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Renda fixa: tem como fazer meu dinheiro render sem riscos?

Veja como funciona a renda fixa para garantir bons retornos financeiros com segurança. Afinal, você colhe tudo aquilo que planta.

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Por Alexia Diniz

O que é renda fixa?

Renda fixa é a categoria de investimentos onde a regra de remuneração está fixa na largada. Em outras palavras, você sabe que vai receber 110% do CDI, IPCA + 6% ao ano, a taxa SELIC, IGPM + 6% ao ano, ou variação cambial + 4% ao ano, por exemplo. Porém, isso não quer dizer que o retorno será fixo.

Note que regra fixa não quer dizer retorno fixo e isso é desconhecido por muitos. Sabe aquele investidor desavisado que perdeu dinheiro investindo no Tesouro Direto e agora está por aí perguntando e querendo saber como? Então, é disso que estamos falando.

Como funcionam os investimentos em renda fixa?

Os investimentos de renda fixa funcionam como um empréstimo. Dependendo do ativo, você estará emprestando seu dinheiro para um banco, uma empresa ou até mesmo para o governo.

Veja como funciona cada tipo de aplicação:

  • Poupança, CDB, LCI, LCA, LF ou LIG: Você empresta dinheiro para um banco.

  • Debêntures, CRIs, CRAs ou FIDCs: Você empresta dinheiro para uma empresa.

  • Tesouro Direto: seu dinheiro está financiando o governo. 

No final, o valor que você receberá depende do tipo de investimento e da rentabilidade que pode ser pré-fixada (14,5%) ou pós-fixada (IPCA + 6%).

Muita gente acredita que a renda fixa não tem riscos ou que sempre gera lucro, mas isso não é verdade. Vamos entender isso melhor com um exemplo.


Rentabilidade na renda fixa: fixa, pós-fixada ou híbrida

A rentabilidade dos investimentos em renda fixa pode ser de três tipos:

Rentabilidade Prefixada: investidor sabe exatamente quanto receberá no vencimento. Exemplo: 13% ao ano.

Rentabilidade Pós-fixada: o retorno depende de um indicador econômico, como CDI ou Selic. Exemplo: 110% do CDI.

Rentabilidade Híbrida: combina um componente fixo e um variável. Exemplo: IPCA + 6% ao ano.

Risco na renda fixa: você pode perder dinheiro?

Sim, é possível perder dinheiro com investimentos de renda fixa, mesmo que as regras de rentabilidade sejam claras.

Imagine que você investiu em um título que paga IGPM + 6% ao ano. Se o IGPM ficar negativo e a queda for maior que 6%, o rendimento final será negativo. Ou seja, em vez de ganhar, você perdeu dinheiro.

Isso acontece porque alguns investimentos em renda fixa são atrelados a indicadores econômicos, como inflação ou taxas de juros, e se a variação deste indicador for negativa, você vai pode perder dinheiro. Por isso, é essencial entender onde está investindo.

Tipos de investimentos em renda fixa

Agora que você entendeu o conceito, vamos conhecer os principais tipos de investimentos em renda fixa:

CDB (Certificado de Depósito Bancário)

O CDB é um investimento de renda fixa onde você empresta dinheiro para um banco e recebe de volta com juros após um período determinado, que pode chegar a até 5 anos.

A rentabilidade pode ser pré-fixada (taxa fixa definida no momento da aplicação), pós-fixada (geralmente atrelada ao CDI) ou híbrida (combinando uma taxa fixa e um índice, como o IPCA).

No entanto, o imposto de renda incide sobre os rendimentos. Se você investe R$10.000 e tem um retorno de R$1.000, o IR será cobrado sobre esses R$1.000.

Como investir em CDB?

Você pode investir por meio de bancos ou corretoras. O CDB conta com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), trazendo mais segurança.

Uma dica importante: evite resgatar antes de 30 dias para não pagar IOF sobre o rendimento.

LCI, LCA e LCD (Letras de Crédito Imobiliário, do Agronegócio e de Desenvolvimento)

As LCIs, LCAs e LCDs são investimentos usados para financiar os setores imobiliário, do agronegócio e de desenvolvimento. Assim como o CDB, são emitidos por bancos e têm rentabilidade pré fixada, pós-fixada ou híbrida.

O grande diferencial é que não há cobrança de imposto de renda, tornando essas aplicações mais atrativas para quem busca maior rentabilidade líquida. Além de ter a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), trazendo mais segurança.

Como investir em LCI, LCA e LCD?

LCI e LCA têm prazo mínimo de nove meses para resgate. Antes de investir, verifique a liquidez, já que nem sempre é possível sacar o dinheiro antes do vencimento.

Você pode adquirir LCIs,LCAs e LCDs diretamente em bancos ou corretoras, escolhendo o prazo e a rentabilidade que melhor se encaixam no seu planejamento. 

