Para o técnico português Jorge Jesus, os jogadores de futebol ganham muito dinheiro e, portanto, um dia de descanso na semana 'está pra lá de bom' -  (crédito: Fayez Nureldine/AFP)

Para o técnico português Jorge Jesus, os jogadores de futebol ganham muito dinheiro e, portanto, um dia de descanso na semana 'está pra lá de bom'

crédito: Fayez Nureldine/AFP

Os técnicos brasileiros vivem reclamando que não têm tempo para treinar suas equipes, pois os jogos são “encavalados” em dias de semana e sábados e domingos, jogando, por vezes, em menos de 72 horas. Se esquecem que, para o clube suportar pagar seus altos salários, é preciso estar em várias competições, de preferência, ganhando taças.

 

Pois é, aí teremos agora 15 dias de descanso, pois a Data Fifa chegou para os jogos da Seleção Brasileira e as competições foram paralisadas. Porém, quando imagino que os treinadores vão aproveitar cada dia, cada segundo, cada minuto, cada hora para aprimorar suas equipes, vejo que a maioria dá uma folga de três dias aos jogadores.

 

 

Entendo que eles não são máquinas e precisam descansar, mas acho três dias exagerado. Sou da filosofia do português Jorge Jesus, que diz o seguinte: “O jogador ganha muito dinheiro, mora bem, dorme nos melhores hotéis, anda nos melhores aviões e tem toda a infraestrutura do clube à disposição. Portanto, um dia de descanso está pra lá de bom”.


 

Se a maioria das equipes precisa se ajustar nessa reta final de Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil, nada melhor do que fechar o grupo nos maravilhosos CTs e dar treinos e mais treinos. Fechar o grupo por 14 dias, revendo vídeos de jogos, acertando o que de errado aconteceu, aprimorando cada setor da equipe.

 

O Cruzeiro, por exemplo, tem pecado muito no setor defensivo, que era o seu forte no começo do Brasileirão. Ajustar esse setor da equipe e aprimorar outros, seria o ideal. O Galo, do mesmo jeito. Precisa se equilibrar para avançar nas Copas e buscar vaga na Libertadores, no Brasileirão.

 

Uma folga na segunda-feira seria o ideal. De ontem para cá, treinos e mais treinos. Está na hora de “separar os homens dos meninos”, como diz o velho ditado, e de aprimorar as equipes para que busquem seus objetivos. O Galo está vivo na Copa do Brasil e Libertadores, mas muito mal no Brasileirão, onde não tem mais chance de taça. O Cruzeiro, vivo na Sul-Americana e com chances de Libertadores no Brasileirão. Não acredito mais em título. Então, por que não treinar, treinar e treinar?

 

Justamente quando têm uma chance rara, os treinadores brasileiros querem aproveitar a folga com a família. Acho justo, mas não neste momento. Na hora da definição, é preciso se sacrificar, dar o algo mais e ajustar tudo o que for possível. Faltam apenas 13 rodadas para o fim do Brasileirão, e é hora de dar aquele sprint e buscar algo melhor.

 

Lembro do Flamengo em 2009, que venceu 14 partidas seguidas e acabou campeão, quando ninguém mais acreditava. A dedicação daquele grupo e a qualidade, foram determinantes para isso. O Cruzeiro, que está numa posição excelente, em função do que dele se esperava, pode dar essa arrancada e fazer sua torcida sonhar mais alto, por isso acho que se o técnico tivesse aproveitado dois dias a mais, seria importante.

 

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Os técnicos brasileiros são preguiçosos e não se atualizam. Não vejo na Europa essa folga toda. Enquanto as seleções treinam para os jogos da Data Fifa, os treinadores vão aos CTs, todos os dias, e ajustam parte do grupo que ficou.

 

No caso do Cruzeiro, há apenas um jogador na Seleção, Willian, o melhor lateral-direito do país. Já o Galo tem Arana, também o melhor lateral-esquerdo do Brasil. No mais, os jogadores estão à disposição dos técnicos, exceto os que são de outros países vizinhos e vão defender suas seleções.

 

Pra mim, o momento não é de folga e sim de trabalho, correção e de buscar uma colocação melhor na tabela, principalmente no Brasileirão. E que os técnicos se lembrem que os clubes têm altas despesas, inclusive com seus salários astronômicos, e, que para receberem, suas equipes precisam jogar muitas partidas, chegar às finais das competições e, se possível, ganhar.

 


Ou então, que se diminuam o número de jogos e os altos salários também. Não há outra solução. Trabalhar não faz mal a ninguém, e um dia de folga na semana, para quem tem toda a estrutura do mundo, é mais que suficiente.