
Cultura e longevidade: como os idosos consomem atividades culturais
Pesquisa "Cultura nas Capitais" sobre hábitos culturais nas capitais pode auxiliar políticas públicas e oportunidades na economia prateada
Mais lidas
compartilhe
SIGA NO

A geração 60+ de hoje está se tornando um mercado em grande crescimento, dispõe de recursos financeiros para retardar e amenizar o envelhecimento. Os idosos de hoje estão por toda parte, nos restaurantes, viagens de turismo, nos shoppings e nas academias. Para envelhecer bem o essencial não é só aumentar a longevidade, é preciso que se viva bem!
A participação em atividades culturais pode proporcionar inúmeros benefícios para os idosos, tais como:
Saúde mental e bem-estar emocional
Participar de atividades como assistir a filmes, frequentar teatro, visitar museus ou integrar grupos de leitura estimula o cérebro e pode ajudar na prevenção de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Essas práticas também favorecem o equilíbrio emocional, ajudando a diminuir sintomas associados à depressão e à ansiedade.
Conexão social e redução do isolamento
Leia Mais
Eventos culturais proporcionam momentos de convivência, permitindo que os idosos conheçam novas pessoas e fortaleçam seus laços sociais, reduzindo o isolamento.
Desenvolvimento cognitivo
Envolver-se em ações culturais é uma excelente forma de manter o cérebro em constante atividade, incentivando o aprendizado e a criatividade, o que contribui para a saúde cerebral.
Valorização da identidade e memória coletiva
A cultura é um pilar essencial na construção da identidade pessoal e coletiva. Ela contribui para a preservação e transmissão de histórias, tradições e valores às novas gerações, fortalecendo o senso de pertencimento e promovendo o respeito à diversidade cultural.
Daí a importância de pesquisas sobre hábitos culturais dos brasileiros tais como “Cultura nas Capitais”, lançada no dia 03 de fevereiro. O estudo, conduzido pelo JLeiva Cultura & Esporte, com patrocínio do Itaú e do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Rouanet, mapeou o consumo da cultura pelos brasileiros, acima dos 16 anos, nas capitais do país em 14 diferentes atividades culturais entre fevereiro e maio de 2024.
As atividades pesquisadas são: livros, games, cinema, sites históricos, shows ao vivo, festivais tradicionais, museus, bibliotecas, teatro, dança, circo, concertos, encontros literários e feiras do livro. Escolaridade, renda, localização, questões de gênero e raça são os principais fatores associados aos resultados da pesquisa sobre cultura.
Em ordem de maior consumo, as categorias mais consumidas pelos idosos brasileiros são:
- livros (51%),
- locais históricos (33%),
- cinema (29%),
- festas populares (24%),
- shows de música (23%),
- jogos eletrônicos (20%),
- museus (19%),
- teatro (18%),
- dança (17%),
- feiras do livro (17%),
- bibliotecas (15%),
- circo (8%),
- saraus (7%)
- e concertos (7%).
A pandemia de coronavírus foi um fator determinante na forma como os brasileiros consomem cultura. Dentre todas as atividades, a única que não indicou queda entre os anos de 2017 e 2024 foi a dos jogos eletrônicos, que demonstrou crescimento significativo.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
Um dos principais objetivos desta pesquisa é gerar subsídios que possam embasar a criação de políticas públicas direcionadas à população com mais de 60 anos. Com base nesses dados, o governo poderia desenvolver iniciativas que ampliem o acesso desse grupo a bens culturais, estimulando não apenas a produção artística, mas também o uso frequente de espaços culturais. Paralelamente, diante do potencial representado pela economia da longevidade (ou economia prateada), é importante que empreendedores do setor cultural — inclusive aqueles vinculados às seniortechs — atentem-se a esse nicho específico, desenvolvendo soluções adaptadas às demandas específicas dessa parcela da população.
Confira aqui a pesquisa completa.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.