Paulo Galvão
Paulo Galvão
Jornalista formado pela PUC Minas
DOIS TOQUES

Será 51 uma boa ideia, Ancelotti?

Feola voltou ao comando em 1966 e convocou nada menos que 47 jogadores, que se revezavam em quatro times nos treinamentos em busca do tri

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Ao convocar a Seleção Brasileira para os dois últimos compromissos pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, Carlo Ancelotti deixou claro que 14 ou 15 jogadores já estão garantidos na disputa na América do Norte, enquanto ainda fará testes para definir os outros oito ou nove da relação final. Também disse que “a ideia é fazer uma lista muito maior, de 51 ou 52 jogadores”, que ficarão de prontidão caso algum dos confirmados tenha problema físico e não possa viajar.

Isso não é novidade no Escrete Canarinho. Nas décadas de 1950 e 1960 foi comum treinadores chamarem um número grande de atletas, que eram cortados no decorrer da preparação até chegar ao número permitido pela Fifa em cada edição.

Em 1958, por exemplo, Vicente Feola convocou 31 jogadores, além de dois considerados extras (Almir Pernambuquinho e Roberto Belangero), para ter três times nos treinamentos. Primeiro cortou cinco e, antes do embarque para a Europa, outros cinco.

Quatro anos mais tarde, já sob o comando de Aymoré Moreira, foram chamados 41 jogadores para iniciar a preparação para o Mundial do Chile. O número foi reduzido para 22, tendo em vista amistosos ainda em território nacional. Uma última mudança foi realizada, após o ponta Julinho Botelho pedir dispensa alegando problemas médicos.

 

Feola voltou ao comando em 1966 e convocou nada menos que 47 jogadores, que se revezavam em quatro times nos treinamentos em busca do tri. O problema, segundo jornalistas que cobriam a Seleção à época, e alguns dos próprios integrantes, foi a desorganização durante a preparação. Para completar, 27 viajaram à Inglaterra, onde cinco atletas acabaram cortados e o resultado foi a eliminação precoce.

Ou seja, o número de “eleitos” pelas comissões técnicas importa menos que ter um modelo de jogo e uma preparação bem executada, além, é claro, da qualidade dos atletas. Considero que o experiente Ancelotti tem boas ideias para o futebol e é um bom gestor, além de contar com todo o know-how do estafe da CBF, cujo coordenador executivo geral das Seleções Masculinas da CBF é Rodrigo Caetano, um profissional vencedor.

O problema é a qualidade dos jogadores. Nosso maior craque, Neymar, não consegue ter sequência nos últimos anos, convivendo com problemas físicos e parecendo mais preocupado com compromissos extra-campo do que em entrar em forma.

Vinicius Júnior poderia fazer a diferença, assim como o seu companheiro de Real Madrid, Rodrygo, além de contarmos com outros bons atacantes, como João Pedro, Raphinha e Matheus Cunha. Há ainda bons nomes para o meio-campo, como o experiente Casemiro, Bruno Guimarães e Gérson, assim como na zaga, para a qual temos o sempre eficiente Marquinhos.

Mas sinto falta daquele algo a mais que é necessário para se ganhar uma Copa do Mundo, de um tempero diferente, de alguém capaz de tirar um coelho da cartola. Por isso, e pelo pouco tempo de trabalho da atual comissão técnica, ainda não me entusiasmo com a Seleção Brasileira.

Tomara que Ancelotti e os comandados dele mudem minha opinião. A começar pelos jogos contra Chile e Bolívia.

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Disputa no Brasileiro 

A disputa pelo título do Campeonato Brasileiro está cada vez mais restrita a Flamengo e Palmeiras. O Cruzeiro ainda corre por fora, mas, pelo futebol apresentado na última rodada e a constância durante a disputa, rubro-negros e alviverdes não parecem dispostos a dar chance aos concorrentes.

Enquanto Filipe Luís ganhou peças importantes nesta janela que se encerra na próxima segunda-feira para não deixar o desempenho do Fla cair, Abel Ferreira remonta mais uma vez o Verdão, como já fez tantas vezes, contando com uma bela dupla de ataque: Vitor Roque e Flaco López. Vamos ver quem vai se dar melhor no fim da temporada.


As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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