
Lula quer conversa com Pacheco para disputa em Minas
Alcolumbre argumentou em defesa de Rodrigo Pacheco. Afirmou que 80% do Senado Federal apoia o senador mineiro para o STF
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O presidente Lula (PT) só anunciará a indicação do futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) quando retornar de sua viagem à Ásia, porque deseja antes conversar com o senador Rodrigo Pacheco (PSD). Lula informou ao presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), que pretende indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias para a vaga, porque é importante que Rodrigo Pacheco concorra ao governo de Minas e estruture um palanque forte para a sua campanha à reeleição no estado.
Alcolumbre argumentou em defesa de Rodrigo Pacheco. Afirmou que 80% do Senado Federal apoia o senador mineiro para o STF: a indicação tem de passar pelo crivo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e do plenário da Casa. Alcolumbre também lembrou que a maioria dos ministros da Corte dão igualmente sustentação a Rodrigo Pacheco, jurista de carreira antes de ingressar na política.
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Alcolumbre tem fama de ser um negociador duro. Em 2021, no governo de Jair Bolsonaro, na condição de presidente da CCJ, ele adiou por quase cinco meses a sabatina de André Mendonça no colegiado por não concordar com a escolha. Mas, diferentemente do que se especula no meio político, a conversa entre Lula e Alcolumbre não foi dura, nem em tom de ruptura, caso de fato se confirme a indicação de Jorge Messias. Isso porque Lula tem Rodrigo Pacheco em alta conta e o considera fundamental para convergir as forças políticas no estado em torno de seu campo político.
Rodrigo Pacheco nunca declarou que seria candidato ao governo de Minas, em que pese, tenha plena consciência do peso de seu nome para uma composição no estado, convergindo forças que unifiquem setores da direita, do centro e da esquerda. Esse é um movimento que se torna mais necessário a esse campo político, considerando a filiação do governador em exercício, Mateus Simões (Novo) ao PSD, uma legenda de centro direita, que abriga forças bolsonaristas, assim como forças lulistas, mas tem na presidência de Kassab o viés da negociação e da moderação política. É algo que não combina com arroubos autoritários e negacionistas por vezes frequentes no campo bolsonarista e na direita, que pega carona nas retóricas extremas para se cacifar eleitoralmente.
No PSD, e particularmente durante a campanha, Mateus Simões será estimulado a moderar o seu discurso. O mesmo não se aplica ao governador Romeu Zema (Novo), que para alcançar a sua meta de atingir 10% das intenções de voto no plano nacional, abraça o antipetismo radical como tração. Os estrategistas do governador mineiro acreditam que se alcançar esse patamar, Zema estará em posição de articular composições vantajosas na corrida ao Palácio do Planalto. Se para fora de Minas, contudo, adotar tal narrativa é aposta para chamar atenção do eleitor bolsonarista raiz e do eleitor antipetista; para dentro de Minas essa é uma retórica que pode contaminar a imagem de moderação que Mateus Simões pretende incorporar, mirando um eventual segundo turno em que o campo do eleitorado de centro e de esquerda precise ser conquistado.
Ouro Minas
A filiação do governador em exercício Mateus Simões (Novo) ao PSD será no dia 27, às 9h, no Ouro Minas. Gilberto Kassab, presidente nacional da legenda, vai assinar a ficha de filiação.
“Vendidos”
Em carta aos parlamentares que integram o “grupo dos mandatários” do Novo, o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) manifestou a sua discordância e surpresa com a migração de Mateus Simões do Novo ao PSD. “Quando ele veio a Brasília conversar com a bancada, mencionou muitos cenários e a ideia da saída era algo claramente bastante distante. Na hora que veio a confirmação poucos dias depois de sua vinda, percebi que todos já estavam “vendidos” na história”, afirmou Van Hattem.
Inexplicável
Marcel van Hattem assinala que em reunião com dirigentes e mandatários do Novo de todo o país, todos manifestaram insatisfação com a situação de Minas. “Se todos os estados fizerem o que Minas está fazendo, ou seja, colocando o seu principal nome da disputa local em outro partido para “vencer” eleição, o Novo acaba. Simples assim. Se no Rio Grande do Sul, onde não temos governo, estamos conseguindo fazer essa engenharia de aliança, como pode em Minas, onde SOMOS GOVERNO, o mesmo não funcionar? É simplesmente inexplicável”.
Programa de governo
Dentro de uma série de debates e encontros regionais realizados desde março, a Fundação Ulysses Guimarães realiza nesta terça e quarta-feira, em Brasília, o encontro nacional “O Brasil precisa pensar o Brasil”, que se encerrará com a consolidação de um documento programático para orientar as diretrizes do MDB em 2026. O programa abordará reformas institucionais, governança, inovação, educação, tecnologia, sustentabilidade, desenvolvimento econômicos e polícias sociais. De Minas, o presidente municipal do MDB, Gabriel Azevedo será um dos painelistas do debate “Reforma política, reformas institucionais, governança e inovação na gestão pública”, mediado por José Fogaça.
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Tarifas
A deputada estadual Lohanna França (PV) alerta que a privatização da Copasa terá como primeira consequência o aumento das tarifas dos serviços de água e de esgoto. Ela menciona relatório do banco americano Citi, que assim como o Itaú BBA, recomendou a compra de ações da companhia, elevando o preço-alvo de R$ 27,00 para R$ 45,00, uma valorização de 67% em relação ao atual patamar. Os analistas destacaram que entre os parâmetros para a avaliação está a próxima revisão tarifária, com aumento do custo médio ponderado de capital regulatório, válido até 2029, de 9,15% para 9,42%. O valor ficou acima da Sabesp e dos 8,08% da Sanepar.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.