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Paulo Galvão
Paulo Galvão
Jornalista formado pela PUC Minas
DOIS TOQUES

A montanha-russa de emoções do futebol

"Os torcedores vivem, basicamente, da paixão. Por isso, vão tão rapidamente de um pólo a outro no campo das emoções"

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Um dos motivos de o futebol ser tão fascinante é sua imprevisibilidade. As coisas mudam muito rápido, às vezes uma única partida é capaz de alterar o humor das torcidas e das próprias equipes. Antes do clássico do último domingo, entre Cruzeiro e Atlético, vimos os cruzeirenses muito animados, tanto que lotaram o Mineirão, enquanto os atleticanos estavam reticentes. A vitória alvinegra por 2 a 0, com dois gols do super-herói Hulk, foi suficiente para os papéis se inverterem, se não totalmente, ao menos em parte.

 

 

Os torcedores vivem, basicamente, da paixão. Por isso, vão tão rapidamente de um pólo a outro no campo das emoções, da euforia muitas vezes injustificada à profunda depressão. E vice-versa.

É o que vimos neste início de ano em Minas Gerais. A contratação de jogadores como os atacantes Dudu e Gabigol devolveu a autoestima aos celestes, ainda que nenhum dos dois jogadores tenha tido uma temporada passada de destaque. O mesmo vale para o lateral-direito Fágner. Já o zagueiro Fabrício Bruno retornou para ser o xerife da retaguarda azul, enquanto os meio-campistas Eduardo, Marquinhos e Christian e o meia-atacante Rodriguinho foram boas apostas, assim como o atacante Bolasie.

 

O entusiasmo cresceu depois da demissão do técnico Fernando Diniz. “Antes tarde do que mais tarde”, pensaram os cruzeirenses, mesmo que a contratação do português Leonardo Jardim não tenha sido exatamente comemorada.

De qualquer forma, o otimismo era total para o clássico, ainda mais que o rival vinha de desempenhos ruins nos primeiros jogos de 2025. Como Cuca é um grande treinador, o Atlético entrou bem armado no gramado do Mineirão e o jogo foi equilibrado até os 29min, quando Gabigol foi expulso por cotovelada no rosto do zagueiro Lyanco.

Se no 11 contra 11 já estava difícil para a Raposa, ainda em formação e à espera do novo comandante, com um a menos viu o Galo sobrar em campo. Os 2 a 0 foram na medida que os alvinegros determinaram, jogando com inteligência, sem afobação, até por não ter torcedores para exigir idas precipitadas ao ataque – o clássico só teve a presença da torcida do mandante Cruzeiro.

 

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Com o apito final, os atleticanos não quiseram nem saber se a bobagem cometida por Gabigol foi determinante para o resultado ou se o time ainda precisa evoluir muito para brigar por grandes coisas este ano, como ocorreu na temporada passada. Comemoraram bastante, fizeram piadas, criaram memes na internet. Novatos que até então eram vistos com desconfiança, como o lateral-direito Natanael, o meio-campista Gabriel Menino e o meia-atacante Cuello foram celebrados. Cuca voltou a ser o cara certo, no lugar certo, com a camisa certa. A saída de Paulinho foi momentaneamente esquecida.

Já os cruzeirenses se dividiram entre a revolta com a arbitragem comandada por Felipe Fernandes de Lima, que teve Rodolpho Toski Marques como responsável pelo VAR, e não convenceu o árbitro principal a conferir o lance em que Lyanco pisou no braço de Dudu, e a cobrança aos jogadores. E não foi só Gabigol quem sofreu. O goleiro Cássio também foi criticado por não pegar o chute de direita de Hulk no primeiro gol. O armador Matheus Pereira, considerado o cérebro do time, foi vaiado por parte dos torcedores, coisa impensável algum tempo atrás.

 

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Ou seja, no futebol, o herói de hoje pode ser o vilão de amanhã. E o atual patinho feio vira um elegante cisne dependendo do desempenho no próximo jogo. É assim mesmo. Não esperem sobriedade dos torcedores. Apaixonados, costumam não dar muita bola para a razão.

 

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