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Paulo Galvão
Paulo Galvão
Jornalista formado pela PUC Minas

Um debate necessário

"Tendo a crer que apostar em qualquer alternativa que não a natural é um atestado de incompetência ou de preguiça"

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Quis o destino que no dia em que alguns dos maiores atletas do futebol brasileiro em atividade se manifestaram contrariamente ao uso de pisos sintéticos em nossos campos, o Atlético fosse obrigado a estrear na Copa do Brasil de 2025 atuando em um gramado natural em péssimas condições no Estádio João Ribeiro, em Tocantinópolis (TO), contra o time local. E, para variar, temos uma grande divisão entre os que defendem um ou outro.

 

 

Já ouvi argumentos dos mais variados sobre o assunto. O que não podemos é deixar de debatê-lo até que se chegue a um denominador comum.

A reclamação de atletas sobre o gramado artificial não é de agora e não acabou mesmo com a evolução do material usado. Hoje, os sintéticos contam com tecnologia de ponta tanto no que se refere à superfície que tem contato com as chuteiras e a bola, quanto à camada que fica no subsolo, garantindo melhor amortecimento, fundamental para diminuir o desgaste de articulações e as temidas tendinites.

 

 

Sou de um tempo em que gramado sintético era coisa de norte-americano, povo então pouco afeito a jogar futebol com os pés. E a principal preocupação era com as “queimaduras” que o material provocava quando você caía sobre ele – não à toa, os jogadores de futebol americano, aquele jogado prioritariamente com as mãos, sempre atuaram com calças compridas.

Hoje, há diversas opções no mercado. Algumas, inclusive, apostam na mistura de uma parte sintética combinada com gama natural. É o caso do Itaquerão, o estádio do Corinthians, na Zona Leste da capital paulista.

 

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Botafogo, no Engenhão; Palmeiras, no seu parque, que deixou o nome de bebidas para adotar o de uma seguradora; e em breve o Atlético, em sua arena, também optaram pelo piso artificial. Os motivos vão desde a possibilidade de ter o solo sempre em boas condições até a realização de grandes shows musicais sem que isso prejudique a prática do esporte bretão na sequência.

Em um país como o Brasil, em que o clima quase sempre favorece o gramado natural, tendo a crer que apostar em qualquer alternativa que não a natural é um atestado de incompetência ou de preguiça, talvez de ambos. Quando assisto a um jogo do futebol europeu, continente que enfrenta invernos rigorosos, e vejo a bola rolar com perfeição, isso reforça a minha impressão. O mesmo ocorre quando escuto que, em alguns casos, o problema é que os arquitetos e engenheiros não levaram em consideração a incidência de sol sobre determinado setor do campo.

De qualquer forma, prefiro deixar as conclusões para quem entra em campo, para quem cuida dos gramados e também para os dirigentes. O que não podemos é não discutir o assunto, tão importante para todos os envolvidos com o futebol, inclusive para os jornalistas e os torcedores.


Muito favorito

Atual pentacampeão mineiro, o Atlético abriu boa vantagem nas semifinais contra o Tombense ao fazer 2 a 0 no jogo de ida. Não só está quase na decisão, como é favorito contra qualquer dos rivais, América ou Cruzeiro, que ficaram no 1 a 1 na primeira partida. Com Hulk desequilibrando, fica difícil para qualquer um deles encarar o Galo. A ver.

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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