Paulo Guerra
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As tecnologias que estão redesenhando o Século XXI

Relatório internacional aponta tecnologias que estão reconstruindo a maneira como vivemos

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O relatório Technology Trends Outlook 2025, publicado pela consultoria McKinsey & Company, apresenta um panorama abrangente das principais forças tecnológicas que estão moldando o futuro da economia global, da ciência e da sociedade. Com base em dados de mercado, investimentos e maturidade técnica, o estudo identifica treze tendências que, em conjunto, delineiam um novo paradigma de inovação, produtividade e sustentabilidade.

Mais do que avanços isolados, essas tecnologias estão convergindo em ecossistemas interdependentes, com a inteligência artificial (IA) no centro dessa transformação. A IA deixou de ser uma tecnologia emergente para se tornar uma infraestrutura essencial. Espera-se que sistemas de IA generativa e agentes autônomos, capazes de planejar, executar e adaptar tarefas complexas, estejam integrados a setores como saúde, educação, logística, finanças e governança pública.

O relatório destaca o crescimento exponencial de investimentos em IA, com destaque para aplicações em automação de processos, análise preditiva e desenvolvimento de novos produtos. A capacidade de gerar conhecimento a partir de dados em escala industrial está redefinindo o conceito de trabalho, ampliando fronteiras cognitivas e exigindo novas abordagens éticas e regulatórias.

Claro que tudo isso pressiona a demanda por poder computacional. Chips especializados, como semicondutores otimizados para aprendizado de máquina, estão sendo adotados em larga escala. A computação espacial, que integra dados geográficos, sensores e simulações digitais, está potencializando novas soluções como a agricultura de precisão e cidades inteligentes. A conectividade também evolui. Redes 5G e 6G, aliadas à computação de borda, permitem respostas em tempo real e maior eficiência energética.

Tudo isso põe pressão na segurança digital, que tem se tornado prioridade absoluta em termos de pesquisa e desenvolvimento de conhecimentos diante da iminente obsolescência da criptografia tradicional frente à computação quântica.

Mas nem mesmo a preocupação com segurança tem conseguido frear o desenvolvimento de tecnologias sensíveis. A convergência entre biologia e tecnologia, por exemplo, está acelerando descobertas em saúde, genética e produção de alimentos. A bioengenharia está permitindo o desenvolvimento de terapias personalizadas, vacinas sintéticas e cultivos resilientes às mudanças climáticas, além, claro, de criar novos materiais inteligentes, como polímeros autorreparáveis, estruturas bioinspiradas e compostos ultraleves. Esses novos materiais devem revolucionar a indústria aeroespacial, a construção civil e a mobilidade urbana nos próximos anos.

Mas como desenvolver tanta tecnologia em ambiente de restrição? Me refiro às restrições impostas pela revolução da sustentabilidade. Mas essa é só uma face da moeda. Se por um lado a preocupação com a sustentabilidade pode ser vista como barreira ao desenvolvimento de tecnologias altamente exigentes do ponto de vista de processamento, e armazenamento, por outro, a urgência climática impulsiona tecnologias verdes.

O relatório destaca avanços em hidrogênio verde, captura de carbono, baterias de longa duração e sistemas de energia distribuída. Isso sem contar com a utilização da IA para otimizar sistemas econômico-sociais já existentes tais como redes elétricas, previsão do tempo, processos industriais, previsão de eventos climáticos extremos, entre outros.

A interação homem-máquina também está no foco. Interfaces mais naturais, como comandos por voz, realidade aumentada e sensores táteis, estão tornando a tecnologia mais acessível e inclusiva. A personalização de experiências digitais, aliada à democratização do acesso, amplia o alcance de serviços públicos essenciais como saúde, educação e finanças.

Essas tendências estão se configurando como forças estruturantes de uma nova ordem econômica e geopolítica, uma vez que elas redefinem cadeias de valor, exigem novos modelos de governança e ampliam o papel da ciência como instrumento de transformação social.

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Para o Brasil, essas tendências representam oportunidades estratégicas. Somos um país com biodiversidade única, boa capacidade científica instalada (embora com constantes cortes de investimento) e desafios sociais complexos. Esses elementos dão ao Brasil capacidade de se posicionar como protagonista em soluções tecnológicas sustentáveis, inclusivas e escaláveis, desde que, claro ele saiba usar sua criatividade para resolver os problemas que se impõem.

O futuro tecnológico não é uma abstração: é uma realidade em construção. E sua direção dependerá das escolhas que fizermos como sociedade, como país e como cidadãos.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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