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O que mais tem se falado nas últimas décadas é sobre quais profissões estão acabando e as novas que estão surgindo. Com pesar vemos “sumir” do mapa profissionais como lanterninhas de cinema, datilógrafos, linotipista, telefonista, leiteiro. Outras, estão cada vez mais escassas, como revisores, sapateiros, alfaiates e costureiras. Mas chegou uma boa notícia por aqui. Uma pesquisa feita pela Singer apontou que a Geração Z já representa mais da metade dos consumidores de máquinas de costura no Brasil.
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Para os leitores mais antigos, esclareço: a Geração Z (Gen Z ou Zoomers) engloba as pessoas nascidas entre meados dos anos 1990 e o início dos anos 2010, que cresceram imersas na tecnologia digital e são conhecidas pela sua hiperconectividade, fluência digital e ativismo social. Essa geração é caracterizada por sua tolerância à diversidade, busca por propósito em suas carreiras e no consumo, e pelo uso intensivo de redes sociais para comunicação e aprendizado.
Fiquei surpresa e feliz ao saber que estão interessados neste ofício manual. A pesquisa da Singer, realizada este ano com 1.223 entrevistados em todo o país, mostra que a presença da Geração Z entre os consumidores de máquinas de costura saltou de 43% para 52% em dois anos.
O levantamento confirma que os jovens de 18 a 29 anos já são maioria entre os novos usuários da categoria, impulsionados pela busca por personalização, consumo consciente e pelo movimento DIY (Do It Yourself ou Faça Você Mesmo), que cresce nas redes sociais. Esta turma gosta de ser diferente.
Ao mesmo tempo, a pesquisa reforça que a costura não é apenas um fenômeno jovem, mas um hábito que atravessa gerações. Os Millennials (30 a 39 anos) também ampliaram sua participação, de 61% para 65%, equilibrando hobby, renda e estilo de vida criativo.
A Geração X (40 a 49 anos) manteve estabilidade, de 63% para 62%, enquanto os Baby Boomers (50+) registraram o maior salto, de 67% para 73%, consolidando-se como uma das bases mais fiéis e engajadas. Esses dados mostram que a costura conecta diferentes perfis etários, mas é a força da Geração Z que está redesenhando o futuro da categoria.
Para os jovens, costurar é uma forma de expressão cultural e criativa. A personalização é um dos principais atrativos, com peças únicas que refletem identidade e propósito. Redes sociais como TikTok e Instagram têm ampliado esse movimento com tutoriais, desafios e criadores de conteúdo que transformaram a costura em linguagem visual e tendência. Resta saber se tudo isso representará um crescimento da profissão, nascendo uma nova geração de costureiros(as), porque existe uma grande demanda por boas costureiras.
Mais do que presença, a pesquisa revela como a costura se transformou em comportamento. Seis em cada 10 consumidores utilizam a máquina como fonte de renda – em consertos, customizações ou pequenos negócios de moda – e 58% costuram para fins pessoais ou afetivos, como presentear familiares ou doar peças. Para três em cada quatro entrevistados, a atividade é vista como prazerosa e até terapêutica. (Isabela Teixeira da Costa/ Interina)
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.