
Uma grande interrogação se impõe
Estou curioso para saber como cada um vai se comportar no restante da temporada e é muito difícil fazer prognósticos
Mais lidas
compartilhe
SIGA NO

Com a eliminação do valente Fluminense nas semifinais da Copa do Mundo de Clubes, a atenção dos torcedores dos principais times brasileiros se volta para o Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, além das copas continentais – para aqueles que ainda estão nelas, obviamente. Estou curioso para saber como cada um vai se comportar no restante da temporada e é muito difícil fazer prognósticos, principalmente porque temos uma janela de transferências se abrindo nesta quinta-feira (10/7).
Para os que não jogaram o Mundial nos EUA, houve tempo para descansar e treinar. Isso não garante nada, a não ser jogadores menos desgastados, mas também precisando recuperar o ritmo de jogo.
Atlético e Cruzeiro estão entre esses, sendo que vinham em bom momento no momento da parada. O desafio é não deixar o desempenho cair, mesmo com uma sequência desgastante pela frente, principalmente para os alvinegros, que terão de disputar os playoffs da Copa Sul-Americana contra o Atlético Bucaramanga-COL.
Nenhum dos rivais mineiros anunciou contratações antes da abertura da janela. Além disso, eles ganharam tempo para recuperar atletas contundidos, caso do lateral atleticano Guilherme Arana e do volante cruzeirense Matheus Henrique – este em reta final de preparação para voltar aos gramados.
Leia Mais
Por outro lado, podem negociar atletas que despertam interesse em outros clubes. E nenhuma das nossas agremiações, seja SAF ou associação, têm condições de recusar investidas, principalmente quando elas vêm do exterior, feitas em dólares ou euros.
O Flamengo, clube de maior faturamento do país, por exemplo, nada pode fazer quando o Zenit-RUS resolveu pagar a multa rescisória prevista no contrato do meio-campista Gérson, convencido por uma condição salarial vantajosa pelos russos. Se não fosse o clube de São Petersburgo, o destino do ex-camisa 8 rubro-negro provavelmente seria o Al-Nassr, da Arábia Saudita, que também apresentou-lhe proposta bem superior aos vencimentos recebidos no clube carioca.
A equipe da Gávea, aliás, voltou ao Brasil em situação muito pior do que quando viajou. E não foi por conta da eliminação nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes ou por ter sido superado por algum concorrente na liderança do Brasileiro, mas, sim, por seu ambiente político sempre em ebulição – o pivô da atual crise é o diretor de futebol José Boto, que veio da Europa com grande prestígio, mas que conseguiu desagradar jogadores, membros da comissão técnica e até dirigentes que o contrataram.
Vamos ver como se desenrolam os fatos no Ninho do Urubu. Mas dificilmente o Fla passará incólume justamente quando se prepara para jogos de mata-mata na Copa do Brasil e na Libertadores, além de ter de defender a liderança do Brasileiro.
O desempenho de outras equipes que estiveram no Mundial também desperta minha curiosidade. O Fluminense é uma delas, pois, se surpreendeu ao atingir as semifinais do Mundial, o próprio técnico Renato Gaúcho reconheceu que terá a árdua missão de fazer os comandados manterem o desempenho mostrado nos EUA daqui para frente.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba as notícias relevantes para o seu dia
Deu a lógica
Como eu esperava, a decisão da Copa do Mundo de Clubes será entre dois europeus, Chelsea, que cresceu durante a disputa, e o Paris Saint-Germain, atual campeão da Champions League, que atropelou o Real Madrid nas semifinais. O abismo financeiro para o resto do mundo, à exceção da Arábia Saudita, prevaleceu e deverá ser assim nas próximas edições.
Aos sul-americanos resta seguir trabalhando em busca de excelência a cada temporada para diminuir a distância para os gigantes do Velho Mundo. Por enquanto, temos de nos contentar com o feito do Flu, semifinalista, ou de jogar de igual para igual com o Bayern de Munique, como fez o Fla, derrotado por 4 a 2.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.