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Por Isabel Gonçalves
Quando Mariana e Felipe descobriram que o segundo filho estava a caminho, o apartamento de dois quartos começou a parecer cada vez menor. Os brinquedos já ocupavam a sala e o berço dividia espaço com o home office.
Foi então que o casal percebeu que não dava mais para adiar: era hora de comprar uma casa. Mas, entre a empolgação e a realidade, vieram as dúvidas. Financiamento, entrada, juros, documentação. O sonho de ter mais espaço para a família virou também um grande desafio financeiro, que exige pesquisa, planejamento e escolhas inteligentes para caber no orçamento.
Comprar uma casa ainda é um grande sonho dos brasileiros
Apesar dos altos custos, o desejo de ter um imóvel continua firme. Segundo pesquisa da Brain Inteligência Estratégica, realizada no segundo trimestre de 2025, 49% das pessoas com renda acima de R$2,5 mil afirmaram que pretendem comprar uma casa nos próximos dois anos.
O dado chama atenção porque o levantamento foi feito em um momento em que a taxa Selic está em 15%, o que encarece o crédito imobiliário. Mesmo assim, o sonho segue vivo, especialmente entre jovens da geração Z, famílias com renda acima de R$20 mil e moradores do Sudeste.
O que isso significa?
Os números revelam que, mesmo diante de um cenário econômico desafiador, o sonho da casa própria continua sendo um dos principais objetivos financeiros dos brasileiros. Essa persistência não é só um desejo cultural vindo dos nossos pais e avós, pode mostrar também uma busca por estabilidade e segurança.
Em um país onde o aluguel consome boa parte da renda das famílias e a instabilidade econômica é frequente, ter um imóvel próprio representa previsibilidade. A casa é vista como uma forma de “blindagem” contra imprevistos, um investimento que resiste ao tempo e às oscilações do mercado.
Comprar ou alugar: o que faz mais sentido para você?
A decisão entre financiar ou alugar um imóvel passa por entender como cada opção afeta o bolso e o estilo de vida.
No aluguel, você paga mensalmente para usar o imóvel, mas não constrói patrimônio. É uma escolha mais prática e flexível, ideal para quem planeja mudanças nos próximos anos ou prefere não lidar com reformas e despesas de manutenção.
Na compra da casa financiada, você paga ao banco para comprar o imóvel aos poucos e, no fim, a casa é sua. É um compromisso de longo prazo, que faz mais sentido para quem tem estabilidade financeira e quer criar raízes.
E por que tantas pessoas preferem adquirir um imóvel? Segundo a mesma pesquisa da Brain, a principal motivação é justamente sair do aluguel e começar a construir patrimônio próprio.
E se eu já tiver o dinheiro? Comprar à vista é sempre o melhor?
Nem sempre. Comprar à vista pode ser vantajoso se você encontrar um bom desconto e quiser estabilidade. Mas, do ponto de vista financeiro é importante comparar quanto o dinheiro renderia se ficasse investido com o que você perde ao deixar esse valor parado em um imóvel, que ainda tem custos com manutenção, impostos e pode se desvalorizar com o tempo.
Se você tiver, por exemplo, R$400 mil investidos, esse valor pode render cerca de R$4 mil por mês. O suficiente para pagar um aluguel confortável e ainda manter o dinheiro aplicado.
O que é preciso para comprar uma casa?
Antes de tomar grandes decisões financeiras como comprar uma casa, é preciso se organizar. Fazer um planejamento financeiro é imprescindível para entender o quanto você pode gastar.
A entrada de um financiamento, por exemplo, costuma ficar entre 20% e 30% do valor do imóvel. Ah e as parcelas mensais não devem ultrapassar 30% da renda familiar.
Além disso, há outros caminhos possíveis, como o consórcio imobiliário, onde é possível empregar estratégias para comprar com uma entrada menor, embora o custo total da operação seja maior.
Independentemente da forma de compra, o segredo está em planejar e, se for financiar, simular diferentes cenários. Para isso, utilize o simulador de financiamento imobiliário do Educando seu Bolso, que ajuda a comparar taxas, prazos e custos reais antes da decisão final.
Passo a passo para comprar uma casa
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Defina seu orçamento e reserve a entrada
Calcule quanto pode pagar sem comprometer outras despesas e tenha uma reserva de emergência. -
Pesquise imóveis e taxas
Compare preços, localizações e taxas de juros dos bancos. -
Faça a vistoria
Verifique estrutura, elétrica, hidráulica e possíveis reformas necessárias. -
Negocie o valor
Tente reduzir o preço ou ajustar condições de pagamento. -
Escolha a forma de pagamento
Se for financiamento, solicite a análise de crédito no banco.
Se for consórcio, garanta a carta de crédito e verifique a documentação. -
Formalize o contrato e pague taxas
Leia atentamente o contrato de compra e venda e se prepare para custos como ITBI, escritura e registro em cartório. -
Faça o registro do imóvel
Somente após o registro o imóvel passa, de fato, a ser seu.
Qual o melhor banco para financiar uma casa?
Hoje, um dos bancos mais procurados para financiar um imóvel é a Caixa Econômica Federal. O banco é referência no setor, com taxas competitivas e programas como o Minha Casa Minha Vida, que oferece subsídios para famílias com renda de até R$12 mil.
Mas também muitas outras financeiras fornecem o crédito imobiliário com boas condições. No simulador de financiamento do Educando seu Bolso, você pode comparar taxas de mais de 10 bancos incluindo Inter, Santander, Itau, Banco do Brasil, Bancoob, Sicredi e descubrir qual instituição oferece as melhores condições para o seu bolso.
Quanto custa financiar um imóvel de R$400 mil?
Vamos a um exemplo prático:
Um imóvel de R$400 mil, com entrada de R$120 mil e financiamento em 360 meses (30 anos), com juros de 1% ao mês, resulta em um custo total de R$785.400.
Além disso, há os seguros obrigatórios:
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MIP (Morte e Invalidez Permanente)
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DFI (Danos Físicos ao Imóvel)
Esses seguros somam cerca de R$100 por mês, o que equivale a R$1.200 por ano.
Custos adicionais:
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Escritura e registro: cerca de R$10 mil
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ITBI: aproximadamente 3% do valor do imóvel (R$12 mil)
No fim, um imóvel de R$400 mil pode custar mais de R$840 mil.
Conclusão: grandes passos financeiros exigem planejamento
Comprar uma casa é um dos maiores compromissos financeiros da vida, e também um dos mais emocionais. Mais do que quatro paredes, ela representa estabilidade, segurança e o início de um novo ciclo.
Mas o sonho da casa própria precisa vir acompanhado de planejamento e informação. Entender juros, comparar bancos, calcular parcelas e avaliar se é o momento certo para o seu bolso faz toda a diferença entre um sonho realizado e uma dívida pesada.
Porque no fim das contas, comprar um imóvel não é só uma decisão financeira: é uma escolha de vida. E quanto mais consciente ela for, mais sólido será o futuro construído dentro desse novo lar.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.