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O conflito Israel e Irã

O conflito entre Israel e Irã revela aumento de hostilidades, com bombardeios e o recado de Israel de não irá permitir que o Irã tenha armamentos atômicos

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Por Adriano Cerqueira*

Em 13 de junho deste ano, sob o codinome Leão Ascendente, Israel iniciou uma forte ofensiva contra o território iraniano, através de uma ação militar bem coordenada entre as forças militares de Israel e seu famoso serviço de inteligência, o Mossad.

A primeira incursão da aviação israelense realizou diversos ataques contra alvos iranianos, envolvendo lideranças militares e cientistas diretamente relacionados com o desenvolvimento de armamento nuclear no Irã. Essa incursão não sofreu retaliação do Irã, provavelmente em decorrência da ação de sabotadores israelenses infiltrados no país, revelando o poder de ação da inteligência israelense.

Nos dias que se seguiram, até 24 de junho, o Irã lançou centenas de misseis e drones contra Israel, mas poucos de fato atingiram o solo israelense, causando danos em cidades, com mortes e feridos no lado de Israel. Por outro lado, Israel fez operações mais precisas, buscando alvos militares (alto comando das forças militares iranianas e o complexo científico nuclear). O espaço aéreo iraniano ficou sob o controle de Israel, que assim pôde neutralizar as bases de lançamento de mísseis do Irã, além de sua capacidade de produção de drones.

Mas o principal objetivo de Israel era neutralizar as instalações nucleares do Irã (Natanz, Fordow e Arak), especialmente sua capacidade de enriquecer urânio. Para que esse objetivo fosse atingido, a primeira fase era a neutralização da capacidade do Irã de responder à incursões de aviões em seu território. A segunda fase envolvia ação militar dos EUA, que dispõem de bombardeiros B2, com tecnologia avançada contra detecção por radar, além de grande autonomia de voo, contando com assistência de aviões de reabastecimento.

Essa fase foi alcançada com o envio de três B2, saídos da base americana no Missouri, e que em menos de 40 horas retornaram ilesos à base, após terem lançados bombas de mais de 13 toneladas cada, que conseguem penetrar o solo e só depois o mecanismo de detonação é acionado. Isso permite que instalações subterrâneas sejam atingidas mais diretamente, seja pela explosão, seja pelo resultado de seu impacto.

Os relatos dos serviços de inteligência de Israel e de algumas autoridades americanas é que as instalações nucleares iranianas foram fortemente atingidas e o programa de desenvolvimento nuclear do país sofreu um retrocesso de meses, ou anos.

No momento, as hostilidades pararam, com o cessar fogo anunciado em 24 de junho. O resultado desse conflito mais aberto entre Israel e Irã é o reforço da aliança militar entre EUA e Israel, um isolamento do Irã em relação aos demais países da região, além do enfraquecimento da relação entre Irã e Rússia, que assumiu um claro distanciamento em relação ao conflito.

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Por outro lado, o que restou do governo iraniano ainda tem grande capacidade repressiva sobre sua população, indicando que deve permanecer no poder. Mas os planos de se tornar uma potência nuclear foram abortados. EUA e Israel deram um claro recado na região: não permitirão que mais países, além de Israel, tenham acesso a essa tecnologia.

*Adriano Cerqueira é Professor de Relações Internacionais do IBMEC, Administração Pública UFOP, Mestre em Ciência política e Doutor em História

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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