
O VAR não evita as polêmicas no futebol
Resta ao torcedor rezar para que seu time seja o menos prejudicado possível. E aos árbitros, procurar evoluir sempre
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Adotado em agosto de 2016 pela Fifa, o assistente eletrônico de arbitragem – popularmente conhecido como VAR, da sigla em inglês – era esperança de minimizar as polêmicas no futebol. Não foi o que ocorreu, como ficou muito claro em cinco episódios ocorridos em partidas disputadas entre sábado e segunda-feira passados pelo Brasil.
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A começar pelo clássico mineiro, entre Atlético e América, no jogo de ida da decisão do Estadual. A expulsão do meio-campista Cauan Barros, do América, aos 22min do primeiro tempo, que revidou com um tapa o empurrão dado nele pelo atleticano Cuello, gerou questionamentos e me pareceu exagerada. Na minha visão, ambos deveriam ser advertidos com cartão amarelo.
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Não que eu ache que o resultado mudaria muito. O alvinegro é muito superior ao alviverde, mas o espetáculo seguiria mais interessante com 11 contra 11. E o curioso é que o árbitro Vinícius Gomes do Amaral, que não viu a reação do americano, sendo alertado pelo assistente de campo, nem foi chamado para rever o lance no vídeo.
No mesmo dia, durante o jogo de volta das semifinais do Carioca, entre Flamengo e Vasco, no Maracanã, o atacante Bruno Henrique estaria impedido ao marcar o gol de empate do rubro-negro. A Federação de Futebol do Rio de Janeiro (FERJ), porém, considera que o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães e seus assistentes, inclusive o de vídeo, acertaram ao validar o tento, de acordo com novos critérios e diretrizes aprovados por unanimidade pelos próprios clubes, para desespero dos vascaínos.
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Ainda no sábado, o Internacional venceu o jogo de ida da decisão do Campeonato Gaúcho, contra o Grêmio, por 2 a 0, mas deixou a Arena do rival reclamando de um pênalti do goleiro Tiago Volpi sobre o atacante Vitinho, não marcado pelo árbitro Ramon Abatti Abel em campo. Como em Minas, o VAR não recomendou a ida ao monitor para conferir o lance.
Já no domingo, o auxílio eletrônico causou polêmica durante a partida entre o Jacuipense e o Bahia, na volta das semifinais do Campeonato Baiano, no estádio Joia da Princesa, em Riachão do Jacuípe. No fim do primeiro tempo, quando o Tricolor de Aço já vencia por 2 a 0, após a marcação de um pênalti para os donos da casa, um lance inusitado: antes da cobrança, Matheus Firmino foi expulso por dar um “peteleco” na orelha de Rodrigo Nestor, que caiu como se tivesse levado um soco. Na súmula, o árbitro Eziquiel Sousa Costa justificou alegando que o jogador do Jacuipense “mostrou desrespeito ao jogo”. Mas, na verdade, só viu o lance no videotape, como se falava antigamente.
Finalmente, na noite de segunda-feira, no Allianz Parque, em jogo único das semifinais do Paulista, o Palmeiras fez 1 a 0 no São Paulo e avançou à decisão graças a pênalti marcado pelo árbitro Flávio Rodrigues de Souza aos 43min do primeiro tempo. No lance, Vitor Roque aproveita saída de bola errada dos são-paulinos, mas adianta a bola e cai na área após disputa com Arboleda. Os tricolores reclamaram muito e não se convenceram da marcação nem mesmo após a divulgação do áudio contendo o diálogo entre quem estava em campo e a cabine do VAR, no qual todos concordam com a penalidade máxima.
Pelo jeito, as decisões polêmicas vão continuar no futebol. Resta ao torcedor rezar para que seu time seja o menos prejudicado possível. E aos árbitros procurar evoluir sempre.
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DECIDIDO
Com o Campeonato Mineiro praticamente decidido a favor do Atlético, resta aos clubes pensar na sequência da temporada. Que os atleticanos não se iludam com o título e que as demais equipes que ainda têm calendário na temporada tirem lições da disputa.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.