Paulo Galvão
Paulo Galvão
Jornalista formado pela PUC Minas
DOIS TOQUES

Não há vencedor de véspera. Nem de primeiro tempo

Como muitos, vislumbrei outra goleada brasileira. Ledo engano. A casa verde-amarela começou a cair logo aos 6min da etapa final

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O futebol prega peças e a derrota da Seleção Brasileira para o Japão, na última terça-feira (14/10), em Tóquio, é só mais uma prova disso. O Escrete Canarinho vinha de grande atuação e de goleada por 5 a 0 sobre a Coreia do Sul, em Seul, e o técnico Carlo Ancelotti resolveu trocar nada menos que oito jogadores. Tudo certo, amistosos servem para isso mesmo, testar esquemas táticos, observar jogadores, dar oportunidades, saber como cada um responde em situações de jogo.

No primeiro tempo, tudo funcionou da melhor forma e o Brasil não teve dificuldades para abrir 2 a 0 no Estádio Nacional de Tóquio. O primeiro gol foi de Paulo Henrique, lateral-direito do Vasco, que, aos 29 anos, pela primeira vez na carreira vestiu a Amarelinha.

O segundo foi fruto da categoria de dois atletas que estão mais que acostumados em defender a Seleção: Lucas Paquetá fez passe por elevação para Martinelli, que teve liberdade para ajeitar o corpo e acertar bela finalização de canhota.

Como muitos, vislumbrei outra goleada brasileira. Ledo engano. A casa verde-amarela começou a cair logo aos 6min da etapa final, depois de falha gritante do zagueiro Fabrício Bruno, aproveitada por Minamino. Como argumentou Ancelotti após o jogo, a partir deste lance o Brasil se perdeu em campo, ficando sem equilíbrio defensivo e se tornando inoperante no ataque.

Os japoneses se aproveitaram, empataram o jogo com Nakamura e conseguiram a virada com Ueda, que cabeceou no meio do gol, em cima do goleiro Hugo Souza, que mesmo assim não conseguiu fazer a defesa. Para completar, as mudanças promovidas pelo treinador italiano não recolocaram a Seleção no rumo.

Obviamente, Fabrício Bruno e Hugo Souza foram bastante criticados. Não pelo experiente comandante, que evitou analisar individualmente as atuações e ainda garantiu que “erros individuais não afetam a presença de um jogador na equipe”.

Acredito nele, mas acho que dificilmente os dois referidos atletas estejam na lista dos que vão à Copa do Mundo de 2026. Não pelos erros cometidos, muito menos pela qualidade técnica – ambos já mostraram todo potencial defendendo algumas das maiores equipes do futebol nacional, caso de Corinthians, Cruzeiro e Flamengo.

A questão principal é a concorrência. No gol, Alisson, Bento e Ederson parecem ter vaga garantida. Já na zaga, Éder Militão, Marquinhos, Alexsandro Ribeiro e Gabriel Magalhães estão na frente dos demais, ao menos teoricamente. Se houver um quinto convocado para a zaga, o cruzeirense ainda enfrenta a concorrência de Lucas Beraldo.

Mesmo para quem foi bem nesta última Data Fifa a situação não é fácil. Caso de Paulo Henrique, que vê Wesley e Vanderson como favoritos no momento e ainda tem a concorrência de Vitinho, chamado agora também.

O importante é que nem Fabrício Bruno nem Hugo Souza se deixem abater. Eles precisam continuar mostrando no Cruzeiro e no Corinthians, respectivamente, que merecem estar na Copa do Mundo e que o que ocorreu em Tóquio foi apenas acidente de percurso.


CAMPEONATO BRASILEIRO

A CBF anunciou, com pompa e circunstância, um novo calendário para o futebol brasileiro, prometendo menos jogos para os grandes clubes e mais para os pequenos. Não ficou claro, porém, se vai respeitar as Data Fifas.

Não é possível que nossos times continuem sendo prejudicados pela falta de organização, como ocorreu nos jogos de ontem do Campeonato Brasileiro. O Atlético, por exemplo, não pode contar com o zagueiro Junior Alonso nem com o volante Alan Franco no clássico contra o Cruzeiro, que, por sua vez, não teve justamente Fabrício Bruno. Todos convocados para seleções e não conseguiram chegar em tempo hábil para atuar. O mesmo ocorreu com outras equipes.

Isso tira o brilho do principal produto da CBF, que é a Série A. Se a entidade não se importa com isso, quem se importará?

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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