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Helvécio Carlos
Helvécio Carlos
Com 30 anos dedicados ao jornalismo, com passagens por emissoras de rádio e assessoria de imprensa, é desde 2001 titular da coluna Hit, do jornal Estado de Minas. Entre 2011 e 2017 foi editor da revista Hit, publicação de lifestyle.
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Obras de fotógrafas mineiras serão expostas a partir de hoje em Paris

Márcia Charnizon e Juliana Sicoli têm obras expostas na mostra "ID", na Sorbonne Art Gallery

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Obras das fotógrafas Márcia Charnizon e Juliana Sicoli, que fazem parte da coleção “Un fonds photographique brésilien à la BnF”, do acervo da Biblioteca Nacional da França, serão expostas a partir de hoje (9/4) na Sorbonne Art Gallery, em Paris. A mostra "ID", parceria da galeria com a Initial Labo, tem curadoria de Heloise Conesa, responsável pelo acervo de fotografia contemporânea no Departamento de Gravura e Fotografia da biblioteca. A carioca radicada na Espanha Angélica Dass é outra brasileira na exposição.


• “CAÇA ÀS PALAVRAS”

"Caça às palavras" surgiu a partir de conversas com mulheres sobre as agressões simbólicas às quais são submetidas no cotidiano
"Caça às palavras" surgiu a partir de conversas com mulheres sobre as agressões simbólicas às quais são submetidas no cotidiano Reprodução

A obra de Márcia, “Caça às palavras”, retrata mulheres com mais de 50 anos que expõem, em seus corpos nus, as marcas simbólicas deixadas por frases violentas. "O trabalho nasceu da pergunta: se palavras matam, o que acontece quando elas nem são reconhecidas como violentas? A partir de conversas com mulheres, especialmente com a vereadora Cida Falabella, sobre as agressões simbólicas que recebem no cotidiano – nas redes, na política, na vida pública – comecei a investigar como a linguagem pode ser um instrumento de opressão normalizada e oculta", conta Márcia Charnizon.


• POLÍTICO E POÉTICO

Para a fotógrafa, apresentar o “Caça às palavras” em Paris e, especialmente na Sorbonne, tem um peso simbólico profundo e representa uma validação importante do seu trabalho. "Estar nesse território histórico do pensamento crítico é, ao mesmo tempo, um gesto político e poético. Levar para o centro de um espaço tradicionalmente ocupado por vozes masculinas e eurocêntricas uma discussão sobre a violência simbólica contra as mulheres é afirmar que essas experiências precisam ser matéria de pensamento, de arte e de transformação". Outra boa notícia, segundo Márcia, é que o livro do trabalho será publicado "pela maravilhosa Bessard Editions e estará disponível já na abertura da exposição".


• UNIVERSO FEMININO
“Ainda assim falo”, de Juliana Sicoli, é resultado de pesquisa feita em hospitais psiquiátricos do Brasil, onde encontrou cartas escritas por mulheres internadas simplesmente por não terem se submetido às regras de seus pais ou maridos. A fotógrafa revela sua alegria por estar na mostra. "Primeiro, por representar o Brasil no ano Brasil França; segundo, por ser ao lado de duas artistas que admiro – Márcia então nem se fala. E por podermos falar ao mundo questões do universo feminino que afetam não somente as brasileiras, como mulheres de todas partes do mundo".


• SILENCIADAS
O trabalho de Juliana é guiado e conceituado por questões do universo feminino, além disso, o fato de ser filha de psicólogos, formada em psicologia organizacional e estudar psicanálise levou a fotógrafa a aprofundar sua pesquisa em hospitais psiquiátricos. "Durante muitos anos, essas instituições foram usadas para 'receber' pessoas sem nenhum problema mental, mas para cercear sua liberdade. E as internações tinham o aval dos médicos, da igreja e da sociedade como um todo. O trabalho 'Ainda assim falo' surgiu desta pesquisa", diz, acrescentando que ao longo das pesquisas deparou com arquivos de um hospital psiquiátrico de 1920 a 1970. "Eram fichas médicas, laudos e também cartas escritas pelos pacientes e que nunca foram entregues. Pelas cartas e laudos, fica muito claro que aquelas mulheres não tinham doença mental. Elas estavam ali simplesmente para serem caladas, silenciadas, por terem questionado seus pais ou maridos, principalmente".


• SEM DISTINÇÃO

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Angélica Dass registra, sem distinção de idade, religião, nacionalidade, sexo ou classe social, os retratos de 4 mil pessoas em 17 países e 27 cidades ao redor do mundo. As fotografias seguem os padrões clássicos da fotografia antropológica e do retrato legal.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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