
O massacre de Munique
O PSG teve Raí, Ronaldinho Gaúcho e Neymar. Três grandes jogadores que não foram capazes de levar o time francês ao título da Champions
Mais lidas
compartilhe
SIGA NO

Cravei a vitória e o título do PSG na BetNacional, mas não esperava esse massacre de 5 a 0, o maior placar de uma final de Champions. Vejam vocês que o time badalado com Messi, Neymar e Mbappé, nada ganhou. Muita mídia e pouca bola. Já com o técnico Luis Enrique e um time coeso, o resultado foi a conquista inédita, que, curiosamente, sempre acontece no estádio do Bayern de Munique. Nas cinco decisões que aconteceram lá, a Champions League sempre teve um campeão inédito.
Leia Mais
O PSG é o segundo time francês a conquistar a “Orelhuda”, o primeiro foi o Olympique de Marseille, em 1992/93. Torci muito para o técnico espanhol. Ele que havia sido campeão em Berlim, em 2015, com o Barcelona, volta a conquistar o troféu, e em grande estilo. Dedicou a taça à sua filha Shana, que faleceu vítima de câncer. Está no Céu, ao lado de Deus, e feliz com a conquista do pai. Luis Enrique fez um belo trabalho na Seleção da Espanha, mas não ganhou o Mundial do Catar. Se tivessem deixado ele por mais tempo, poderia ser campeão ano que vem, na Copa dos Estados Unidos, mas, quis o destino que ele fosse para Paris dar a taça mais importante a esse jovem time, fundado em 1970.
O PSG teve Raí, Ronaldinho Gaúcho e Neymar. Três grandes jogadores que não foram capazes de levar o time francês ao título da Champions. De todos, o maior fracasso foi o de Neymar, que em seis anos faturou R$ 1 bilhão e deu um prejuízo gigantesco ao príncipe catariano, dono do time, atuando apenas em 174 partidas. Mbappé e Messi também fracassaram. Luis Enrique recuperou Dembelé, montou um time coeso, sem grandes estrelas ou jogadores badalados e deu a eles um esquema de jogo moderno, onde todos ocupam vários espaços. Um futebol bem moderno, e correndo poucos riscos defensivos. Quando o PSG eliminou o Liverpool, nos mata-matas, meu filho Lorenzo disse: “pintou o campeão da Champions”.
E ele acertou, pois o Liverpool foi o melhor time da primeira fase e acabou morrendo nas oitavas de final. Parabéns Luis Enrique e cia. Vocês mostraram ao mundo que badalação, capas de revistas, desfiles e mundo de celebridades, não servem para um time coletivo, coeso e de futebol competitivo. A Europa tem um novo dono e ele atende pelo nome de PSG, primeiro campeão do novo formato da Champions League. Parabéns, Paris.
Estreia de Ancelotti
Será um orgulho ver o melhor técnico do mundo, o italiano Carlo Ancelotti, sentado no banco de reservas do Brasil, para comandar a única Seleção pentacampeã do mundo. Algo inimaginável há pouco tempo, mas que se tornou realidade a partir da péssima fase dos treinadores brasileiros, que não se modernizam, não fazem cursos na Europa, não se programam para evoluir. Não restou outra alternativa à CBF a não ser buscar no mercado europeu o novo treinador. Ancelotti vai treinar, pela primeira vez em sua vitoriosa carreira, uma seleção. Vale lembrar que o trabalho em clubes é bem diferente, pois ele tem o dia a dia para executar aquilo que deseja. Seleção se reúne de dois em dois meses, por apenas 10 dias, e não é fácil introduzir conceitos dessa forma.
A estreia dele será contra o Equador, na casa do adversário, que faz boa Eliminatória e que tem uma torcida que canta o tempo todo: “Si se puede” (É possível) ganhar do Brasil. O novo treinador já declarou que sua filosofia é a de “deixar cada atleta fazer aquilo que fez nos seus clubes”. Bom sinal, pois Vini Jr. tem que ser marcado e não marcar, como desejavam os antecessores de Ancelotti. Dar liberdade ao jogador para criar, tabelar, driblar, quebrar defesas fechadas. O brasileiro ainda tem a capacidade do improviso, que está diminuindo, mas ainda é fundamental para as vitórias. Os europeus nos ultrapassaram até na técnica e precisamos resgatar isso, além do amor do povo brasileiro pelo escrete canarinho, coisa que anda adormecida.
Ancelotti não terá vida fácil e um revés na estreia é sim possível. Me assusta o fato de ele manter os fracassados de Copas anteriores: Alisson, Danilo, Marquinhos, AlexSandro, Casemiro, mas, desta vez eu perdoo, pois a lista foi feita por Juan e Rodrigo Caetano. O Brasil estará no Mundial de 2026 porque de 10 seleções da América do Sul, seis se classificam direto e uma vai brigar na repescagem. O problema será no próprio Mundial, se não evoluirmos nesse um ano que falta para a maior competição do Planeta Bola. Apoio Ancelotti, gostei de sua contratação, mas relembro que ele não é mágico e se não tiver jogadores qualificados, do meio para trás, nada feito. Nosso ataque sobra em talentos, mas precisamos ter uma equipe mais coesa e forte.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.