ED
Estado De Minas
DIREITO SIMPLES ASSIM

Advogados advertidos por uso abusivo de inteligência artificial em processo

Tribunais identificam petições com jurisprudência inexistente, especialistas alertam para riscos da preguiça e necessidade de estudo jurídico sério e constante

Publicidade

Mais lidas

Por Ana Flávia Sales*

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O ESTADO DE MINAS NO Google Discover Icon Google Discover SIGA O EM NO Google Discover Icon Google Discover

Você sabia que advogados já vêm sendo advertidos no Brasil por uso indevido de inteligência artificial (IA) em processos? Em vários casos, a Justiça constatou que petições apresentavam trechos de julgados inexistentes, criados por sistemas de IA generativa, sem qualquer conferência prévia por parte do profissional responsável.

A situação acendeu um alerta no Judiciário: a tecnologia pode apoiar, mas nunca substituirá a análise crítica e o conhecimento jurídico do advogado. 

O risco da “preguiça mental”

A inteligência artificial é, de fato, uma ferramenta poderosa. Pode ajudar a organizar informações, sugerir argumentos e até acelerar a produção de documentos. O problema surge quando alguns profissionais abrem mão do estudo e da responsabilidade, confiando cegamente no que a máquina produz.

Esse comportamento tem sido chamado por especialistas de “preguiça mental”: pessoas que sequer leem ou verificam o conteúdo gerado pela IA entregando-o diretamente ao cliente ou ao juiz. O resultado é grave: desinformação processual, prejuízo para clientes e descrédito para a própria advocacia. 

O verdadeiro arcabouço jurídico 

A advocacia responsável não nasce de atalhos tecnológicos. O que dá base sólida ao trabalho de um advogado é o arcabouço jurídico construído por estudo sério e constante, com leitura de livros de referência, acompanhamento das decisões dos tribunais e formação acadêmica consistente.

Advogados que realmente se aprofundam na jurisprudência e na doutrina conseguem usar a tecnologia como apoio, e não como substituto. Já aqueles que se limitam a copiar conteúdo da internet ou a confiar cegamente em ferramentas de IA correm o risco de violar a ética profissional e até de sofrer sanções judiciais. 

O papel das instituições 

O Judiciário já está atento: em casos recentes, além de rejeitar as peças processuais defeituosas, juízes têm aplicado multas para punir a conduta negligente. A tendência é que a OAB também seja provocada a investigar e responsabilizar disciplinarmente advogados que atuem dessa forma, por possível violação ao dever de diligência e ao zelo pela profissão. 

Reflexão final 

A reflexão é simples e necessária: a tecnologia pode apoiar, mas nunca substituirá a responsabilidade que a advocacia exige. O uso consciente da inteligência artificial é bem-vindo, desde que aliado ao estudo, à análise crítica e à ética profissional. 

Afinal, clientes não contratam robôs – contratam advogados em quem confiam para defender seus direitos com competência, preparo e responsabilidade. 

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

*Ana Flávia Sales* é advogada, mestre e professora de Direito Processual Civil

@advogadaanaflaviasales

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay