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Inflação em 5%, mas tudo parece ter subido mais? Entenda o IPCA

O IPCA mede a inflação oficial, mas será que ele reflete mesmo o que você sente no bolso? Descubra como ele é calculado e por que tanta gente desconfia dele.

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Você já notou que o carrinho do mercado anda mais leve, mas a conta no caixa continua alta? Foi o que aconteceu com a dona Maria, que vai ao supermercado toda semana e saiu espantada ao ver que os mesmos produtos de antes agora custam R$80 a mais.

Ela não recebeu aumento no salário, mas tudo ao seu redor ficou mais caro: aluguel, comida, transporte. E foi aí que escutou na TV: “O IPCA do mês está em 1,31%”. Mas afinal, o que é IPCA e por que ele está sempre ligado à tal da inflação?

Se você também tem essa dúvida, fica tranquilo. Neste artigo, vamos te explicar o que é IPCA, para que ele serve, como ele afeta a sua vida e até seus investimentos.

O que é IPCA?

IPCA é a sigla para Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é o principal indicador da inflação no Brasil, medido todos os meses pelo IBGE.

Na prática, o IPCA mostra quanto os preços dos produtos e serviços mais consumidos pelos brasileiros estão subindo ou, em alguns casos, caindo.

É como se fosse um termômetro da economia: quando o IPCA sobe, significa que está mais caro viver. Quando ele cai, o custo de vida fica mais barato.

O que é inflação e qual a relação com o IPCA?

Inflação é o nome dado ao aumento generalizado dos preços. E o IPCA é o índice que mede esse aumento.

Ou seja, o IPCA é a forma como o governo acompanha a inflação. Se o IPCA sobe 5% no ano, quer dizer que, em média, os preços subiram 5% — do arroz ao aluguel, da passagem de ônibus ao corte de cabelo.

IPCA é o “quanto” e a inflação é o “fenômeno”. Um mostra o valor, o outro é o nome do que está acontecendo.

Por que a inflação parece menor do que o que você sente no bolso?

Talvez você já tenha pensado: “Ué, mas o café que eu compro aumentou muito mais do que essa tal inflação diz!”. E você tem razão em sentir isso. É que o IPCA é uma média.

Ele não reflete o aumento de um único produto, mas sim da média de preços de uma cesta de consumo, que inclui alimentação, transporte, moradia, saúde, educação e mais. Se alguns itens sobem muito (como o café ou o arroz), mas outros caem ou sobem pouco (como energia elétrica ou passagens aéreas), o resultado final do IPCA pode parecer “baixo” quando comparado ao que você sente no seu dia a dia.

Ou seja: o IPCA mostra o comportamento médio dos preços para a população como um todo, e não exatamente a sua realidade individual. Por isso, quem gasta mais com itens que subiram acima da média sente mais a inflação.

O que o IPCA mede exatamente?

O IPCA mede os preços de uma “cesta de consumo” que representa o que a população costuma comprar. Essa cesta inclui:

  • Alimentação e bebidas

  • Habitação (aluguel, luz, água)

  • Transporte (combustível, passagem)

  • Saúde e cuidados pessoais

  • Educação

  • Vestuário

  • Comunicação

  • Despesas pessoais

Esses itens são pesquisados em diversas regiões do Brasil, todos os meses, e o resultado é o IPCA divulgado pelo IBGE.

Se o IPCA de fevereiro for 0,76%, isso quer dizer que, em média, o custo de vida subiu 0,76% naquele mês.

Qual é a taxa do IPCA hoje?

A taxa do IPCA muda todos os meses e é divulgada pelo IBGE. Para saber qual é o IPCA hoje, o ideal é acompanhar os boletins mensais no site oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou em portais de economia confiáveis.

Em fevereiro de 2025, por exemplo, o IPCA acumulado em 12 meses estava em 5,06%. Isso mostra uma inflação alta, acimada meta do Banco Central (3%).

Ou seja, a moeda perdeu valor de compra, em reais. Há um ano, se uma família pagava R$ 100,00 para comprar bebidas e alimentos, hoje paga R$105,06. Inflação de 5,06%. 

O que é IPCA anual e IPCA de 12 meses?

