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Marcílio de Moraes
Marcílio De Moraes
Jornalista formado pela PUC Minas em 1988, com passagem pelos jornais Diário do Comércio e O Tempo. Trabalhou em coberturas de leilões de privatização e em feiras internacionais
BRASIL EM FOCO

Mercado de trabalho aquecido beneficia os reajustes salariais

O percentual de negociações salariais que tiveram ganho real, acima da inflação, atingiu o maior patamar desde de 2018, com 85% dos acordos superando o INPC

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Com a taxa de desemprego registrando os menores patamares da história e o mercado de trabalho aquecido, os salários vão continuar pressionados e registrando ganhos reais. Enquanto a taxa de desemprego no trimestre encerrando em novembro recuou para 6,1% e registrou o menor patamar da série histórica, o percentual de negociações salariais que tiveram ganho real, acima da inflação, atingiu o maior patamar desde de 2018, com 85% dos acordos superando o INPC, ou seja, aumento salarial acima de 4,77%. Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). Além do percentual, que superou os 76,4% de 2023, o ganho médio sobre a inflação, que foi de 1,27 ponto percentual em 2023, passou para 1,37 ponto percentual no ano passado.

 

 

O Dieese analisa todos os reajustes salariais registrados no Mediador, base de dados do Ministério do Trabalho e Emprego. O levantamento mostra que no ano passado, 11,4% das negociações salarias conseguiram apenas a reposição da inflação e apenas 3,6% não conseguiram recuperar o poder de compra do salário, os menores patamares nos últimos seis anos. Ainda segundo o levantamento do Diesse, houve escalonamento de reajuste em 14,3% dos casos, enquanto em apenas 1,3% dos reajustes houve pagamento em duas ou mais parcelas. “Esse expediente – de parcelar os reajustes – foi muito frequente em 2021 e 2022, período em que a inflação foi substancialmente maior. A elevação da inflação tende a gerar aumento no número de casos de reajustes parcelados”, diz o Dieese no relatório divulgado ontem.

 

 

Com os salários registrando aumentos ao longo do ano, em 2024 o reajuste necessário, em média, para repor as perdas inflacionárias foi de 3,9%, com o maior patamar no ano alcançado em dezembro, em 4,84%. Para este mês, segundo o Dieese, o reajuste necessário para repor perdas é de 4,77%. O levantamento mostra ainda que reajustes acima da inflação foram a tônica no ano passado, com mais de 80% das negociações de datas-bases de janeiro a setembro registrando aumento acima da inflação. A melhor marca foi registrada em maio, com 88,8% das negociações superando o INPC. Mas no último trimestre houve uma redução no percentual de negociações salariais com ganho real. De outubro a dezembro, 75% dos acordos salariais superaram a inflação.

 


Os melhores momentos para os trabalhadores recuperarem as perdas da inflação e terem ganho real foi em janeiro, quando os reajustes salariais ficaram 1,62% acima da variação do INPC, e em maio, quando o ganho sobre a inflação foi de 1,55%. O Dieese observa que as duas datas-base concentram 51% de todos os reajustes analisado em todo o ano. “Sobre o comportamento geral, nota-se tendência clara de redução do indicador a partir de junho, apesar da observada recuperação em setembro”. O Dieese mostra ainda que ganhos acima da inflação foram observados em cerca de 85% das negociações de cada setor, com exceção do comércio, onde o nível foi de 81,5%. Já as negociações com perda para a inflação foram 2,8% no comércio e 5,1% no setor rural.

 

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A perspectiva é de que os salários continuem registrando ganhos, com o mercado de trabalho permanecendo aquecido. O Barômetro da Infraestrutura Brasileira, da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), mostra que houve aumento na percepção favorável com relação às contratações de novos funcionários para o setor. De acordo com a entidade, 47,9% dos entrevistados indicaram cenário favorável para contratações nos seus respectivos setores, contra 45.9% no primeiro semestre do ano passado.

Embora apontem tendência de contratação no setor, em relação à própria empresa a expectativa é menos otimista. “Há uma leve dissonância entre as percepções gerais para o mercado de infraestrutura e a avaliação específica para suas próprias empresas, o que pode indicar uma tendência de conservadorismo nas contratações até que sejam vislumbradas melhores perspectivas de longo prazo”, observa a Abdib.

 

Valores

 

138 milhões

de cheques foram emitidos no ano passado no Brasil, com que da 18% sobre 2023, segundo levantamento da Febraban

 

Cidades inteligentes

Um estudo recente de pesquisadores da Unicamp com uso da IoT e Lógica Fuzzy para otimizar o gerenciamento de semáforos, priorizando veículos como ambulância e viatura policial. A solução, desenvolvida no Brasil e baseada na plataforma Dojot pode reduzir em até 30% o tempo de deslocamento de veículos prioritários. Os especialistas que desenvolveram a tecnologia integram o Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE).

 

Força das pequenas

O faturamento das pequenas e médias empresas no Sudeste teve avanço de 3,3% no ano passado em relação ao período anterior, segundo o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs. Em todo o país, o faturamento das pequenas e médias cresceu 4,5% em 2024. O desempenho foi melhor no Sul (8,4%) e no Nordeste (8,3%). Já as PMEs do Centro-oeste ficaram estagnadas (0,1%) e as do Norte tiveram queda de 10,4%.

 

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