João Sousa e Caio Rossato, da Associação Brasileira de Criadores de Búfalo, com animais expostos na Megaleite -  (crédito: Marcílio de Moraes/EM/D.A Press)

João Sousa e Caio Rossato, da Associação Brasileira de Criadores de Búfalo, com animais expostos na Megaleite

crédito: Marcílio de Moraes/EM/D.A Press

 

Fugindo um pouco da macroeconomia, chama a atenção o espaço que os criadores de búfalos e a cadeia produtiva da bubalinocultura vem conquistando no mercado brasileiro, com taxa de crescimento de mais de 10% ao ano. A atividade desponta como sustentável e, segundo os produtores, mais saudável, apelo que deve assegurar a continuidade do crescimento. Hoje no Brasil existem mais de 17 mil criadores e cerca de 2 milhões de cabeças de bubalinos. O setor emprega mais de 40 mil trabalhadores e movimenta mais de R$ 1 bilhão ao ano em toda a cadeia produtiva que, além do leite, comercializa também a carne de búfalo. Os dados são da Associação Brasileira dos Criadores de Búfalo (ABCB).


Investimentos em melhoramento genético, selo de pureza garantindo a procedência do leite de búfala e abrir o mercado externo são as apostas dos criadores para manter o crescimento. Segundo, Caio Rossato, presidente da ABCB, este ano o Brasil deve processar 100 milhões de litros de leite, sendo que desse total cerca de 50% estão em São Paulo e Minas Gerais, os maiores produtores de leite e de produtos lácteos de búfala. Com isso, os principais laticínios estão nos dois estados que juntos têm 200 mil cabeças de bubalinos, 10% do total do país.

 


Hoje, segundo Rossato, 12 laticínios estão certificados com o Selo de Pureza ABCB – 100% Leite de Búfala e juntos processaram 15 milhões de litros de leite no ano passado, devendo elevar esse volume para 17 milhões neste ano. “O leite é todo para a produção de queijo, com muito pouco sendo comercializado in natura”, diz Rossato, que participou da Megaleite, em Belo Horizonte, na semana passada. Para a exposição, a ABCB trouxe para o Parque de Exposições da Gameleira, 50 animais e promoveu degustações tanto dos produtos com o leite de búfala, quanto com os cortes da carne de bubalinos, que, segundo Rossato, são tão macias e saborosas quanto os bovinos.


O crescimento da criação de búfalos ocorre por fatores como a perspectiva de um animal ser criado tanto no regime intensivo como no extensivo e seu manejo, que exige área com água e sombra, tendo um custo cerca de 20% menor do que o de uma vaca, com o leite e os produtos tendo um valor de venda maior. “O valor é mais de 50% superior e outro diferencial é que o rendimento industrial do leite é praticamente o dobro do bovino e isso entra também no papel de sustentabilidade, porque você consegue produzir mais queijo com metade do volume do leite utilizado”, detalha Caio Rossato. “Isso é o que tem chamado a atenção e trazido muitos criadores e muitas indústrias para o setor”, acrescenta Rossato, que cria búfalos em São Paulo.


João Souza, coordenador do programa de qualidade da ABCB e diretor-executivo do Laticínios Bom Destino, avalia que o crescimento da produção de leite está maior este ano. “O crescimento do volume de leite está em torno de 35% a 40%, isso porque a atividade cada vez mais vem chamando a atenção dos produtores e mais produtores estão entrando no negócio e os que já estão vem melhorando, cuidando da genética, cuidando melhor e produzindo mais”, afirma o diretor-executivo do Bom Destino, laticínio mineiro que cria búfalos e processa o leite em Oliveira. O Bom Destino surgiu há 35 anos com bovinos, mas trocou de espécie e há 23 anos trabalha com búfalos.


Para o consumidor, Rossato destaca o fato de o queijo de búfala conter mais cálcio, minerais e proteína em uma porção menor e o preço se justifica pelo processo de elaboração ser mais complexo e pelo fato de a produção de leite de búfala ser ainda muito pequena em relação à de leite bovino. “Isso acaba levando a um custo de produção maior e a uma logística mais cara”, observa Rossato ao admitir que hoje os derivados de búfala ainda não são produtos populares.

 

Energia

 

8.936

novos consumidores migraram para o mercado livre de energia de janeiro a maio deste ano, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)

 


Pequenas

 

As micro e pequenas empresas representam hoje 94% de todas as empresas ativas no Braisl, com uma participação de 30% no PIBo. Das 21,9 milhões de empresas ativas, 20,5 milhões são micro e pequenas empresas, sendo que desse universo 12,41 milhões são MEIs. Elas responderam ainda por 61,3% dos empregos formais gerados entre janeiro e maio deste ano. Os dados são do Empreendedor Brasil – Inteligência de Mercado para Micro e Pequenas Empresas, da Serasa Experian.

 


Consumo

 

As famílias brasileiras devem desembolsar este ano cerca de R$ 7,3 trilhões com os mais diversos itens de bens de consumo, o que vai representar um crescimento de 2,5% em relação ao ano passado, segundo a Pesquisa IPC Maps 2024, feita considerando uma expectativa de crescimento de 2,2% do PIB este ano. O aumento do consumo, segundo Marcos Pazzini, ainda é baixo comparado a 2023 (3,1%) e em 2022 (4,3%), “mas ainda sim, mostra que o país está se recuperando”.