
Powerbank pega fogo em voo da KLM e expõe falhas no transporte aéreo
Incidente entre São Paulo e Amsterdã alerta para os riscos das baterias de lítio, reforça a importância das normas da ANAC e da IATA
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Um episódio ocorrido nessa quarta-feira (6/08), durante um voo da companhia KLM entre São Paulo (Guarulhos) e Amsterdã, na Holanda, trouxe à tona um tema fundamental na aviação civil: a segurança no transporte de dispositivos eletrônicos com baterias de lítio, como os populares carregadores portáteis (powerbanks).
De acordo com relatos de passageiros e vídeos compartilhados nas redes sociais, um powerbank começou a superaquecer dentro de uma mochila, na cabine da aeronave, provocando fumaça intensa e foco de incêndio. A equipe de comissários de bordo agiu com rapidez, utilizando extintores para apagar o fogo. A aeronave sobrevoava o oceano Atlântico no momento da ocorrência. Ninguém ficou ferido.
Embora o incidente tenha sido contido, foram escancarados os riscos reais do transporte inadequado desses equipamentos e a necessidade de total atenção às normas de segurança por parte de passageiros e companhias aéreas.
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O powerbank é um aparelho eletrônico que pode ser ligado e desligado, embora alguns modelos façam isso de forma automática. Ele funciona como uma bateria externa usada para carregar dispositivos como celulares, tablets entre outros.
Carregadores portáteis são equipados com baterias de íon-lítio, que, em determinadas circunstâncias, podem provocar superaquecimento, combustão ou até explosões. Por esse motivo, as normas da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) proíbem o transporte desses dispositivos em malas despachadas.
- Relembre: passageira tenta invadir cabine de piloto e causa retorno de voo
- E ainda: Cancelamento ou perda de voo de conexão: hospedagem distante ou inexistente
O powerbank deve ser obrigatoriamente transportado na bagagem de mão, próximo ao passageiro, de forma acessível e desligado durante o voo. A razão é simples: caso ocorra um incidente, a tripulação poderá agir imediatamente — como aconteceu no voo da KLM. Se o aparelho estivesse no porão da aeronave, a tragédia seria iminente. Em face disso, se a informação foi dada aos passageiros previamente e não foi obedecida, a responsabilidade deve ser imputada àquele que não seguiu a orientação passada.
A maioria das companhias aéreas já incorporou a pergunta no momento do check-in ou despacho de bagagens, questionando expressamente se o passageiro está transportando esse tipo de dispositivo. Cabe ao viajante informar, com clareza e responsabilidade, a localização do equipamento. Já houve casos relatados de malas retidas ou não embarcadas por conterem powerbanks escondidos ou não declarados.
Quais são as orientações básicas para passageiros?
- Leve sempre o powerbank na bagagem de mão;
- Nunca despache o aparelho — é proibido;
- Verifique a capacidade energética: até 100Wh (27.000 mAh), permitido sem restrição; de 100Wh a 160Wh, requer autorização da companhia aérea; acima de 160Wh, proibido em voos comerciais;
- Evite o uso durante o voo, especialmente durante a decolagem e o pouso;
- Compre produtos certificados, com selo da Anatel ou marcas confiáveis.
O caso ocorrido no voo da KLM é um exemplo real de como falhas no transporte de dispositivos eletrônicos podem colocar em risco a segurança de centenas de pessoas a bordo. A pronta atuação da tripulação foi essencial para evitar um desastre — mas o episódio também mostra que a responsabilidade é compartilhada.
As companhias aéreas devem orientar claramente os passageiros, reforçando, desde o momento da compra da passagem até o embarque, os itens proibidos no porão da aeronave. Já os passageiros têm o dever de informar a verdade no momento do check-in e seguir as determinações de segurança sem omissões.
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Viajar com responsabilidade é um compromisso mútuo. E, no caso de dispositivos eletrônicos como os powerbanks, essa atenção pode literalmente salvar vidas.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.