Paulo Galvão
Paulo Galvão
Jornalista formado pela PUC Minas
DOIS TOQUES

Seleção Brasileira à deriva

Que a CBF anuncie logo o treinador, seja ele quem for. E que o escolhido consiga montar uma equipe minimamente competitiva

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A 13 meses e 10 dias do início da Copa do Mundo de 2026, a Seleção Brasileira não tem treinador. Estamos falando da maior vencedora do futebol, com cinco títulos mundiais, que encantou o mundo em diversas oportunidades, inclusive naquelas em que não foi campeã, caso de 1982, na Espanha, quando foi comandada pelo saudoso Telê Santana.

 

 

O que mais me assusta é ver a atual administração da CBF um tanto quanto sem criatividade na busca de um comandante para o Escrete Canarinho. A insistência em contar com Carlo Ancelotti é compreensível pelo currículo vencedor e a experiência do italiano, mas ele tem uma série de empecilhos para resolver antes de assinar contrato.

Enquanto isso, o tempo vai passando e o mandatário da entidade que comanda o futebol nacional, Ednaldo Rodrigues, parece não perceber. Se ele tem alguma garantia, não tenho conhecimento, mas, de qualquer forma, é uma estratégia bastante arriscada.

 

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Primeiro, porque treinar seleções é bem diferente de trabalhar em clubes. Não há aquele trabalho com os atletas no dia a dia, não dá para “sentir” o comportamento de cada jogador diante das inúmeras situações que se apresentam no futebol. Também é mais difícil incutir nos comandados os conceito táticos desejados, são poucas sessões de treinamentos, todas muito distantes umas das outras.

Depois, porque se for confirmado mesmo um treinador estrangeiro, ele precisará de tempo para se adaptar. Por mais que conheça nossos melhores atletas, quase todos atuando na Europa, e até tenha trabalhado com alguns deles, há a questão cultural, a cobrança da torcida e da imprensa, as dificuldades de logística, além do próprio idioma.

 

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Neste caso, Jorge Jesus surge como um plano B que parece mais factível que o A. O português não só fala nossa língua, como já trabalhou por aqui, tendo montado um Flamengo vencedor e, muitas vezes, encantador em 2019. E fica livre este mês.

 

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Mas mesmo assim ele precisaria encontrar a formação ideal, que consiga colocar em prática suas ideias, em tempo recorde, o que não é fácil. Ainda mais para quem está há cinco anos e meio longe do Brasil. Muita coisa mudou desde que deixou o país, jogadores surgiram, outros já enfrentam o ocaso da carreira, o que também exigirá a mínima adaptação.

Uma outra opção seria convencer outro luso, Abel Ferreira, a deixar sua trajetória vencedora no Palmeiras para se arriscar no comando do Escrete Canarinho. Ninguém questiona o conhecimento de futebol do comandante palmeirense, que reinventou o Verdão em diversas oportunidades nesta década, mas me parece pouco provável que ele aceite o desafio, que pode se tornar uma grande frustração.

O curioso é que nem Abel Ferreira, nem Jorge Jesus pareceram bons o suficiente para comandar a seleção do próprio país. Aliás, santo de casa parece realmente não fazer milagre: o cargo é ocupado desde janeiro de 2023 pelo espanhol Roberto Martínez, contratado para o lugar de Fernando Santos.

Que a CBF anuncie logo o treinador, seja ele quem for. E que o escolhido consiga montar uma equipe minimamente competitiva, que valorize o conjunto, uma vez que não temos tantos craques quanto em outras gerações.


Indomável

A diretoria do Cruzeiro parece ter optado por contornar a crise gerada pelo atacante Dudu. Aos 33 anos, o jogador reclamou publicamente da reserva, teria se insubordinado contra o treinador e, afastado, obrigou os dirigentes a buscarem um entendimento com seu empresário para evitar o pagamento de multa, que chegaria a R$ 60 milhões.

Esta é mais uma prova do quanto alguns atletas são mimados no Brasil. O técnico Leonardo Jardim deve estar assustado, pois não está acostumado que este tipo de comportamento passe impune em um clube de futebol.

Hierarquia e disciplina são muito importantes no esporte. Quando são quebradas, as consequências costumam ser terríveis.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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