda. Ser enterrada em um caixão rosa que, antes de descer para o fundo da terra, serve de aparador para as taças de champanhe degustadas por seus amigos mais íntimos enquanto comemoravam a vida no lugar de lamentar a morte. Cá entre nós, porque não fazê-lo?

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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