Jaeci Carvalho
Jaeci Carvalho

O CABULOSO VOLTOU DAS FÉRIAS VOANDO AINDA MAIS

Não é fácil golear uma equipe comandada pelo retranqueiro Mano Menezes, mas o Cruzeiro não tomou conhecimento disso

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Quando o Brasileirão parou, para a realização da Copa do Mundo de Clubes, nos EUA, os torcedores do Cruzeiro estavam apreensivos, pois imaginavam que o time cairia de produção na volta, um mês depois. Procurei tranquilizá-los, já que a parada era para todos. Porém, o Cruzeiro traçou uma estratégia espetacular: deu férias de 15 dias aos jogadores e disputou torneio amistoso no Espírito Santo na volta deles. Com isso, em dois jogos contra times argentinos, o grupo readquiriu o ritmo de jogo, vários atletas foram testados pelo mister Leonardo Jardim e o Cabuloso voltou ao Brasileirão voando ainda mais, enfiando goleada de 4 a 1 no Grêmio.

Não é fácil golear uma equipe comandada pelo retranqueiro Mano Menezes, mas o Cruzeiro não tomou conhecimento disso. Kaio Jorge foi a estrela, marcando três vezes, levando a bola do jogo e assumindo a artilharia isolada da competição, com 11 gols. Aliás, uma média espetacular de 11 gols em 13 jogos, quase um gol por jogo.

O Cruzeiro tem um dono apaixonado, que quer títulos, pois se acostumou com as conquistas, assim como a China Azul. O clube tem um comando forte, o presidente Pedro Lourenço delega poderes, mas está de olho em tudo.

Desde que o vice-presidente Pedro Junio assumiu o comando do futebol, tudo mudou e para melhor. A integração dele com o executivo Paulo Pelaipe e o mister Leonardo Jardim é perfeita. As ideias são convergentes e hoje o Cruzeiro voa em céu de brigadeiro. Pagamentos e salários rigorosamente em dia, grupo coeso e unido, sem vaidades. Gabigol, que é a maior estrela da companhia, e ganha o maior salário do clube, é reserva, e nem mesmo isso o incomoda. Profissional que é, trabalha muito para recuperar seu lugar e ajudar os companheiros. Isso é apenas um exemplo do excelente ambiente do clube, pois, na verdade, como o próprio mister diz, o time é composto por titulares e reservas, já que todos entram na equipe e mantém o mesmo ritmo.

Trabalho no futebol há 45 anos e a gente percebe muito bem quando uma equipe vai chegar. Sei que o objetivo traçado foi a vaga na Libertadores do ano que vem, mas, se ela vier recheada com uma ou duas taças, melhor ainda.

O Cruzeiro briga com Flamengo, Palmeiras, Fluminense e talvez o Botafogo pela taça do Brasileirão. A torcida está em êxtase com a belíssima campanha. A liderança, com 27 pontos, ao lado do Flamengo, é reflexo de um trabalho, de união, de uma filosofia séria, onde os jovens são prestigiados. Contratações de “ex-jogadores em atividade”, nem pensar. A filosofia da diretoria e técnico é a de trazer jogadores jovens, que possam atuar por quatro ou cinco anos, e também que sejam ativos para vendas futuras, pois nenhum clube brasileiro sobrevive sem vender jogador.

Os donos não estão preocupados em vender jogador e sim em ganhar taças. A família Lourenço já antecipou que o clube não está e não estará à venda. Apaixonados que são, sabem a responsabilidade que é comandar o maior clube do estado, com grandes conquistas nacionais e internacionais. E eles querem mais. O Cruzeiro é um time do mundo e se coloca entre os seus pares, na condição de buscar taças.

Otimista que sou, vislumbro as duas conquistas, Copa do Brasil e Brasileiro, mas sei que é difícil. O time a ser batido continua sendo o Flamengo, mas o Cruzeiro venceu no turno e recebeu elogios do técnico rubro-negro, que declarou o que temos visto: “O Cruzeiro pratica o melhor futebol do país”.

Concordo com ele e vou além: o Cabuloso tem uma sequência enfrentando os times que estão na parte de baixo da tabela. É hora de fazer pontos, abrir vantagem e se consolidar na liderança isolada da competição. Cruzeiro, Flamengo e Palmeiras, com Flu e Botafogo correndo por fora, vão lutar até a última rodada pela taça do Brasileirão.

Com quase 100% em casa, pois foi garfado contra o Atlético, além de ter sido prejudicado contra o Inter e o Vitória, o Cruzeiro conta com um aliado fundamental que é a China Azul, uma torcida diferente, apaixonada, que ensurdece a Pampulha nos jogos na “Toca 3”.


MEA CULPA

Fiz a cobertura da fase final do Campeonato Mundial de Clubes, em Nova York, semana passada, semifinais e final. Confesso que no começo da disputa eu não estava empolgado, mas com o decorrer dos jogos fui me entusiasmando e achando um grande acerto da Fifa o torneio com 32 clubes de todos os continentes.

Claro que ajustes serão feitos, como por exemplo, o período de disputa, que interrompe as férias dos jogadores europeus, mas no geral, a competição foi um sucesso e eu me apaixonei por ela. Quem sabe possamos sediá-la em 2029, pois é um desejo da CBF e da torcida brasileira. Se aqui nos EUA a média de público ficou na casa dos 37 mil pagantes, no Brasil os estádios ficarão lotados, não tenho a menor dúvida.

Resta saber se a Fifa vai nos conceder esse privilégio ou se vai realizar na Europa, em Portugal, Espanha e Marrocos, um ano antes da Copa do Mundo de Seleções de 2030, servindo como teste, como acontecia com a Copa das Confederações.

 

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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