Paulo Galvão
Paulo Galvão
Jornalista formado pela PUC Minas
DOIS TOQUES

A insatisfação de cada dia

As campanhas, além do futebol apresentado por seus comandados, acabaram pressionando os dois treinadores dos gigantes mineiros

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Atlético e Cruzeiro entraram no Campeonato Brasileiro com objetivos parecidos, mas vêm tendo trajetórias diferentes. Enquanto o Galo, tido como um dos favoritos ao título, deixou a desejar na primeira metade da disputa, a Raposa, que para muitos seria coadjuvante, surpreendeu, chegando a liderar a competição e se consolidando no G-4, aqueles que garantem vaga na fase de grupos da próxima Copa Libertadores.

As campanhas, além do futebol apresentado por seus comandados, acabaram pressionando os dois treinadores dos gigantes mineiros. Se Cuca vem sendo bastante cobrado por o time alvinegro não ter regularidade na temporada, Leonardo Jardim começa a ser questionado após alguns poucos tropeços.

Acho que há exagero em ambos os casos, ainda que tenha críticas pontuais ao trabalho tanto de um quanto de outro.

No caso de Cuca, não posso concordar com quem defenda a troca do profissional. Considero que o grupo atleticano passa por grande reformulação, com a chegada de jogadores que podem dar mais opções ao treinador, como os meio-campistas Alexander e Reinier e o atacante Biel. Eles podem suprir carências do grupo que vinham de muito tempo e outras mais recentes, com a provocada pela saída do polivalente Rubens, negociado com o Dínamo de Moscou-RUS.

Ainda há lacunas, principalmente na zaga, setor que perdeu recentemente o reserva Igor Rabelo. Mas a chegada de Ruan, que já está em Belo Horizonte, pode diminuí-las.

Outro ponto dessa questão é quem colocar no lugar do experiente treinador em um momento em que o Galo se prepara para clássicos contra o Cruzeiro pelas quartas de final da Copa do Brasil. Seria uma temeridade trocar o comando às vésperas do início de tão importante disputa.

Claro que, em caso de eliminação nas oitavas de final da Copa Sul-Americana, hoje, diante do modesto Godoy Cruz-ARG, a pressão aumentará muito. Mas as cobranças não podem ser só sobre o treinador, a conta tem de ser dividida com os principais jogadores e também com a diretoria, exposta pelos próprios atletas pelos atrasos de pagamentos.

No caso do Cruzeiro, não tenho ouvido clamor pela troca de treinador, mas o tom das críticas tem aumentado. Uma delas é sobre a resistência de Jardim em fazer mudanças na equipe no decorrer das partidas, o que estaria provocando queda de rendimento na parte final dos jogos. Concordo em parte, mas também entendo as explicações dadas pelo português ao não mudar peças simplesmente pela questão física.

Outra cobrança recorrente é a não utilização de Gabigol por mais minutos a cada compromisso. Trata-se de um dos maiores goleadores do futebol brasileiro neste século, mas que me parece abaixo física e tecnicamente de Kaio Jorge, artilheiro do Campeonato Brasileiro. Há ainda a questão tática, uma vez que ele não recompõe tanto a marcação quando a equipe está sem a bola – isso seria possível se o treinador encontrasse uma forma de o time manter a intensidade, colocando mais um marcador no meio-campo, por exemplo. Mas acho que ele vai preferir mesmo apostar na chegada do colombiano Sinisterra para melhorar o ataque cruzeirense. A ver.


Finalmente

A CBF parece disposta a fazer os clubes respeitarem regras de fair play financeiro. As discussões vêm ocorrendo, incluindo a presença de especialistas estrangeiros, o que pode ser muito bom para todos no nosso futebol.

Tomara que os dirigentes coloquem a cabeça no lugar e pensem no bem comum. O controle de gastos não é garantia de mais equilíbrios nas disputas, mas certamente evita que se façam loucuras em nome da paixão ou da demagogia.


As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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