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Katiuscia Silva
Katiuscia Silva
Mestra em Sexologia Clínica pela ISEP MADRID, especialista em Disfunções Sexuais Masculinas e criadora do Método HES - Homens Emocionalmente Sanados
Sexualidade

O perigo silencioso da tadalafila

A verdadeira força vem de dentro, do entendimento claro de que somos inteiros e plenos

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A tadalafila, conhecida como Cialis, é usada para tratar a disfunção erétil e evitar a evolução do câncer de próstata. Ela age relaxando os vasos sanguíneos, melhorando a circulação e promovendo ereções mais duradouras. Seu uso sem orientação médica pode causar sérios riscos à saúde física e mental. No entanto, a tadalafila, quando utilizada de forma consciente e com acompanhamento de um médico de confiança, pode ser uma ferramenta valiosa para a saúde sexual masculina.

 


Uso irresponsável

 

Muitos homens buscam a tadalafila como solução rápida para dificuldades sexuais, sem considerar que o problema pode ter outras causas, como distúrbios hormonais, problemas cardiovasculares e fatores emocionais.


O urologista Ricardo Pádua alerta que "a automedicação pode mascarar condições como diabetes e disfunções endócrinas. O acompanhamento médico permite avaliar a saúde cardiovascular, equilibrar tratamentos e evitar dependência psicológica", explica. “A automedicação pode esconder também problemas sérios, como disfunção erétil causada por questões emocionais ou psicológicas e negligenciar a verdadeira causa do problema. A dependência de um medicamento para o desempenho sexual pode afetar sua autoestima.”

 


Psicologia e neurociência

 

A psicanálise nos ensina que a sexualidade está intrinsecamente ligada à identidade e autoestima masculinas. O uso da tadalafila sem indicação médica pode funcionar como uma "muleta psicológica", ou seja, o homem acreditar que não é capaz de ter um desempenho satisfatório sem o medicamento, desencadeando um ciclo vicioso de ansiedade e insegurança, no qual a simples ausência do medicamento já provoca falha no desempenho.


Carl Jung, um dos psicólogos mais renomados da história, já afirmava: "Quem olha para fora sonha; quem olha para dentro acorda". Isso significa que ignorar os fatores psicológicos e depender unicamente de soluções químicas pode impedir que o homem compreenda verdadeiramente as raízes de sua insegurança sexual. É essencial integrar a ciência da mente ao tratamento físico para garantir resultados duradouros e satisfatórios.

 


O papel fundamental da terapia sexual


O acompanhamento com um urologista deve ser complementado por uma abordagem comportamental e neurocientífica da sexualidade. Uma mentora sexual qualificada pode ajudar o paciente a resgatar sua confiança, compreender padrões emocionais que influenciam sua performance e desenvolver um novo relacionamento com sua sexualidade.


Os benefícios dessa abordagem incluem:


• Redução da ansiedade de desempenho, permitindo que o homem resgate sua confiança.


• Fortalecimento do vínculo emocional e sexual no relacionamento, melhorando a comunicação e a intimidade.


• Reprogramação neural, ensinando o cérebro a reagir de maneira positiva à excitação sexual, sem necessidade de estímulos externos como filmes pornográficos.


• Desenvolvimento de um novo paradigma de masculinidade saudável, na qual a potência sexual não está ligada apenas à performance, mas à conexão consigo mesmo e com a parceria.


O homem que busca entender e reconectar-se com sua essência e que enfrenta suas inseguranças com coragem se torna verdadeiramente completo. A sexualidade vai além do biológico: ela é uma expressão de quem somos, refletindo o equilíbrio emocional e psicológico que cultivamos internamente.


A verdadeira força vem de dentro, do entendimento claro de que somos inteiros e plenos. A masculinidade, a identidade e os relacionamentos são alicerçados na autocompreensão e no respeito por nós mesmos. Quando conseguimos integrar todas essas partes, atingimos uma potência única, capaz de transformar a nossa vida sexual e todas as áreas da nossa existência.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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