O IPCA anual é a soma da variação dos preços ao longo do ano inteiro. Já o IPCA de 12 meses é o acumulado dos últimos 12 meses, independentemente se estamos em março ou dezembro.

Essa diferença é importante porque o IPCA de 12 meses é muito usado para reajustes e projeções econômicas, como metas de inflação e correções contratuais.

Por exemplo, o salário mínimo tem uma regra de reajuste que leva em conta o IPCA do ano anterior, somado ao crescimento real do PIB de dois anos antes (se houver). Esse reajuste afeta diretamente outros valores, como a pensão do INSS, que é baseada no salário mínimo, e a tabela do Imposto de Renda, que também pode ser ajustada conforme a inflação acumulada.

Como o IPCA afeta o reajuste do aluguel?

Muita gente só ouve falar do IPCA quando o assunto é aluguel, embora a maioria dos contratos use, na verdade, o IGP-M como índice de reajuste. Mas, em alguns casos, especialmente quando o IGP-M disparou no passado, muitos inquilinos e proprietários decidiram trocar o índice pelo IPCA, que teve variações menores. Essa mudança foi uma forma de evitar aumentos muito altos no aluguel e manter o imóvel ocupado.

Vamos entender como funciona o reajuste, usando o IPCA apenas para fins de comparação:

Imagine que o aluguel atual é de R$1.500 e o IPCA acumulado em 12 meses foi de 4%. O cálculo seria assim:

  • Pegue o valor atual: R$ 1.500

  • Multiplique por 4% (ou 0,04): R$ 1.500 × 0,04 = R$ 60

  • Some ao valor do aluguel: R$ 1.500 + R$ 60 = R$ 1.560

Ou seja, se o reajuste fosse pelo IPCA, o novo aluguel seria de R$1.560.

Dica: é sempre possível negociar com o proprietário. O reajuste pode usar outro índice ou até ser dispensado, se houver acordo entre as partes.

O que significa IPCA+ 7%?

Você já viu investimentos como "Tesouro IPCA+ 7% ao ano"? Esse tipo de título público rende conforme a inflação medida pelo IPCA, mais uma taxa fixa.

Vamos deixar isso mais claro com um exemplo:

Imagine que o IPCA do ano fique em 5%. Se você comprou um título IPCA+ 7%, seu rendimento total naquele ano será:

  • 5% (inflação medida pelo IPCA) + 7% (taxa fixa)

  • Total de 12% de rentabilidade no ano

Isso significa que, além de proteger o seu dinheiro da perda de valor causada pela inflação, você ainda ganha 7% de rendimento real. É como se o seu dinheiro estivesse vencendo a inflação com uma folga de 7% ao ano.

Esse tipo de investimento é muito indicado para quem pensa no longo prazo, como quem está juntando dinheiro para a aposentadoria ou para garantir poder de compra no futuro.

Qual a diferença entre IPCA e Selic?

A Selic é a taxa básica de juros do Brasil. Ela influencia o custo dos empréstimos, dos financiamentos e também o rendimento de alguns investimentos. Já o IPCA é o índice que mede o quanto os preços estão subindo, ou seja, a inflação.

Os dois andam juntos. Quando o IPCA sobe muito, ou seja, a inflação está alta, o Banco Central costuma aumentar a Selic. Isso faz o dinheiro ficar mais "caro" para pegar emprestado, e as pessoas acabam consumindo menos. Com menos consumo, os preços param de subir tanto.

Por outro lado, se a inflação está baixa e a economia está devagar, o Banco Central pode reduzir a Selic. Isso estimula o consumo e o crescimento.

Conclusão: por que entender o que é IPCA faz diferença no seu bolso?

Saber o que é IPCA te ajuda a entender melhor a inflação, os preços, os reajustes e até seus investimentos. Esse índice não está só no noticiário, ele está na sua conta de luz, no seu aluguel e no rendimento da sua aposentadoria.

Quando você entende o IPCA, consegue planejar melhor seus gastos, negociar reajustes com mais segurança e proteger seu dinheiro da desvalorização.

Em um país onde a inflação ainda pesa muito no dia a dia das famílias, conhecer o IPCA é um passo importante para cuidar melhor do seu bolso.

Por Alexia Diniz

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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