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Por Isabel Gonçalves
Enquanto as crianças contam os dias para as férias escolares, os pais já fazem a conta mental de quanto tudo vai custar: viagem, passeios, sorvetes, fotos e memórias felizes. Tudo parece leve, até que a fatura do cartão chega como um balde de água fria. O que era para ser descanso vira planilha improvisada e contas apertadas.
O desejo de proporcionar momentos especiais para a família sempre fala mais alto, mas com a falta de planejamento financeiro, o sonho das férias pode rapidamente se transformar em um pesadelo silencioso, pago em parcelas longas e juros altos. A boa notícia é que esse roteiro pode ser reescrito. Com conversa, organização e educação financeira, é possível aproveitar as férias escolares sem deixar o orçamento em ruínas.
O peso das férias escolares no orçamento das famílias brasileiras
As férias escolares chegam cheias de custos que nem sempre aparecem à primeira vista. Viagem, passeios, comida fora, atividades para ocupar as crianças e adolescentes, tudo isso vai entrando no orçamento quase sem pedir licença. Quando não existe um planejamento prévio, o resultado costuma aparecer rápido, principalmente na fatura do cartão.
Não é à toa que 9 em cada 10 brasileiros dizem que planejar financeiramente para as férias é muito importante, segundo pesquisa da Serasa. O problema é que, na prática, nem todos conseguem tirar o plano do papel. O mesmo levantamento mostra que 3 em cada 10 pessoas já se endividaram por causa de uma viagem, o que prova que as férias podem pesar mais no bolso do que a gente imagina.
E não são só os gastos grandes que fazem a diferença. Os pequenos também contam, e muito. Um lanche aqui, um ingresso ali, um transporte por aplicativo “só hoje” quando vê, o orçamento já saiu do controle.
A importância de falar sobre dinheiro em família antes de viajar
Antes de escolher o destino ou fechar a hospedagem, existe um passo importante: falar sobre dinheiro em família. Colocar o orçamento na mesa, alinhar expectativas e explicar limites evita frustrações durante a viagem e, principalmente, surpresas desagradáveis quando ela termina. Quando todos entendem quanto pode ser gasto, as decisões ficam mais conscientes e todo mundo aproveita.
Como falar de dinheiro com as crianças?
Quem acha que dinheiro é assunto só de adulto está enganado. Quando crianças e adolescentes entram na conversa, de um jeito simples e adequado, eles começam a entender melhor o valor das coisas, a fazer escolhas e a respeitar limites. Habilidades superimportantes para lidar com o dinheiro até o fim da vida
Um primeiro passo é explicar por que não dá para fazer todos os passeios ou comprar tudo o que aparece pela frente. E ainda dá para aproveitar para uma aula prática de como o dinheiro funciona no dia a dia. Além disso, mostra que diversão é importante, sim, mas também precisa caber no bolso da família.
Ferramentas para educação financeira com as crianças
Educação financeira com crianças não precisa ser complicada. Na verdade, ela funciona melhor quando entra na rotina de forma leve, usando situações comuns do dia a dia e com a ferramenta mais poderosa sendo a conversa aberta, sem tabu.
Uma ferramenta prática é o dar propósito ao dinheiro através da mesada ou semanada. Elas ensinam na prática como funciona o planejamento. Apps simples de controle ajudam a mostrar como o dinheiro entra, sai e precisa ser organizado.
Nesse contexto, o curso gratuito do Instituto Ânima, por meio do projeto Carretel e da plataforma Vivae, entra como um reforço importante para famílias e estudantes. O curso de letramento financeiro para estudantes e famílias traz conteúdos em formatos variados, como vídeos, textos e quizzes interativos, o que facilita o aprendizado das crianças e dos adolescentes. As inscrições estão abertas até o dia 31/12 na plataforma Vivae.
No fim das contas, educar financeiramente não é sobre números difíceis, mas sobre criar hábitos. Quanto mais cedo esse contato acontece, mais natural fica lidar com dinheiro no futuro, inclusive na hora de planejar férias, passeios e outras decisões que mexem com o bolso da família.
Conclusão: as férias podem até passar, mas as contas ficam
As férias escolares passam rápido, mas os compromissos financeiros feitos nesse intervalo seguem firmes e fortes, muitas vezes se acumulando com impostos, matrícula escolar e outras despesas que chegam logo no começo de 2026.
O problema não é querer aproveitar com os filhos, viajar ou criar boas memórias. Isso é parte da vida. A questão é fazer tudo isso sem conversar, sem planejar e sem perceber como pequenas decisões de hoje impactam o orçamento de amanhã. Quando falta organização, o dinheiro vira fonte de estresse, discussão e culpa, justamente no momento em que a família deveria estar mais leve.
Conversar sobre dinheiro, planejar gastos e buscar iniciativas acessíveis, como cursos gratuitos, ajuda famílias inteiras a atravessar períodos de maior consumo com mais equilíbrio. Assim, o sonho das férias escolares deixa de ser um pesadelo financeiro e passa a cumprir seu papel principal: gerar descanso, aprendizado e boas lembranças, sem comprometer o futuro.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
