Pesquisa do IEEE mostra que 2026 será o ano do avanço da IA no Brasil
Para 64% dos líderes brasileiros a inovação, exploração e adoção da IA agêntica continuarão aceleradas em 2026, com investimentos na tecnologia.
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Uso generalizado da Inteligência Artificial (IA) agêntica – que define metas, planeja e executa tarefas com mínima intervenção humana – pelos consumidores no próximo ano deve impactar setores como desenvolvimento de softwares, bancos e serviços financeiros, mídia e entretenimento, saúde, educação, tecnologia e energia, segundo o estudo “O Impacto da Tecnologia em 2026 e Além: um Estudo Global do IEEE”, envolvendo líderes globais de tecnologia do Brasil, China, Índia, Japão, Reino Unido e EUA. A expectativa revelada no estudo do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) é de que a IA agêntica impacte também tecnologias robóticas, de veículos autônomos, realidade estendida e realidade aumentada, virtual e mista.
No Brasil, a pesquisa mostra que em relação aos impactos da IA agêntica, 60% dos entrevistados acreditam que eles serão no desenvolvimento de software, enquanto 48% acreditam que os bancos e serviços financeiros vão adotar a nova tecnologia. Com o mesmo percentual está o segmento de mídia e entretenimento. Para 56% dos entrevistados no Brasil, a tecnologia mais impactada será a robótica, enquanto o mesmo percentual avalia que IA agêntica vai ser usada para identificar vulnerabilidades de segurança cibernética em tempo real, com a prevenção de ataques. Para 40% a nova IA vai auxiliar na automatização do atendimento ao cliente. Para 64% dos líderes brasileiros a inovação, exploração e adoção da IA agêntica continuarão aceleradas em 2026, com investimentos na tecnologia.
“A gente está saindo de uma IA tradicional e está vindo para uma IA agêntica, que muda tudo do que a gente está acostumado, do que a gente tem no dia a dia, no que diz respeito a IA. Em 2026, a gente vai começar a ver a IA agêntica ser mais utilizada”, afirma Camilo Oscar Girardelli, arquiteto de software sênior e membro do IEEE. Especialista em transformação digital por meio de IA Machine Learning, Camilo explica que a IA tradicional é o caso da Alexa, onde o usuário dá um comando e a IA executa, enquanto a agêntica é capaz de gerenciar, planejar e executar tarefas, como num carro autônomo ou em uma casa inteligente, com ela pensando em um menu ao checar os ingredientes da geladeira a partir do que o usuário gosta e até acionando previamente um forno, por exemplo, ao ser solicitada a pensar em um jantar.
Segundo o relatório da pesquisa do IEEE, “A IA agêntica funciona como um assistente inteligente que, ao receber uma tarefa, consegue trabalhar de forma autônoma, mas ainda precisa que seu trabalho seja revisado. A adoção dessa tecnologia está crescendo, e a grande maioria dos profissionais de tecnologia no mundo (96%) concorda que a inovação, a exploração e a adoção da IA agêntica continuarão avançando em ritmo acelerado em 2026, à medida que tanto empresas consolidadas quanto startups ampliam seus investimentos e compromissos com essa tecnologia”. A expectativa é de que o avanço da tecnologia impulsione uma onda de contratações de analistas de dados.
Para o IEEE, o Brasil, por ser um país receptivo a novas tecnologias e por contar com profissionais qualificados pode liderar o processo de inserção da IA agêntica na sociedade, mas há um alerta. “Como a gente vai garantir a eficiência e a segurança de uma tecnologia justa, uma tecnologia que garanta, por meio de várias áreas, como na smart city (cidade inteligente), para que todos tenham igualdade, acesso, e acima de tudo, que essa tecnologia venha assegurar a resolução de problemas de forma eficiente e sustentável”, afirma Gabriel Gomes de Oliveira, membro do IEEE e professor colaborador da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp. Camilo e Gabriel avaliam que a união de esforços entre o setor público e a iniciativa privada podem colocar o Brasil entre os principais países no desenvolvimento e uso da IA.
Tecnologia
R$ 5,4 bilhões
É o valor dos financiamentos aprovados pelos BNDES e Finep para desenvolvimento de inteligência artificial desde 2023, segundo informa o banco de desenvolvimento
Fusões e aquisições
Estudo feito trimestralmente com 43 setores da economia brasileira mostra que no terceiro trimestre foram feitas 425 operações de fusões e aquisições, no melhor resultado deste ano, segundo a KPMG. No primeiro trimestre foram 330 e no segundo 409 negócios. Já no acumulado do ano foram 1.164 fusões e aquisições, o quer representa uma queda de 2,6% sobre igual período de 2024. Mesmo com a queda, o cenário é de estabilidade.
Empreendedores
Pelo menos 57% dos líderes de pequenas e médias empresas dizem sentir falta de conexão com outros empresários e especialistas, enquanto 52% relatam impactos na saúde física e mental provocados por uma rotina intensa de trabalho. A realidade mostra solidão, cansaço e isolamento entre os pequenos empresários. A dura realidade é revelada em pesquisa feita pelo Itaú Empresas em parceria com o Instituto Locomotiva.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
