ChatGPT 4.0, também chamado de ChatGPT 4 Omni, foi lançado nesta semana -  (crédito: BBC)

ChatGPT 4.0, também chamado de ChatGPT 4 Omni, foi lançado nesta semana

crédito: BBC

Nos últimos anos, testemunhamos uma rápida evolução no campo da interação homem-máquina. O processo que se iniciou com Alexa, Siri e Cortana evoluiu para inteligência artificial generativa via ChatGPT, o que impulsionou avanços significativos na capacidade dos modelos de linguagem em entender e gerar texto de forma cada vez mais natural e contextualmente relevante.

 

É dentro deste cenário de avanços e inovações constantes que a OpenIA lançou, nesta semana, o ChatGPT 4.0, também chamado de ChatGPT 4 Omni, em referência à expressão latina que significa "tudo". A nova ferramenta entra em cena prometendo elevar o padrão de interações humanas com máquinas a um nível que até hoje só imaginado em filmes de ficção científica como "Her", do cineasta Spike Jonze.

 

Até o momento era possível fazer a integração voz, imagem, texto e inteligência artificial usando diferentes ferramentas para cada uma dessas etapas. No GPT-4.0 todos os formatos são tratados em uma só rede neural, o que o torna um modelo integral, que, portanto, não gera perdas de eficiência ou de qualidade entre as diversas transições de meio.

 

 

Os vídeos de divulgação da nova ferramenta são impressionantes. A impressão que dá é que a máquina sente, vê, escuta e fala. Ela até altera a voz para falar com animais de estimação e avalia o visual das pessoas. O modelo demonstra possuir uma compreensão profunda da linguagem humana e oferece respostas mais precisas e relevantes, mediante interações mais espontâneas e significativas.

 

As implicações desse novo modelo vão muito além da mera conveniência de ter um assistente virtual mais inteligente. Para a gestão pública, isso pode repercutir em uma primeira linha de atendimento de políticas públicas mais humana e menos suscetível às instabilidades do temperamento humano.

 

Essas ferramentas podem ser usadas em centrais de atendimento para prestação de informações, mas também para autoaprendizagem, triagem médica, resposta a dúvidas fiscais, suporte emocional para pessoas em situação de abalo emocional, auxílio em situações de desastre e pronta resposta a situações emergenciais.

 

Imaginem o ganho de acessibilidade que essas ferramentas poderiam trazer para pessoas analfabetas, com deficiência visual, auditiva, motora. É um novo mundo onde as deficiências são reduzidas e a autonomia das pessoas ampliada. Na educação, a ferramenta facilita o feedback e a assistência individualizada aos alunos.

 

Claro que para que tudo isso seja possível ainda se tem necessidade de uma série de adaptações na maneira da administração pública fazer as coisas, principalmente em termos de segurança e privacidade de dados, custos de implementação e a aceitação e confiança dos funcionários e cidadãos. Além disso, o conflito entre segurança de dados pessoais e transparência pública deve ser intensificado.

 

Agora você deve estar se perguntando: "Quando poderei experimentar o ChatGPT 4.0?" Os novos recursos de texto e imagem já estão disponíveis gratuitamente, mas as interações com voz serão lançadas em breve e, a princípio, apenas para os assinantes.

 

Embora ainda seja cedo para prever todos os impactos que essa nova ferramenta terá, uma coisa é certa: o ChatGPT 4.0 marca um avanço notável na inteligência artificial relacional. Ele não apenas representa um marco, mas também sinaliza o início de uma nova era na interação entre humanos e máquinas.