Francisco Iglesias
Francisco Iglesias
Fundador da Startup Juventude Reversa | Empreendedor Social | Artista Visual | Engenheiro na Área de Telecom
JUVENTUDE REVERSA

Envelhecer LGBT+: o orgulho que resiste ao tempo e ao preconceito

Pela primeira vez, a Parada de São Paulo celebra a velhice LGBT+. Uma geração que enfrentou o silêncio e agora exige visibilidade, respeito e cuidado

Publicidade

Mais lidas

A 29ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, marcada para o dia 22 de junho, traz um tema inédito e urgente: “Envelhecer LGBT: Memória, Resistência e Futuro”. Pela primeira vez, a maior manifestação de orgulho LGBTQIAPN+ do país escolhe voltar o olhar para aqueles que abriram caminho com o corpo, a voz e o amor — e que, agora, enfrentam o desafio de envelhecer em uma sociedade que ainda os silencia.

Envelhecer sendo LGBT é atravessar dois marcadores sociais historicamente associados à exclusão: a homofobia e o etarismo. É sobreviver à repressão, resistir ao apagamento e seguir reivindicando dignidade — muitas vezes na solidão, invisibilizados até dentro de suas próprias comunidades.

Neste ano, a Avenida Paulista será tomada por uma pauta essencial: o direito de envelhecer sendo quem se é, com respeito, cuidado e orgulho.

No mês do orgulho, o Instituto Moreira Salles, em parceria com o Museu da Diversidade Sexual, lançou um dicionário ilustrado que celebra a pluralidade das identidades LGBTQIAPN+. A ação reforça um ponto essencial: não há como debater envelhecimento LGBT sem reconhecer a diversidade das vivências e desafios enfrentados por lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans, queer, intersexo, assexuais, pansexuais, não binárias — e tantas outras formas de existir.

Veja abaixo, de forma resumida, o significado das letras da sigla:

Lésbicas: pessoas do gênero feminino que se relacionam afetivo-sexualmente com pessoas do gênero feminino.

Gays: pessoas do gênero masculino que se relacionam afetivo-sexualmente com pessoas do gênero masculino.

Bissexuais: pessoas que se relacionam afetivo-sexualmente com pessoas independentemente de qual seja o gênero.

Transsexuais, Travestis e Transgêneros: pessoas que não se reconhecem com o gênero que lhes foi atribuído ao nascer.

Queer: termo “importado” que define todas as pessoas que não performam seu gênero de acordo com o padrão que é esperado pela sociedade de homens ou mulheres.

Intersexo: pessoas cujas características biológicas não estão em conformidade com as definições padrão de “macho” ou “fêmea”.

Assexuais: pessoas que se relacionam afetivamente, mas não necessariamente sentem atração sexual (por nenhum gênero).

Pansexuais: pessoas que podem desenvolver atração física, amor e desejo sexual por outras pessoas, independentemente de sua identidade de gênero ou sexo biológico. A pansexualidade é uma orientação que rejeita especificamente a noção de dois gêneros e até de orientação sexual específica.

Não binárias ou Agêneras: pessoas que não se identificam com o binarismo homem ou mulher ou com nenhum gênero.

Homens trans ou Transmasculinos: pessoas que se reconhecem com o gênero masculino, divergente do que lhes foi atribuído ao nascer.

Mulheres trans ou Travestis: pessoas que se reconhecem com o gênero feminino, divergente do que lhes foi atribuído ao nascer.

Transgêneros: terminologia utilizada para descrever pessoas que transitam entre os gêneros. São pessoas cuja identidade de gênero transcende as definições convencionais de sexualidade.

+ (sinal de adição): o sinal faz parte da sigla para representar a diversidade dentro do campo da diversidade de gênero que não está representada na sigla, sobretudo identidades que passaram a ser reivindicadas mais recentemente.

Aliadas: pessoas que, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero, agem para promover os direitos e a inclusão LGBTQIAPN+. Elas são comumente conhecidas como “simpatizantes”.

Neolinguagem: é uma forma de utilizar a língua portuguesa que anula as marcações de gênero para promover respeito a pessoas não binárias e contestar o sexismo de nosso idioma. Não há sistematização oficial e, sim, várias frentes de experimentação, como as que propõem os pronomes “elu” ou “ile” e as que usam terminações em x (todxs), @(tod@s) e e (todes). Esta última é a mais comum porque facilita a leitura, inclusive por programas utilizados por pessoas com deficiência.

A luta por visibilidade e dignidade na velhice LGBT+ é também a luta por nomear e respeitar todas essas existências. Porque orgulho não tem idade. E envelhecer, para quem sempre resistiu, é mais uma forma de afirmar: ainda estamos aqui — e seguimos com orgulho.

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

 

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

Tópicos relacionados:

diversidade envelhecer lgbt paradalgbt

Parceiros Clube A

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay