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Bertha Maakaroun
Bertha Maakaroun
Jornalista, pesquisadora e doutora em Ciência Política
EM MINAS

Estado e empresários, uni-vos!

Os nacionais e latino-americanos seguem repetindo os velhos refrões neoliberais, a esta altura, carcomidos

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O discurso dos políticos e economistas representantes na América Latina da elite tecnofeudal anda atrasado em relação à matriz. Os nacionais e latino-americanos seguem repetindo os velhos refrões neoliberais, a esta altura, carcomidos. Na ausência de ideias, tomam mão daquela “velha opinião formada sobre tudo”.  O mundo já havia mostrado desde a crise de 2008 que Estado mínimo estava ultrapassado.
Até George Bush, o filho, usou e abusou da intervenção do Estado. A pandemia converteu Jair Bolsonaro, Donald Trump e até o antigo “posto Ipiranga” em neokeynesianos de carteirinha. Já em Trump 2.0, o presidente dos EUA entronizou a figura do “tributador geral do mundo”. Nada sobrou do discurso dos neocons.

O desconforto das elites tupiniquins piora a cada dia em que o “vizinho modelo” vai sendo emparedado pela população argentina. Com mais de 60% da população vivendo abaixo da linha de pobreza, nesta quarta feira, milhares de argentinos engrossaram aquilo que era um protesto apenas dos aposentados: o elemento adicional foi a presença de centenas de torcedores de vários clubes argentinos de futebol, mobilizados em apoio aos aposentados, que, segundo estimativas, respondem por cerca de30% dos cortes promovidos por Javier Milei.

A Argentina assistiu à brutal repressão policial, incentivada por Milei sobre idosos, com direito a uma senhora de quase 80 anos ser agredida por um policial, sendo levada ao hospital correndo risco de morte. Um jornalista que apenas cobria os eventos foi internado em estado grave. As cenas correm a internet. A polícia é a primeira resposta à fome, mas a fome leva a novas manifestações, e a revolta é o passo seguinte.

Javier Milei ainda está emparedado por seu recente escândalo com criptomoedas. Um gosta de criptos, o outro, de joias e o pai de ambos, de taxas. Governar cortando na carne do povo é o traço em comum. Entretanto, o povo fala pelas ruas e depois nas urnas. Bolsonaro segue seu calvário; o de Milei completou um ano. O de Trump apenas começou. Mais esperto, a grande esperança ruiva mudou, na prática, o discurso: quer um Estado presente e protetor. Não é o melhor caminho, mas a ficha da população leva tempo para cair. Mas quando cai... costuma vir a galope.

Romeu Zema (Novo) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) e quem mais ambicionar o lugar de Bolsonaro precisam reciclar seus discursos. Enquanto o conflito interno come solto entre a população que elegeu Milei, na China que Milei desprezou, Xi Jinping e seu Estado empreendedor, talvez por pura maldade, já divulgaram o primeiro computador quântico do mundo. Estão no quarto anúncio de uma inteligência artificial mais avançada que a das bigtechs dos EUA, noticiaram a primeira fusão nuclear do mundo e satélites com transmissão mais eficientes que os de Elon Musk.

Ao mesmo tempo, a principal empresa de carro elétrico de Musk foi superada em 2024 pela chinesa BYD, que registrou 4,25 milhões de unidades ao redor do mundo, enquanto a empresa americana alcançou 1,79 milhão. No mês passado,  Xi Jinping reuniu-se com os megaempresários chineses para incentivá-los a ganhar dos concorrentes mundiais. Lá, Estado e empresas trabalham juntos e ninguém se importa com o tamanho do outro. Quanto maiores e mais eficientes, melhor será para os chineses. Acorda Brasil!


Mesas de conciliação

Para a solução consensual de controvérsias que envolvam órgãos e entidades públicas em torno de matérias complexas, o  Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) aprovou, durante sessão plenária desta semana, a criação da Mesa de Conciliação e Prevenção de Conflitos. A gestão das instalações das mesas de conciliação ficará sob a responsabilidade do vice-presidente do TCE, conselheiro Agostinho Patrus.


CPI concessões

Em audiência pública realizada na Comissão de Defesa do Consumidor e Contribuinte, o deputado estadual Professor Cleiton (PV) sugeriu a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar denúncias sobre a concessão de rodovias no interior do estado, antes que novas contratações sejam realizadas. “Temos indícios de direcionamento dos processos licitatórios e por isso vou lutar pela abertura da CPI, para investigarmos quem se beneficiou e quem está se beneficiando com essas concessões em Minas”, afirmou o parlamentar.


A polêmica

Por um lado, o secretário de Estado da Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), Pedro Bruno Barros de Souza, defendeu “segurança, fluidez e ganho de tempo” das rodovias concedidas no país, para justificar o novo edital de licitação lançado pelo governo Zema para rodovias que cortam a capital e cidades vizinhas. Para a deputada estadual Carol Caram (Avante), autora do requerimento da audiência pública, o problema são os altos valores que serão cobrados. “Precisamos sentar todos à mesa, rever esses altos valores, saber quais são os benefícios reais levados para contribuintes”, afirmou.

 

PP-União Brasil

O presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI), disparou mensagem à bancada de deputados federais, senadores e presidentes de diretórios para reunião na próxima terça-feira (18), na Câmara dos Deputados, para discutir a proposta de federação com o União Brasil. Para as eleições de 2022, as federações precisaram preencher as condições de registro de seu estatuto na Justiça Eleitoral excepcionalmente até 31 de maio. Para 2025, se mantido o mesmo prazo para partidos políticos, será de 1º de março.



Incertezas

Entre parlamentares da bancada do PP,  são anotados pontos positivos e negativos na formação da federação. A tendência predominante hoje seria a de apoiar a federação, que, se concretizada, transformaria a nova federação na maior “bancada” da Câmara dos Deputados. Para fins da distribuição do tempo de antena em 2025, o União elegeu 59 deputados federais em 2022 e o PP, 47. A maior bancada eleita no último pleito foi a do PL, com 99; a segunda maior, a Federação PT-PV-PCdoB, elegeu 81. Apesar da inclinação pela formação da federação, na prática, parlamentares não sabem quem coordenará a federação e ainda não estudaram as suas chances de reeleição nas prováveis chapas proporcionais em cada estado.
 

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No Brasil e em Minas

No plano nacional, se consolidada, a federação PP-União Brasil tenderia a dar sustentação à candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ou à candidatura que estiver posta no campo bolsonarista. Em Minas, igualmente, a federação apoiaria a candidatura ao governo do estado do mesmo campo político. Se forem duas... a ver.
 
 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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