
Pequenas empresas mostram desconfiança com a economia
Pesquisa feita pela Omie com pequenas empresas, entre fevereiro e março, mostra que para 51% dos pequenos empresários o ambiente de negócios vai piorar nos próx
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O ambiente macroeconômico, com taxas de juros elevadas e os preços pressionados, além das incertezas geradas pelas tarifas impostos pelo governo Donald Trump está mexendo com a confiança dos empresários, que se mostram mais pessimistas com a economia. Uma pesquisa feita pela Omie com pequenas empresas, entre fevereiro e março, mostra que para 51% dos pequenos empresários o ambiente de negócios vai piorar nos próximos meses, um aumento de 12 pontos percentuais em relação aos 39% registrados em setembro. Agora, apenas 21% dos pequenos empresários esperam uma melhora na economia brasileira.
Na sondagem da Omie, foram ouvidas 460 lideranças, entre CEOs, diretores, sócios e gerentes sobre as expectativas em relação aos seus negócios, principais dificuldades e desempenho da economia brasileira. Se estão mais pessimistas sobre a economia, o mesmo ainda não é percebido em relação ao próprio negócio. O levantamento mostra que cerca de 84% esperam ampliar o faturamento dos seus negócios nos próximos meses, enquanto 43% acreditam que vão abrir novas vagas no mesmo período.
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Para o economista e gerente de Indicadores e Estudo Econômicos da Omie, Felipe Baraldi, o resultado positivo surpreende diante do cenário macroeconômico e das indicações de desaquecimento do mercado das pequenas e médias empresas nos últimos meses. “Alguns fatores podem sustentar a visão otimista dos pequenos empreendedores em diversos segmentos, como a continuidade do crescimento da renda real do trabalho e o forte desempenho do comércio nos últimos meses”, afirma Beraldi.
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Atualmente, o Brasil conta com mais de 10 milhões de micro e pequenas empresas ativas, sendo que a grande maioria, ou cerca de 65%, são optantes pelo Simples Nacional. Somente no primeiro semestre, o país registrou a abertura de mais de 1,4 milhão de pequenos negócios e hoje mais da metade da população adulta não empreendedora no Brasil deseja abrir o próprio negócio, segundo dados do Sebrae Nacional.
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Prioridades
Na quarta-feira, a Frente Parlamentar Mista das Micro e Pequenas Empresas e o Sebrae assinaram uma carta compromisso, com os principais projetos apoiados pelas duas entidades, que será encaminhada aos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre. “Entre os projetos prioritários estão o aumento do teto dos microempreendedores individuais (MEI), o Marco Legal do Reempreendedorismo, o Programa Crédito da Mulher e a atualização do Estatuto das Micro e Pequenas Empresas”, diz nota do Sebrae.
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A intenção da carta é melhorar o ambiente de negócios. Para o presidente do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, José Zeferino Pedroso, são importantes os esforços para atualizar a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. “É preciso apoiar esses negócios, em especial, no contexto da Reforma Tributária”, afirmou Pedroso. Para o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Memp), Márcio França, o ano de 2025 apresenta uma grande oportunidade para os parlamentares aprovarem os projetos de lei. “O presidente Lula criou a lógica dos pequenos há 20 anos. Por isso, acredito que a gente consegue destravar essa máquina da Fazenda para que permita, já neste ano, a implantação da progressividade (do MEI), e construir a lógica da rampa”, disse o ministro.
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