Ivan Drummond
Ivan Drummond
Repóter de Polícia e Esportes. Participei da cobertura e sete edições dos Jogos Olímpicos, Cobertura Copa do Mundo. Ganhador de dois Prêmios "Esso", em 1985 e 1987. Ganhador Prêmio Nacional Petrobras, com a série de matérias "Hilda Furacão"
HISTÓRIAS DO ESPORTE

O besteirol e o técnico que não sabe pensar

Fernando Diniz é endeusado, não entendo o motivo, por grande parte dos comentaristas de TV, em especial do Rio de Janeiro

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Um total de 14 treinadores foram demitidos desde o início da Série A do Campeonato Brasileiro. É muito, levando-se em conta que são 20 clubes participantes da principal competição do futebol brasileiro.

Se aprofundarmos um pouco mais, veremos que dos 60 times das Séries A, B, e C, apenas 11 treinadores têm trabalhos longevos em seus clubes. É muito pouco.

Mas vou aprofundar um pouco nessa história. Por que tanta instabilidade no cargo de técnico no futebol brasileiro? Dá pra afirmar, sem medo de errar, que é a profissão de menor segurança no Brasil.

De quem será a culpa? Dos clubes? Dos dirigentes? Dos treinadores?

Vou usar o caso de um técnico, que considero uma espécie de “cabeça dura” e que poderia, muito bem, ser chamado de “Professor Pardal”. É aquele mesmo, personagem de Walt Disney, um inventor aloprado.

Refiro-me a Fernando Diniz. Ele é endeusado, não entendo o motivo, por grande parte dos comentaristas de TV, em especial do Rio de Janeiro.

Pois tivemos a oportunidade de vê-lo trabalhar bem pertinho de nós. Foi quando esteve no Cruzeiro. Na verdade, na minha opinião, o principal responsável por afundar o time celeste.

Em primeiro lugar, sinceramente, não entendi o clube trocar o Fernando Seabra pelo Fernando Diniz. Com o primeiro, o time mineiro tinha chegado ao quarto lugar no Campeonato Brasileiro. Também com ele, o time ia bem na Copa Sul-Americana.

Pois o Fernando Diniz chegou gabaritado pela conquista da Taça Libertadores, com o Fluminense. Só que a realidade de lá, na época, era bem diferente da que encontrou no Cruzeiro.

Fernando Diniz queria que os jogadores jogassem dentro de um estilo que ele considera importante. Só que não prestou atenção, ou não quis enxergar, que, para jogar no seu estilo, é preciso ter um certo nível.

Ele queria o time inteiro tocando a bola, trocando passes. Só que não entendeu que nem todos os jogadores tinham condições de fazer isso.

Fernando Diniz chegou impondo seu sistema de jogo, em vez de observar e não tentar adaptar os jogadores ao seu estilo de jogo, mas sim fazer o que Seabra fazia, que era aproveitar as características de cada atleta.

Teimou e derrubou o Cruzeiro até que chegasse um salvador, Leonardo Jardim, que observou e montou um time baseado na característica do que tinha em mãos. Não inventou.

Pois Diniz foi embora para o Vasco. E o que estamos vendo lá? O time carioca é uma equipe instável, que não consegue repetir atuações. Vive um perde e ganha.

O Vasco briga contra a Zona de Rebaixamento. Num dia goleia o Santos por 6 a 0, na Vila Belmiro. Na rodada seguinte, perde para o também instável Corinthians, dentro de casa, em São Januário.

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Mas o que me espanta é ver parte da crônica tecendo elogios ao treinador. Realmente, inaceitável. Na verdade, o bairrismo impera. O que é de lá presta. O que não é de lá não presta.

Assim fica difícil, muito difícil. Agora, assisto aos jogos na TV, como era antigamente. A gente ligava o aparelho e tirava o som. Ligava o rádio, com a transmissão do mesmo jogo. Querem saber de uma coisa: é muito melhor. Assim fico livre do “festival de besteiras” que assola nossas transmissões esportivas.

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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