Tesouro Direto

O Tesouro Direto permite que qualquer pessoa invista em títulos públicos federais, emprestando dinheiro ao governo em troca de juros. É um dos investimentos mais seguros do mercado, pois tem a garantia do próprio governo.

Principais tipos de títulos:

  • Tesouro Prefixado: taxa de juros fixa, ideal para quem quer previsibilidade.

  • Tesouro Selic: acompanha a taxa Selic, sendo uma ótima opção para reserva de emergência.

  • Tesouro IPCA+: combina uma taxa fixa com a variação da inflação, protegendo o poder de compra.

Como investir no Tesouro Direto?

Você pode investir por meio de corretoras ou bancos. A aplicação mínima é acessível, e os rendimentos estão sujeitos ao imposto de renda, que varia conforme o tempo de aplicação.

Debêntures

As debêntures são títulos emitidos por empresas para captar recursos. Diferente dos CDBs e Tesouro Direto, não têm cobertura do FGC, o que aumenta o risco caso a empresa emissora tenha problemas financeiros.

A rentabilidade pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida, e algumas debêntures são isentas de imposto de renda, especialmente as voltadas para projetos de infraestrutura.

Como investir em debêntures?

É possível adquirir debêntures por meio de corretoras ou bancos. Antes de investir, avalie o risco da empresa emissora e o prazo do título. Mas não se preocupe, você não precisa ser analista financeiro para fazer isso. Às vezes o próprio app do seu banco ou corretora indica o risco, por exemplo através de um esquema de cores - verde, amarelo e vermelho. Assim você pode facilmente diferenciar os bons dos maus pagadores..

Finalmente, atenção à liquidez, que pode ser limitada. Esses investimentos costumam ter prazos mais longos - anos, e não devem receber dinheiro que você pode precisar no curto prazo.

Como escolher o melhor investimento?

A escolha do investimento ideal depende dos seus objetivos. Você irá precisar do dinheiro no curto prazo ou pode deixar aplicado por mais tempo? Quer um rendimento garantido ou prefere acompanhar a inflação?

Se você busca um investimento de curto prazo, um CDB pode atender sua demanda. Porém, se você pretende deixar o investimento aplicado por mais tempo, pode garantir um rendimento maior aplicando seu dinheiro no Tesouro Direto ou até mesmo em LCIs e LCAs.

Qual a importância do CDI nos meus investimentos?

O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é a taxa de juros que os bancos usam para emprestar dinheiro entre eles e, normalmente, está próxima da Selic, a taxa básica de juros do Brasil.

Por isso, quando começamos no mundo dos investimentos, é normal escutar frases do tipo:
“Rende até 110% do CDI”.



Mas, quanto é 110% do CDI?

Isso dependerá da taxa de CDI que estiver valendo. Dessa forma, se o CDI estiver em 13,15%, 110% do CDI vai representar uma taxa de:

13,15% + (10% de 13,15%) = 14,47% ao ano

Para que você entenda melhor o que isso significa, vamos colocar 110% do CDI lado a lado  com a poupança, que paga TR (hoje aproximadamente 2% a.a.) + 0,5% a.m. Para isso, vamos comparar os dois cenários usando um simulador gratuito de investimento em renda fixa. 

Se você investisse R$10.000 reais em cada uma dessas opções, esse seria o total em um ano:

CDB (110% do CDI)

Poupança 

R$11.121

R$10.838


Ou seja, você teria um rendimento de R$283 reais a mais no CDB, já descontando o imposto de renda (22,5%) que é cobrado sobre o retorno do investimento.

A maioria dos investimentos em renda fixa sofre tributação pelo Imposto de Renda (IR), com uma alíquota regressiva:

A imagem apresenta a tabela regressiva do Imposto de Renda para investimentos de renda fixa. Quanto maior o prazo da aplicação, menor a alíquota de imposto sobre os rendimentos, variando de 22,5% (até 180 dias) a 15% (acima de 720 dias). O logotipo "Educando Seu Bolso" aparece no canto superior esquerdo.

A imagem apresenta a tabela regressiva do Imposto de Renda para investimentos de renda fixa. Quanto maior o prazo da aplicação, menor a alíquota de imposto sobre os rendimentos, variando de 22,5% (até 180 dias) a 15% (acima de 720 dias).

Reprodução Educando seu Bolso

No entanto, investimentos como LCI, LCA, CRI e CRA são isentos de imposto de renda.

Renda fixa: comece a investir com segurança

Agora que você já entende melhor a renda fixa, o próximo passo é escolher o investimento que faz mais sentido para você. Antes de aplicar, vale a pena simular quanto seu dinheiro pode render e comparar diferentes alternativas. 

Se busca saber exatamente quanto vai receber no final, opções com rendimento fixo podem ser interessantes. Já se quiser proteger seu dinheiro da inflação, títulos atrelados ao IPCA podem ser mais vantajosos. Com um pouco de organização, dá para encontrar a melhor alternativa para o seu bolso e seus planos.

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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