Aula de dança em encontro de jovens das zona sul e leste de São Paulo  -  (crédito: João Henrique Cordeiro/Juventude com direitos)

Aula de dança em encontro de jovens das zona sul e leste de São Paulo

crédito: João Henrique Cordeiro/Juventude com direitos

O mundo mudou bastante com a chegada das redes sociais. Hoje, só no país são 144 milhões de usuários de mídia social, que equivale a 66,3% da população (DataReportal).


Mas um fato foi determinante para transformar a forma como quase tudo é decidido. Essa mudança teve seu ponto zero com a popularização do “like” no Facebook.


Essa pequena inovação transformou cada cidadão deste planeta em pessoas iguais, com o mesmo poder de decisão e de influenciar o mundo, inclusive inspirando compras.


No Instagram, mais da metade dos usuários disse já ter comprado algo que um influencer indicou ou estava utilizando (Opinion Box).

 

Mudança na cadeia da opinião

 


Com o boom das redes sociais, a maioria dos críticos especializados em gastronomia, música, carros e outras categorias perdeu a relevância para os sites e apps de recomendação. Ou seja, a opinião das massas passou a ter importância e, consequentemente, gerou poder.


Durante muitos anos, as elites de todas as sociedades decidiam o que seria consumido, e as classes menos privilegiadas apenas seguiam ou tentavam copiar o que era consumido nas classes dominantes.


O livro “Freakonomics”, de Steven Levitt e Stephen Dubner, tem um capítulo que descreve como os poderosos influenciavam no passado. Os ricos escolhiam os nomes de seus filhos, e esses nomes serviam de referência para seus criados que, após alguns anos, os colocavam em seus próprios filhos.


A inclusão de todas as pessoas na cadeia da opinião mudou a maneira como as empresas tomam suas decisões. Elas estão de olho no comportamento dos consumidores e elaboram suas estratégias com dados.

 

 

Transformação social na área musical

 

Nunca na história da sociedade as classes dominadas tiveram tanto poder de decisão, e isso refletiu de forma estrondosa na indústria da música.


Assim como Konrad Dantas, fundador da holding KondZilla, que cresceu em uma comunidade do Guarujá, grandes produtores musicais estão na periferia, bem próximos da origem de seus artistas, com seu empoderamento, seu exibicionismo material e seu discurso afiado.

 


É comum você chegar numa produtora de funk e encontrar alguns artistas com milhões de ouvintes mensais no Spotify. O que mudou é que eles não precisam mais sair de seus bairros para se tornarem nomes conhecidos.


O mundo digital propiciou isso. Agora vivem dentro da legalidade, têm o seu sustento construído dentro das leis de direitos autorais.


Por isso, digo que a transformação social que a área da música está fazendo na sociedade é algo para ser estudado e reconhecido. Não é mais preciso pedir bênção ou autorização para ninguém. É um trabalho honesto, digno e em sua maioria sem incentivo fiscal.

 

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Apenas no ano passado, o mercado fonográfico brasileiro, sem falar no mercado de shows, alcançou R$ 2,864 bilhões, um crescimento de 13,4% em relação ao ano anterior (Pró-Música Brasil).


Se olharmos para as músicas mais acessadas, veremos muitos artistas oriundos da periferia de grandes cidades, ou seja, eles estão dominando o mercado musical.


A música, dentro da economia criativa, foi o segundo segmento com maior crescimento em postos de trabalho em 2023. Os dados foram publicados recentemente pela Fundação Itaú.

 


Aonde isso vai chegar eu não sei, mas tenho certeza de que esse movimento vai continuar a crescer. Por esse motivo, repito: a indústria da música é o maior fator de inclusão social que existe atualmente.