Após duas tentativas, Lula fica sem rumo em Minas
Marília disse que não deixaria a prefeitura, onde detém 83% de aprovação, por outro Executivo, mas informou que seu nome lidera todas as pesquisas ao Senado.
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Depois de duas tentativas frustradas, o presidente Lula (PT) está encurralado e sem palanque em Minas para sustentar seu projeto de reeleição no estado que é fiel da balança no país. Primeiro, ele estimulou a pré-candidatura a governador de Rodrigo Pacheco (PSD), atual senador. Nove meses depois do lançamento, até hoje, Pacheco não deu resposta. Ao contrário, o senador deixa claro que deseja outra vaga a ser indicada pelo presidente, a de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Deixou Lula encurralado no STF e em Minas.
Na semana passada, Lula sondou um plano B. A pedido dele, a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) consultou a prefeita de Contagem (Grande BH), Marília Campos (PT). Dessa vez, a negativa foi direta e objetiva e sem margens de indecisão. A prefeita recusou disputar o governo de Minas ou a vice-governadoria.
Ante a insistência da ministra, que disse que o presidente queria contar com a prefeita no palanque, Marília apresentou suas condições. Só aceita disputar o Senado desde que seja a candidata única de Lula. Nas próximas eleições, cada chapa poderá lançar até dois candidatos/as para as duas vagas no Senado. A notícia não é boa para outro pretendente ao cargo: o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD).
Marília disse que não deixaria a prefeitura, onde detém 83% de aprovação, por outro Executivo, mas informou que seu nome lidera todas as pesquisas ao Senado. Argumentou junto à ministra que a situação financeira de Minas é falimentar e que seria necessário um perfil de centro-esquerda para dar conta da missão. Admitiu que a rejeição popular ao PT e que o próprio partido não apoiaria integralmente suas propostas para tirar Minas desse atoleiro. A própria Marília fez a defesa, junto a Gleisi, da reaproximação do presidente Lula com Alexandre Kalil (PDT). Não houve resposta.
'Lusimões': tá valendo tudo
A constatação da dificuldade em Minas levou alguns aliados de Lula a defenderem o improvável, uma fórmula experimentada no passado com sucesso por meio de uma combinação inusitada. Já foi chamada de “Lulécio”, mistura informal de Lula com Aécio (2002) e “Dilmasia”, Dilma e Anastasia (2010). A de agora, atenderia pelo apelido de “Lumões”, que teria Lula para presidente e Mateus Simões (atual vice-governador) par governador. Ao ser perguntado pela estratégia, o ministro Alexandre Silveira nega a autoria, afirmando que a iniciativa não faz sentido.
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Fim dos direitos humanos
A atuação do governo Cláudio Castro (RJ), após a operação policial mais letal da história do país, com 121 mortos, é aprovada por 37%, que a consideram ótima ou boa. O trabalho é regular para 25% e péssimo para 37%. Os dados são da pesquisa do Datafolha feita entre 30 e 31 de outubro. Deve subir mais ainda com outra operação que deverá ser desencadeada nesta semana. Como ele, outros governadores estão sendo influenciados a adotar estratégia semelhante. Sob o bonito nome de “consórcio da paz”, esses governadores defendem uma guerra civil contra o tráfico.
BH ficará sem cultura
Se Romeu Zema (Novo) não dá bola para a cultura, o prefeito de BH, Álvaro Damião (União), poderia pensar e juntar R$ 37 milhões, em valores oficiais, para “comprar” o Palácio das Artes. Por ali, passa por ano uma população da capital (2,4 milhões). Seria um grande investimento do novo prefeito na área cultural da cidade. Caso contrário, BH continuará sem um teatro e casa de shows compatíveis com a terceira cidade do país. O prédio não pode ser vendido para o mercado, de acordo com Decreto-Lei nº 25/1937 (art. 11), mas pode ser negociado entre entes da administração pública. Hoje, ele está sendo federalizado para o governo federal dentro do Propag (programa de renegociação da dívida).
Tombamento flexível
A exemplo do Palácio das Artes, outros imóveis do estado serão federalizados, para o pagamento da dívida de Minas com o governo federal, mesmo sendo tombados. Entre eles, a Fazenda Boa Esperança, com capela de Aleijadinho, em Belo Vale, e o Espaço Conhecimento (Praça da Liberdade).
Araxá irritada com Zema
Zema não está sendo bem-vindo em sua própria terra (Araxá) ou em Poços de Caldas (Sul). A população local de ambas as cidades, administradas por governos de direita, está irritada com a entrega (federalização) de seus principais patrimônios para o governo federal, do esquerdista Lula. Estão na lista da federalização o Grande Hotel de Araxá e suas termas e o Palace Casino (Poços) e suas termas.
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Bye, bye ‘times square’!
Apesar da aprovação da Câmara de BH e sanção do prefeito Álvaro Damião, o projeto da Fiemg de implantar uma “times square” na Praça 7 ficará só no papel. Está natimorto.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
