
Pessoas fortes não nascem prontas, elas se constroem
A trajetória de Stefano lança luz sobre uma questão frequentemente negligenciada: cuidar do corpo não é futilidade, é autocuidado
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Em meio a um universo saturado de informações sobre saúde e bem-estar, muitos se questionam sobre o que, de fato, funciona para emagrecer e promover uma verdadeira transformação física. Nesse cenário, a história de Dilson Stefano Alves da Silva, conhecido como Stefano, ganha relevância por unir experiência pessoal, ciência e resultados concretos.
Natural de Nova Lima (MG), Stefano, hoje com 40 anos, enfrentou na própria pele os desafios da obesidade. Aos 14, vítima constante de bullying, decidiu que não seria mais refém das limitações impostas pelo excesso de peso. O que começou como uma busca por autoestima e saúde se transformou, anos depois, em profissão e propósito de vida.
Atuando como personal trainer, Stefano se especializou em atender homens e mulheres que não encontravam resultados nos métodos tradicionais de academia. Sua abordagem, que une treinamento físico, fundamentos da nutrição e estratégias aplicadas a atletas, foi desenvolvida após anos de estudo com nutrólogos, nutricionistas e especialistas em performance humana.
Mas sua atuação vai além dos treinos. Ele percebeu, ao longo dos atendimentos, um padrão: muitos de seus alunos o procuravam após episódios de separação, geralmente associados a traições. E há explicação científica para esse fenômeno.
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Pesquisas da Stanford University, somadas aos estudos do psicólogo evolutivo David Buss, professor da University of Texas, uma das maiores autoridades mundiais em comportamento afetivo e sexual, revelam que fatores ligados à biologia e à neurociência exercem papel determinante na escolha de parceiros. Buss defende que, de maneira inconsciente, homens priorizam sinais físicos associados à saúde e fertilidade como proporção cintura-quadril, pele saudável e simetria facial.
Por outro lado, mulheres tendem a buscar características que indiquem segurança, estabilidade e capacidade de proteção. Nesse contexto, a psicologia analítica, representada pelos estudos de Carl Jung, oferece uma leitura complementar. De acordo com Jung, quando um homem desenvolve força, disciplina e autocuidado, ele ativa o chamado arquétipo do guerreiro ou do herói. Esses símbolos ancestrais representam proteção e estrutura, características que, biológica e inconscientemente, tornam esse homem mais atraente para o universo feminino.
“É comum homens e mulheres chegarem até mim profundamente abalados, não apenas fisicamente, mas emocionalmente, após uma traição. E há um fator que poucos admitem, mas que a ciência comprova: a atração física nunca é apenas vaidade. É uma leitura inconsciente de saúde, vitalidade e estabilidade emocional”, explica Stefano.
Ele próprio é prova de que a transformação é possível. Filho de pais e irmãos obesos, que continuam enfrentando os mesmos desafios até hoje, fez da luta contra o próprio corpo sua missão profissional. Casado há 14 anos, afirma que a construção da própria autoestima impactou sua vida pessoal e também a qualidade do relacionamento conjugal.
“Na juventude, percebia que eu não era aceito pelos colegas e que não era visto pelas mulheres. Eu era inseguro, com autoestima extremamente baixa. Isso me afetava emocionalmente. Decidi que não seria mais refém dessa realidade”, relembra.
Para Stefano, a busca por um corpo saudável transcende a estética. “É sobre resgatar energia, vitalidade, autoconfiança e, sobretudo, ter controle sobre a própria vida para envelhecer com saúde”, afirma.
Transformação possível e necessária
A trajetória de Stefano lança luz sobre uma questão frequentemente negligenciada: cuidar do corpo não é futilidade, é autocuidado. A ciência é clara ao demonstrar que saúde física, emocional e relacional caminham juntas.
Para quem se sente paralisado diante do espelho, o treinador deixa um recado direto e sem rodeios: “Ninguém precisa aceitar viver infeliz no próprio corpo. A transformação começa com uma decisão. O primeiro passo não precisa ser perfeito, mas precisa ser dado. Com estratégia, disciplina e acompanhamento, qualquer pessoa é capaz de escrever uma nova história”.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.