Anna Marina
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SAÚDE

Retrocesso? Desfiles exibem menos modelos plus size

Volta da magreza excessiva a passarelas preocupa. Tendência está ligada ao uso generalizado de medicamentos para emagrecer, como Ozemplic

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Depois de décadas de luta para quebrar a hegemonia de top models muito magras na moda brasileira e internacional, há alguns anos houve abertura para modelos plus size nos desfiles, inclusive nas principais semanas de moda da Europa.

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Agora, especialistas voltam a se preocupar, porque na última temporada notou-se queda da presença das chamadas “curvilíneas”, o que é creditado ao movimento mundial em favor do uso generalizado de medicamentos para perda de peso, retomando a normalização da magreza na profissão. Com isso, esforços para a inclusão de tamanhos maiores serão prejudicados.

Esta semana, relatório da Vogue Business constatou que de cerca de 9 mil looks apresentados em 198 desfiles de coleções femininas nas semanas de moda de setembro/outubro, 97,1% foram de modelos com medidas consideradas “normais”, entre 0 e 4 nos EUA (o equivalente a 4 a 8 no Reino Unido). Apenas 0,9% eram plus size, também conhecidas como curvy (UK 18+), enquanto 2% eram de tamanho médio (UK 10-16).

Nos desfiles de Milão, apenas quatro das 55 marcas exibiram modelo com essas características. Elektra Kotsoni, vice-diretora editorial da Vogue Business, diz que essa foi a menor proporção desde que sua equipe começou a compilar o relatório semestral, há dois anos e meio. E descreve a perspectiva como “horrível”.

Anna Shillinglaw, fundadora da agência de modelos Milk Management, diz que não está surpresa. “Anteriormente, o movimento de positividade corporal estava crescendo, com modelos curvilíneas fazendo os mesmos desfiles e ensaios que modelos de corpo reto. Mas recentemente houve um declínio enorme”, comenta.

O uso generalizado de medicamentos para perda de peso GLP-1, como Ozempic, prolifera entre celebridades, e a magreza é normalizada além das passarelas. Em outros espaços, há demanda crescente por procedimentos de modificação corporal, incluindo a cirurgia da “cintura de Barbie”, na qual as costelas de uma pessoa sofrem pequenas fraturas para reduzir seu tamanho.

Embora modelos magras sempre tenham dominado as passarelas, nos últimos anos houve mudança, ainda que discreta, em direção ao casting mais inclusivo. Em 2023, a Vogue britânica colocou as modelos plus size Paloma Elsesser, Precious Lee e Jill Kortleve em sua capa, descrevendo-as como “as novas supers”. O trio foi onipresente – das campanhas às passarelas.

Felicity Hayward, modelo plus size e escritora que estrelou campanha de cosméticos da Mac e foi capa da iD, descreve o período de 2011 a 2017 como “era de ouro”. Agora, a trajetória descendente a leva a se perguntar se modelos plus size são “usadas como símbolo para fazer manchetes na imprensa”.

Com a queda da demanda, fontes do setor revelam que modelos plus size vêm perdendo peso na tentativa de garantir espaço no mercado de médio porte. Elas também vêm sofrendo pressão, com a redução de tamanhos das amostras.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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