
Em casa, entre árvores frutosas e visitantes indesejáveis
O pé de jabuticaba que ganhei de presente do então governador Hélio Garcia deu flores e frutos, do chão às últimas galhas
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O pé de jabuticabas que ganhei de presente do então governador Hélio Garcia – porque nascia no jardim central da Avenida do Contorno e ia crescer e estragar o conjunto – deu flores e frutos, do chão às últimas galhas.
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Quando era menor, conseguia colocar nele tudo que espantava passarinho e mosca, cresceu muito e agora disputo seus frutos com os passarinhos e micos. Ele é cumpridor de suas obrigações: cobre-se de flores e frutos grandes e doces. Mas não consegue vencer os parceiros da natureza. Os passarinhos adoram as flores e quando as frutas aparecem se unem aos micos. Eta bichinho danado. Em um só dia, quando forma a rede, consegue acabar com os principais ramos floridos da árvore.
Quando as frutas nascem e começam a amadurecer, é preciso disputá-las com os micos, de dia; e com os morcegos, à noite. Moro em uma casa que, por pura ignorância, deixei crescer várias árvores frutosas. A que mais dá frutos é o abacateiro, exatamente o que menos gosto.
O resultado é que vivo em combate com os bichos que acabam com minhas frutas. Curiosidade é que adoro bananas – fruto do qual não tenho nem um pé.
Entre um fim de semana ou outro, recebo um rastro de gambás. Trato deles com banana que roubo da minha cozinha e eles adoram. As mães também adoram e, depois de provar, gostar e comer muito, vão buscar os filhotes.
A única coisa de que não gosto e tenho que suportar são os gambás que montam seus ninhos no jardim. Deveria se ter um jeito de removê-los em definitivo.
Quanto ao pé de jabuticaba, do qual falei no início deste texto, quando passo por ele, apanho algumas frutas, disputando com gambás.
A cidade devia ter uma firma para correr as casas e remover os visitantes indesejáveis. Porque tem um detalhe: você tira em sua casa e eles correm para o vizinho. Tenho horror de morar em apartamento, mas pelo menos isso eles têm de bom – se bem que um vizinho chato é pior do que uma praga.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.